Como os Beatles reagiram à teoria da morte de Paul McCartney

Banda nunca levou conspiração a sério, mas o próprio Macca, após algum tempo, revelou seu incômodo com a história

Uma das teorias conspiratórias mais famosas do mundo da música é a de que Paul McCartney morreu e foi substituído por um sósia. O que será que ele e seus colegas de Beatles achavam disso?

Chamada de “Paul is Dead” (ou “Paul está Morto”), a teoria ganhou força no final dos anos 60 ao apontar que o cantor e baixista havia falecido em um acidente de carro em 1966 e sido rapidamente substituído por um sósia, Billy Shears. A conspiração aponta que trabalhos posteriores do Fab Four teriam dado pistas do que ocorreu.

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A capa do álbum “Abbey Road” (1969), só aumentou esses rumores ao trazer o que a teoria apontava como a procissão do funeral do músico. Paul McCartney aparece vestido de terno, mas andando descalço e de olhos fechados, indícios de que teria sido enterrado. O vocalista e guitarrista John Lennon (na frente e de branco) seria um padre ou uma figura divina, o baterista Ringo Starr (de preto) simbolizaria o luto e o guitarrista George Harrison (de jeans e atrás de Paul) seria o coveiro.

Os conspiracionistas de plantão também perceberam que Paul segurava um cigarro na mão direita (McCartney é canhoto, o que seria um indício de não se tratar dele) e era o único na imagem que andava com o pé direto na frente do esquerdo (o que indicaria que ele não estava no mesmo “plano” de seus colegas). Até a placa do carro ao fundo da imagem entraria na “viagem” por ser composta de letras e números que revelariam que a esposa do baixista, Linda McCartney, ficou viúva e que ele morreu aos 28 anos de idade.

É claro que todos os Beatles logo souberam desta história. Em entrevista à Vulture (via Cheat Sheet), Ringo Starr afirmou que ele e seus colegas nunca levaram a teoria a sério, mas que ela também se tornou a favorita do grupo.

“Apenas uma (das várias teorias a respeito do Beatles) nos pegou. A de que o ‘Paul Está Morto’. E ainda havia algumas músicas que as pessoas nos diziam ser ‘secretas’.”

De acordo com Starr, John Lennon decidiu botar mais lenha na fogueira ao colocar, a partir dali, algumas gravações de trás para frente nos momentos finais das músicas dos Beatles.

“John, por acidente, aprendeu a como tocar uma fita de trás para frente e usamos isso ao máximo. Então, começamos a fazer algo bobo no final das faixas e logo estava em todos os jornais e nas rádios. Eles, na verdade, estão cantando ‘blá, blá, blá, blá’. A gente sempre dava muita risada com isso..”

Teoria deixou Paul McCartney paranoico

Por mais que os Beatles levassem essa conversa na esportiva, não demorou muito para o próprio Paul McCartney se incomodar. Em declaração publicada em seu site, o músico afirmou que após algum tempo, ficou paranoico por sempre ter de responder a curiosos que estava vivo – ainda mais porque muita gente não acreditava.

“Eu já sabia de todos os rumores… por que era sempre questionado sobre eles! Sempre havia alguém que, literalmente, me ligava pra dizer: ‘você está morto?’. Eu respondia: ‘bem, não, estou atendendo essa ligação!’. E a resposta era: ‘bem, não tenho certeza se é mesmo você’. Então, na verdade, você começa a ficar paranoico contigo mesmo.”

Macca disse que, um dia, descobriu uma boa resposta para aqueles que ainda duvidavam de suas palavras.

“Aí, você pensa: ‘como vou provar para eles ou para qualquer um que esse sou eu?!’. Com o tempo, notei que se esse sósia está compondo algumas músicas bem decentes e não era mesmo eu, como o treinei para criar essas canções?”

Ainda assim, o artista levava na boa. Uma prova disso está no álbum ao vivo “Paul is Live” (1993). O próprio título do disco é um trocadilho com o nome dado à teoria, sem contar o fato de a capa ser uma paródia de “Abbey Road” – agora com pistas de que McCartney continuava vivo.

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Augusto Ikeda
Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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