Quando o álbum e a música “Highway to Hell” foram lançados, em 1979, o AC/DC se viu em maus lençóis. Os setores mais conservadores da sociedade, preocupados com a moral e bons costumes (enquanto faziam escondidos tudo aquilo que condenavam, senão pior) acusaram a banda australiana de satanismo e tentar desvirtuar os jovens fãs.
Porém, a letra da canção era um testemunho pessoal sobre a vida na estrada. Nada além disso, apesar de expressões relacionadas ao inferno e satanás de forma metafórica. Em entrevista à revista Vulture em 2020, o guitarrista Angus Young explicou:
“Muitas pessoas pensaram que ‘Highway to Hell’ era satânica. ‘O que são eles, um bando de hereges? Eles estão tentando reescrever a Bíblia?’ É uma música de estrada na verdade. Nunca pretendeu ser outra coisa. A letra falava sobre nossa vida na estrada, com um monte de turnês pesadas. Em nossos dias, era assim que você vendia e promovia discos. Você tinha que fazer turnês o tempo todo.”
O tempo passou e a percepção do “satanic panic” amenizou – embora ainda exista aqui e acolá. Mas a música, que é o que realmente interessa, sobreviveu com louvor.
“‘Highway to Hell’ resiste ao teste do tempo. Ainda tocamos, o público relaxa e canta junto. Muitas pessoas nos diziam na época que iríamos causar suicídios. Tivemos que resistir. E isso nos rendeu nosso primeiro disco de ouro nos Estados Unidos. Foi uma surpresa para muita gente, até mesmo para a gravadora. Eles nos disseram: ‘você é a única banda que conhecemos que saiu e vendeu discos enquanto tocava’.”
AC/DC e “Highway to Hell”
Produzido por John “Mutt” Lange, “Highway to Hell” foi o último disco do AC/DC a contar com os vocais de Bon Scott, que viria a falecer no ano seguinte. Até hoje, estima-se que tenha vendido mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo.
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