Quem acompanha a história do Metallica mais a fundo sabe que a banda possui verdadeira repulsa a uma das músicas de seu segundo álbum, “Ride the Lightning” (1984). Até por isso, “Escape” só foi figurar no setlist de um show durante a edição 2012 do extinto Orion Music Festival, quando o grupo se comprometeu a fazer um show tocando o disco na íntegra.
Mesmo antes de executá-la, o vocalista e guitarrista James Hetfield fez questão de anunciar ao público:
“A música que nunca quisemos tocar ao vivo, nunca… está agora no setlist. Não temos medo, só esperamos que seja bom. Faremos o nosso melhor.”
Em entrevista de 2018 ao Rock Talk with Mitch Lafon, o produtor Flemming Rasmussen destacou que “Escape” foi a única música, entre 1984 e 1988, que provocou dúvidas quanto à inclusão no tracklist.
“Foi a única vez que conversamos, tipo: ‘Essa música é muito curta? Muito pop?’. Foi a única coisa que questionaram. ‘Vamos gravar essa música ou não?’. E acabamos gravando.”
Já o baterista Lars Ulrich falou à Metal Hammer em 2020 sobre a canção. E tentou explicar o objetivo por trás de sua criação, além de desmistificar sentimentos negativos.
“Virou folclórico eu odiar ‘Escape’. Não é verdade! Foi a última música composta para ‘Ride the Lightning’ e a deixamos, propositalmente, um pouco menor que as outras. Pensamos na pegada de ‘Run to the Hills’ (Iron Maiden) ou ‘Living After Midnight’ (Judas Priest)… ouso a usar as palavras ‘músicas para rádio’. Então, em vez de uma canção tipo ‘Seek and Destroy’ de 8 minutos, deixamos a duração mais curta.”
Porém, parece que a realidade é um pouco distante disso. O TikToker shotokanguitarist postou recentemente um pequeno vídeo onde pergunta:
“Ouvindo ‘Escape’ do Metallica depois de muitos, muitos anos. Será que ela é melhor do que eu me lembrava?”
A própria banda – ou ao menos a pessoa responsável por sua conta na plataforma – foi aos comentários e respondeu:
“Não, não é.”
Obviamente, a reação entre os fãs se dividiu. Alguns concordaram, outros disseram que a faixa é melhor que as do último disco, “72 Seasons” e ainda houve quem pediu que ela volte aos setlists de shows.
Metallica e o álbum “Ride the Lightning”
Segundo álbum do Metallica, “Ride the Lightning” foi gravado em três semanas no Sweet Silence Studios em Copenhague, Dinamarca. Tornou-se o último a contar com contribuições de Dave Mustaine nas composições (embora o líder do Megadeth discorde), assim como o primeiro a ter colaborações de seu substituto, Kirk Hammett.
A sonoridade já contava com maior sofisticação em comparação à crueza do disco de estreia, “Kill ‘Em All” (1983). O mesmo pode ser dito do conteúdo lírico, com citações a escritores como Stephen King, Ernest Hemingway e H.P. Lovecraft.
“Ride The Lightning” vendeu mais de 6 milhões de cópias só nos Estados Unidos. A turnê contou com a primeira aparição da banda no Monsters Of Rock, em Donington, tocando entre Ratt e Bon Jovi – o que despertou a ira de James Hetfield, com direito a discurso inflamado em pleno palco.
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