Fernanda Lira pede ajuda para mudança, é criticada e se explica

Vocalista e baixista da Crypta divulgou chave Pix para mobiliar a casa; após repercussão negativa, apagou post e esclareceu seus gastos

Fernanda Lira passará a morar sozinha no próximo mês de agosto. Por meio das redes sociais, a vocalista e baixista da Crypta explicou que não havia planejado a mudança e, por isso, solicitou a ajuda dos fãs para mobiliar a casa nova – divulgando uma chave Pix. Nem todo mundo encarou o pedido de forma positiva e a cantora precisou dar satisfações.

Tudo começou quando ela introduziu o assunto pela primeira vez. Em uma postagem já excluída (via Whiplash), Fernanda destacou inicialmente que não tinha qualquer móvel ou item para a residência e que mobiliar tudo acarretaria em um alto custo financeiro. Sendo assim, decidiu expor a situação:

“Mudanças na minha vida rolaram nos últimos meses e agora no fim de agosto vou morar sozinha pela primeira vez na vida! Não é algo que eu tinha planejado, então eu simplesmente não tenho nem um pano de prato pra chamar de meu (exceto uns presentes que já ganhei de amigos próximos). Vou ter que mobiliar tudo do zero e vocês sabem como as coisas estão um absurdo de caras, né? Então decidi abrir um Pix pra quem quiser e puder me enviar um presentinho nessa nova etapa. Literalmente qualquer valor vai me ajudar muito, porque começar do zero é muito muito financeiramente desafiador mesmo, principalmente arcar com as 9293860 parcelinhas que vou ter que fazer para comprar tudo!”

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A artista escreveu que refletiu muito antes de tornar esse cenário público. Porém, como sempre esteve disposta a estender a mão para quem precisasse, não via problema em, desta vez, buscar apoio financeiro. 

“Eu pensei mil vezes antes de vir me expor aqui sobre isso, porque sei que a internet é um lugar hostil, mas eu lembro que vocês sempre estiveram aqui e chegaram junto todas as infinitas vezes que fiz vaquinha para ajudar pessoas, pra pedir ajuda para comprar cestas básicas para o pessoal carente da minha rua, para campanhas de arrecadação para várias coisas, então imaginei que talvez vocês não veriam problema em chegar junto agora que é minha vez de precisar de ajuda.”

Críticas e explicação de Fernanda Lira

No fim das contas, muitos seguidores não viram a questão com bons olhos. Fernanda Lira recebeu críticas, pois, de acordo com certos usuários, não deveria pedir dinheiro na internet depois de ter ido à shows na Europa (como da Beyoncé, Testament e no Obscene Extreme Festival), de ter passeado no continente após o fim da turnê “Echoes Over Europe Tour” e, ainda, que tinha uma banda excursionando por vários lugares – portanto, deveria estar ganhando bem. 

Devido à recepção negativa, a vocalista e baixista excluiu a postagem original e fez um esclarecimentos nos Stories do Instagram. Em um longo texto, reforçou que a mudança não estava em seus planos e que a ideia não era ser bancada e sim, apenas receber dinheiro para alguns itens, como um “chá de panelas”.

Ela finalizou justificando seus gastos e opinando como trabalhar com música ainda tem uma conotação ruim, já que a profissão não é tratada como um “emprego de verdade” e sim um hobbie ou como uma tarefa lucrativa e fácil quando existem dificuldades por trás. Leia o comunicado na íntegra abaixo: 

“Eu amo meus seguidores, para mim são uma rede de apoio também e minha intenção foi querer pedir um help para pessoas queridas, o que todos nós já fizemos na vida (não mintam pra vocês mesmos). Mas às vezes eu me esqueço da exposição que meus perfis têm e que também nem todo mundo é legal. Vamos a alguns esclarecimentos:

Sim, eu tenho mil planos para os próximos meses: rifa do meu baixo antigo, estou pra abrir meu patreon, seguirei firme com meus trabalhinhos paralelos quando voltar da turnê, porque sei que mesmo trabalhando com a banda e outras coisas, os perrengues vão durar um tempo.Porém essas coisas vão levar um tempo pra sair do papel e entrar na prática! Como eu disse, passei por uma mudança abrupta e tô no corre agora para conseguir o básico pra eu poder me mudar – e não achei que seria problema algum pedir ajuda, mas aparentemente para maioria das pessoas, pedir ajuda com o que quer que seja, é uma vergonha.

Já vi vários amigos nessa situação, já ajudei vários e nunca vi problema algum, mas entendo que nem todo mundo veja assim. Eu não tô pedindo pra ninguém me dar uma casa mobiliada: nem se vcs quisessem, seria impossível! Sabe quando tu faz um chá de panela e os amigos dão uns panos, umas panelas, uns escorredores de louça? Essa era a intenção, mas ela foi completamente distorcida pela galera, como se eu quisesse que vocês me bancassem, o que não faz o menor sentido!

Mas passei minha vida toda fazendo voluntariado, doando pra trocentas ONGs, vaquinhas e páginas, fazendo campanha para tirar da fome fã que me mandou mensagem, consegui trampo para gente que tava com aluguel atrasado, na pandemia fiz ações para conseguir cesta básica pra doar, fiz arrecadação para levar em ocupação, já salvei financeiramente por meses pagando do meu bolso aluguel de família que perdeu tudo na enchente enquanto eu mesma tinha perdido coisa na enchente, enfim, nunca deixei de estender a mão para ninguém, e por sempre ajudar as pessoas, não pensei que seria um problema tão grande estar uma vez do outro lado.

Eu não tenho a menor vergonha de pedir ajuda e ninguém deveria ter, porque eu acredito no senso de comunidade. É por esse estigma de não pedir ajuda que muita gente sofre e é por esse pensamento individualista que o mundo tá desse jeito.

As pessoas se esquecem que todos passam dificuldades, grandes ou pequenas, hoje é um, amanhã pode ser você, e sofrer em silêncio não te faz mais ou menos herói que ninguém. Não existe problema algum em pedir ajuda e retribuir quando alguém precisar.

Eu já doei para causas diversas, umas graves, e também outras mais simples, uma coisa não exclui a outra e existe espaço para as necessidades de todo mundo. Agradeço a todo mundo que me ajudou, vocês são incríveis, obrigada pela empatia, vai me ajudar muito. E não liguem para quem está falando b#sta, a maioria sempre vai criticar tudo o que eu faço.

‘Ah, mas e a Beyoncé?’: Ingresso foi comprado muitos meses antes dessa situação.

‘E os shows que você foi na Europa?’: Não paguei para entrar em nenhum, senão não teria ido exatamente porque não tenho grana.

‘E suas férias na Europa?’: Minha decisão de ficar na casa da minha amiga gerou uma economia absurda para a banda e para mim também, esse é o único motivo de eu ter ficado, se eu tivesse voltado para o Brasil iria gastar muito mais.

Mas não tinha poupança e agora quer viver à custa de fã?: Todo artista que você conhece torrou sua poupança na pandemia, mesmo fazendo trabalhos paralelos, como eu fiz (lembram que fiz entrega de moto?). Além disso, doei milhares de reais para gente que estava em situação pior que a minha, acontece.

Por fim, o comentário que mais recebi foi: arrume um emprego de verdade. É muito triste ver ainda que por mais que todo mundo consuma arte todos os dias, a arte ainda é vista como coisa de vagabundo, que é só glamour e viajar o mundo. Eu sei que tenho o privilégio de ter um trabalho que eu amo e que me proporciona coisas incríveis, mas é um trabalho que vocês jamais vão ter ideia. Todo trabalho tem seu valor. Se você acha que arte é coisa de vagabundo, então viva sua vida sem arte e observe a tristeza que ela vai ser. Para os haters, desejo que vocês nunca precisem de ajuda e que, se precisarem, que jamais recebam a mesma energia que estão jogando aqui para mim, eu desejo melhor que isso para vocês.”

Prestação de contas

No último mês de junho, a Crypta publicou uma prestação de contas relativa ao crowdfunding realizado no início do mês de abril. À época, a banda sofreu uma perda substancial quando o trailer que carregava seu equipamento foi totalmente destruído durante a passagem de um tornado por Belvidere, Illinois, Estados Unidos.

O grupo brasileiro realizava turnê junto ao Morbid Angel, Skeletal Remains e Revocation. O tornado atingiu o Apollo Theater, matando uma pessoa que estava na plateia e ferindo várias outras. O valor de US$ 60 mil foi arrecadado em menos de 24 horas.

“Shades of Sorrow”, novo álbum da banda, chega no próximo dia 4 de agosto.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

7 COMENTÁRIOS

  1. Se é um motivo de doença, ou acidente como aconteceu com Motor Home…blz…Agora mobiliar a casa? Vai me desculpar…..Acredito que ela tenha gostado tanto da ajuda do Motor Home que agora resolveu encostar nos fãs! Minha opinião! Tenha a sua!

  2. Boa tarde.

    Eu já passei por bastante dificuldade na vida, pedi ajuda e não me envergonho disso. E entendo muitíssimo bem o lado dela. Quem nunca passou por isso, jamais entenderá o que a Fernanda quis fazer ao pedir ajuda para ter, pelo menos, algo onde vai morar, nem que fosse um colchão. Ela não pediu mobília e eletrodomésticos, só sendo muito imbecil e ignorante para interpretar o pedido dela dessa maneira.

    • ta certo, se em uma hora ela conseguiu mais de 6 mil reais, quanto ela nao conseguiria em um dia. depois de conseguir mais de 60 mil reais no motor home, ela tava era muito achando que ela ia conseguir um dinheiro so pra ter um colchao. Se ela conseguisse mais 60 mil reais ela ia poder sim mobiliar a casa toda, so sendo muito imbecil e ignorante pra nao perceber isso. kkkk

  3. Quando se ajuda não precisa falar que ajudou. Se faz em oculto e não se espera retorno. Porque falar tanto que ajudou esse ou aquele? Se enrolou mais ainda. Triste

  4. Ser artista não é apenas viver de arte, nem do apoio incondicional dos que admiram seu trabalhe,mas empreender financeiramente tudo que venha a lucrar com sua arte. Se ela não possui lucros investidos, não pode sair por aí cartando suas obras sociais esperando retorno. Isso não é investimento!

  5. As pessoas pegam demais no pé da Fernanda. Ela literalmente tava fazendo um chá de casa nova, o que é completamente comum. Quem fez as doações, fez porque queria ajudar ela. Ninguém foi obrigado a nada, mas esse povo usa qualquer oportunidade de falar merda pra ela. Ela não tinha nem que prestar contas de nada, mas ela tem o coração tão bom, que fez mesmo assim.

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