O coreógrafo e dançarino Wade Robson acusou Michael Jackson de abuso infantil e processou o espólio do cantor em 2013. Como informado nesta semana, o caso, arquivado em 2021, voltará a julgamento. Outra queixa, desta vez de James Safechuck, ex-ator, também será julgada novamente.
Ambos prestaram depoimentos para o documentário “Leaving Neverland”. Segundo a produção, Wade conheceu o Rei do Pop aos 5 anos de idade, na Austrália, ao ganhar um concurso de dança. Sob a promessa de virar uma estrela, mudou-se para Los Angeles junto de parte da família, quando afirma ter ficado próximo do cantor. Entre 7 e 14 anos, relata que teria sido molestado diversas vezes no Rancho Neverland – antiga propriedade de Jackson.
Já Safechuck encontrou o artista pela primeira vez aos 9 anos de idade, enquanto filmava um comercial da Pepsi. Depois disso, Michael teria passado a escrever e a telefonar frequentemente para o menino, enviando presentes e convidando para passeios. Entre 1988 e 1992, o artista teria abusado do garoto “centenas de vezes”.
Tanto o dançarino como o ex-ator moveram, separadamente, ação contra a corporação MJJ Productions, Inc., entre 2013 e 2014. Conforme a Pitchfork, eles alegam que os funcionários da empresa atuaram como cúmplices e ajudaram a acobertar as atitudes de Michael, já que, na época dos supostos abusos, teriam permitido que o artista ficasse sozinho com as crianças e ajudado na compra de presentes para elas.
Por prescrição, os processos foram arquivados. Porém, como a lei em relação à denúncia de abusos sexuais mudou na Califórnia (com vítimas na infância podendo entrar com uma ação até os 40 anos de idade e não mais aos 26), os casos ganharam reabertura em 2019.
Como mencionado, em 2021, um juiz de Los Angeles acatou o argumento de que os representantes não tinham o dever de proteger a suposta vítima – no caso, Wade Robson – ou controlar o comportamento do cantor. No entanto, o tribunal de apelação da Califórnia – que tem o poder de divergir das instâncias inferiores – não concordou com a defesa apresentada anteriormente.
Sendo assim, os envolvidos irão mais uma vez a julgamento. Ainda de acordo com a Pitchfork, os dois casos, antes separados, devem ser julgados como um único. Ao veículo, por meio de seus advogados, Robson e Safechuck declararam:
“A morte de um abusador sexual não priva suas vítimas de irem ao tribunal e, por sua vez, de justiça e cura. Jackson não é processado pessoalmente neste caso e sim, sua empresa, que terá todas as oportunidades de se defender no julgamento.”
Michael Jackson e “Leaving Neverland”
Lançado pela HBO, “Leaving Neverland” mostra entrevistas com James Safechuck e Wade Robson, que afirmam terem sido abusados sexualmente pelo cantor quando eram crianças. Safechuck conheceu Jackson quando foi escalado para um comercial da Pepsi. Já Robson, que se tornou coreógrafo, encontrou o artista após vencer uma competição de dança. No passado, ambos negaram às autoridades que teriam sido molestados pelo Rei do Pop.
Nas décadas de 1990 e 2000, Michael Jackson foi alvo de diversas acusações de pedofilia por parte das famílias de crianças que frequentavam o rancho Neverland, lar do Rei do Pop. Em 1993, ele resolveu o caso com um acordo extrajudicial. Em 2005, foi inocentado de todas as dez acusações.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.