Anti-Flag chega ao fim e fãs indicam suposto estupro cometido por vocalista como razão

Rompimento abrupto levantou suspeitas; declaração em podcast e publicações em redes sociais levam a conexão

O Anti-Flag anunciou seu término na noite da última quarta-feira (19). Conhecida por seu ativismo político, a banda punk americana estava na ativa desde 1988, apesar de um hiato entre 1989 e 1992.

O movimento pegou os fãs de surpresa. O grupo estava em turnê e inclusive abriria um show para o Dropkick Murphys na próxima sexta-feira (21), em Praga, na República Tcheca.

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Em uma publicação no Patreon do grupo, eles afirmam:

“O Anti-Flag se separou. O Patreon foi alterado para um modo em que não irá mais cobrar uma taxa mensal. Começarei a processar reembolsos para todos os patronos nas próximas semanas. Uma vez que todos os reembolsos forem processados, a página de Patreon também será removida.”

Aviso de conteúdo: Essa matéria contém descrições gráficas de abuso sexual.

Após esse anúncio, fãs começaram a especular no Reddit (via Consequence e Stereogum) que o término pode ter algo a ver com o episódio mais recente do podcast “enough.”, que cobre abuso sexual na indústria da música.

O capítulo em questão narrou a história de uma mulher chamada Kristina Sarhadi, que alegou ter sido estuprada pelo vocalista de uma banda de punk político da Costa Leste dos Estados Unidos. Segundo a convidada, o músico (de nome não revelado) a atraiu para seu quarto de hotel sob a promessa de escutar uma parceria inédita com o cantor folk-punk inglês Billy Bragg.

De acordo com o relato, o artista encorajou a mulher a beber pela primeira vez em sua vida – ela faz parte do movimento straight edge, conhecido por incentivar a abstinência total de álcool e drogas. Uma vez que chegaram ao quarto, o músico teria trancado a porta, derrubado a convidada contra a cama e colocado uma das mãos na garganta dela, a estuprando sob gritos para que ele parasse até desmaiar.

Após o alegado incidente, o vocalista da banda punk teria entrado em contato com a vítima diversas vezes na tentativa de encontrá-la novamente. Sarhadi disse em seu relato só ter mandado uma mensagem para o músico quando teve um susto de gravidez – e ela afirma ter sido ignorada.

Nenhum nome é citado. Porém, Kristina Sarhadi mencionou um post de março de 2022 feito em uma página do Tumblr chamada The Industry Ain’t Safe, onde um usuário anônimo escreveu “Justin Sane do Anti-Flag. Eu sou a única pessoa com quem isso aconteceu?”. De acordo com uma captura de tela no Twitter, ao menos duas pessoas responderam a essa postagem, afirmando que também foram vítimas.

Até o momento, nenhum integrante da banda se manifestou sobre o assunto. Um representante foi contatado pelo site Punknews, mas disse apenas que não iria comentar o rompimento.

Sane, nascido Justin Geever, fundou a versão original do Anti-Flag em 1988 com o baterista Pat Thetic. O primeiro disco do grupo, “Die for the Government”, foi lançado em 1996. O mais recente, “Lies They Tell Our Children”, saiu no início de 2023.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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