Rita Lee nos deixou no último dia 8 de maio, mas só nesta segunda-feira (22) foi lançado o seu segundo livro de memórias, singelamente intitulado “Rita Lee: Outra autobiografia”. A obra, não por acaso divulgada no dia dedicado a Santa Rita de Cássia, narra a trajetória da cantora nos últimos anos de vida, quando enfrentou um câncer de pulmão em meio à pandemia de Covid-19.
No novo livro, que já é um sucesso de vendas, assim como o anterior (“Rita Lee: Uma autobiografia”), Rita conta sua reação ao receber o diagnóstico em 2021. Ela confessa que cogitou seriamente a eutanásia em conversa com o médico.
Tudo é narrado, obviamente, com o bom humor que a cantora sempre trouxe em tudo o que fazia. Confira o trecho (via Veja):
“Disse a ele (médico) que minha vida tinha sido maravilhosa e, que por mim tomava o ‘chazinho da meia-noite’ para ir desta para melhor. Que me deixassem fazer uma passagem digna, sem dor, rápida e consciente; queria estar atenta para logo recomeçar meu caminho em outra dimensão. Sou totalmente favorável à eutanásia. Morrer com dignidade é preciso.”
Negação ao tratamento
Rita Lee revelou ainda que, de início, não queria se submeter ao tratamento com radio e quimioterapia. Ela testemunhou o sofrimento da própria mãe, anos antes, durante as sessões – e ficou aterrorizada diante do cenário.
A cantora teve o apoio da família: o marido Roberto de Carvalho e os filhos, Antônio, João e Beto Lee, que a incentivaram a passar pelo tratamento.
“O amor dos boys Carvalho/Lee me fez optar por aceitar fazer o tratamento, porque, se fosse por mim, adeus mundo cruel na boa.”
Sobre Rita Lee
Nascida em 31 de dezembro de 1947, em São Paulo, Rita Lee Jones sempre fez jus ao título de “rainha do rock brasileiro” – o qual ela revelou considerar “cafona”. Irreverente, provocadora e dona de um talento acima da média para cantar e compor, ela se destacou inicialmente à frente dos Mutantes, uma das mais importantes bandas do país, ainda na década de 60.
O trio, completado por Sérgio Dias e Arnaldo Baptista, surgiu como resultado de alguns grupos adolescentes que foram se unindo e perdendo membros. Com sua formação original, o grupo durou até 1972, quando Rita Lee foi expulsa da banda por Baptista, com quem também havia encerrado um casamento.
Já em carreira solo, nos anos 1970, acompanhada pela banda Tutti-Frutti, Rita Lee continuou em alto nível, lançando hits e álbuns bem-produzidos. Arrumou uma nova parceria na música e na vida na figura de Roberto de Carvalho, com quem se casou e teve três filhos. Junto, o casal compôs e produziu músicas exaustivamente reproduzidas nas rádios e nas trilhas sonoras de novelas também na década de 1980.
A partir dos anos 1990, Rita Lee seguiu sozinha, embora não tenha se separado de Roberto na vida conjugal. Foi um período mais experimental, no qual também celebrou sua carreira até aquele momento em grandes turnês. A cantora se aposentou dos palcos em 2012, passando a viver uma vida reclusa, dedicada à escrita e à causa dos animais, com aparições públicas cada vez mais raras.
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