O Twisted Sister pode não ter sido pioneiro no visual andrógino. Porém, a banda levou a extravagância a outro nível nos anos 1980, acompanhada de um som bem mais pesado do que o habitual à época – o que ficou muitas vezes escondido por trás de seus maiores hits, com apelo pop nas melodias.
Em entrevista à rádio 107.7 RKR (transcrita pelo Blabbermouth), o vocalista Dee Snider traçou um paralelo com o visual que o consagrou e as recentes leis antidrag, aprovada no estado do Tennessee e discutida em outras localidades americanas.
“Você olha para as coisas que estão acontecendo, com essas leis sendo aprovadas, e eu sei claramente que minha banda não teria mais permissão para se apresentar nesses estados. Para eles, violaríamos as diretrizes com o uso de maquiagem feminina. Isso desrespeita as leis do que você pode fazer em certos estados. Portanto, é um estranho mundo novo.”
Ainda assim, o cantor espera que o maior sucesso do grupo siga servindo como um hino de protesto contra a situação.
“Da extrema esquerda à extrema direita, passando por todos no meio, todo mundo usa ‘We’re Not Gonna Take It’. O que é legal para mim, porque eu projetei dessa maneira. Era para cada um adaptar a letra à sua realidade.”
Dee Snider retirado da San Francisco Pride
Mês passado, Dee Snider teve sua participação na San Francisco Pride cancelada. A organização do evento rompeu com o vocalista do Twisted Sister após este manifestar apoio a uma publicação de Paul Stanley no Twitter. O frontman do Kiss fez uma série de comentários considerados transfóbicos pela comunidade LGBTQIA+. Posteriormente, ele se retratou.
Dee, por sua vez, publicou um longo texto onde buscou colocar panos quentes na manifestação original. Porém, também pediu maior tolerância para com suas posições, além de manter seu apoio ao grupo. Em um trecho do texto, ele diz:
“A comunidade transgênero precisa de moderados que apoiem suas escolhas, mesmo que não concordemos com todos os seus decretos. Para alguns transgêneros (não todos): acusar apoiadores, como eu, de transfobia não é uma boa ideia para a causa.
Não rejeite as pessoas que estão dispostas a marchar, cantar e ficar com vocês só porque não concordamos perfeitamente. Ainda somos seus aliados.
Eu, Dee Snider, continuarei a apoiar a comunidade transgênero e seu direito de escolha, mesmo que eles me rejeitem e, seguindo em frente, estou aberto a me educar para ser um aliado melhor.”
Disforia de gênero e transgênero
Em 2021, cerca de 42 mil crianças e adolescentes nos Estados Unidos receberam diagnóstico de disforia de gênero, quase o triplo do número de 2017, segundo dados compilados para a agência de notícias Reuters. Ela é definida como o sofrimento causado por uma discrepância entre a identidade de uma pessoa e aquela que lhe foi atribuída no nascimento.
Transgênero é um termo amplo para pessoas cuja “identidade, expressão de gênero ou comportamento não está de acordo com aquele tipicamente associado ao sexo ao qual foram atribuídos no nascimento”, de acordo com a American Psychological Association (APA).
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.