O melhor álbum do AC/DC na opinião de Paul Stanley

Banda australiana chegou a abrir turnê americana dos mascarados em 1977, a convite de Gene Simmons

A nova edição da revista Classic Rock presta tributo aos 50 anos do AC/DC. A banda australiana derrubou barreiras quase intransponíveis na realidade mercadológica dos anos 1970, sendo uma das primeiras a se destacar mundialmente fora do eixo EUA-Reino Unido.

A justa homenagem conta com depoimentos de uma série de músicos das mais variadas gerações. Uma das usadas para promover o material é a de Paul Stanley. O vocalista e guitarrista rítmico do Kiss pôde não apenas testemunhar, como também ajudar no crescimento de Angus Young e companhia. Afinal de contas, os mascarados levaram o grupo em turnê no ano de 1977, quando ainda eram meros desconhecidos em terras estadunidenses.

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Porém, seu trabalho preferido veio depois, como o próprio confirma.

“Quando Brian Johnson se juntou ao AC/DC, eu estava curioso – como todo mundo – sobre como isso impactaria a banda e a química que eles tinham com Bon Scott. Mas o que eles criaram com ‘Back in Black’ foi simplesmente monumental. A maneira como o álbum começa com ‘Hells Bells’ me atingiu como a primeira vez que ouvi o Black Sabbath. O som se tornou polido até certo ponto. Estavam construindo sobre o que haviam feito antes, seguindo em frente. Esse tipo de coragem básica que eles tinham nos primeiros dias foi substituído por uma sobrecarga sônica. Mas foi brilhante. O que foi ganho anulou o que foi perdido.”

A seguir, o Starchild recordou a primeira vez que assistiu o grupo.

“AC/DC é o verdadeiro negócio e eu sabia disso desde a primeira vez que os vi, no Whiskey A Go Go em Los Angeles, meados dos anos setenta. Eles eram corajosos e o nível de adrenalina era louco. A quantidade de energia que Angus estava gastando no palco era incompreensível.”

Colega de Paul, Gene Simmons já havia revelado ao Blender.com, em 2006, sua adoração pelo trabalho dos irmãos Young. E se revelou orgulhoso de ter dado uma força para o sucesso deles.

“O AC/DC é minha banda favorita. Eu os vi tocar em um pequeno clube de Londres com Bon Scott e nunca esquecerei. Eles realmente tinham personalidade. Cheguei em Angus após um show em Los Angeles e perguntei ‘quer ir comer algo?’; ele respondeu ‘yeah, vamos lá, amigo’. Quando sorriu, notei que não havia um dente sequer na frente. Literalmente. Levei-o a um lugar chamado Ben Frank’s e ele comeu mastigando com o lado da boca. Pensei ‘esse pobre garoto tem um coração de um leão’. Disse para ele na mesa ‘vocês farão uma turnê conosco’. Seus olhos arregalaram como se dissesse ‘O QUÊ?’. Você sabe, eles pensavam que tocariam para sempre nesses buracos do inferno.”

AC/DC e “Back in Black”

Lançado em 25 de julho de 1980, “Back in Black” foi o sétimo álbum de estúdio do AC/DC (sexto na discografia internacional, que mesclou “High Voltage” e “TNT” em um só, levando o nome do primeiro). Marcou a estreia do vocalista Brian Johnson, substituindo o falecido Bon Scott. A arte de capa toda preta era um sinal de luto em tributo ao cantor.

As gravações duraram sete semanas e ocorreram em Nassau, Bahamas. A produção ficou a cargo de John “Mutt” Lange, com quem o grupo já havia trabalhado no disco anterior, “Highway To Hell” (1979).

Quatro faixas foram lançadas como singles: “You Shook Me All Night Long”, “Hells Bells”, “Back In Black” e “Rock And Roll Ain’t Noise Pollution”. Outras duas também ganharam videoclipes: “Let Me Put My Love Into You” e “Shoot To Thrill”.

Tornou-se o segundo disco mais vendido de todos os tempos, atingindo 50 milhões de cópias comercializadas em todo o planeta, segundo estimativas recentes.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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