Luciano Hang, empresário e proprietário da rede de lojas Havan, está processando a banda punk Punkzilla, de Porto Alegre. O motivo é a música “Eu odeio o véio da van”, lançada em 2020, cujo título soa como “véio da Havan”, “apelido” do profissional nas redes sociais
De acordo com a coluna do jornalista Ancelmo Gois no site O Globo, Hang considerou a letra da canção “extremamente ofensiva e desrespeitosa”. Sua defesa alega também que tanto a capa do single, feita pelo ilustrador Jean Etienne, como o conteúdo referenciam diretamente o empresário, mesmo sem citar o nome dele.
No caso, a arte de “Eu odeio o véio da van” contém um senhor de olhos claros careca e uma estátua da Liberdade – símbolo da Havan, que tem uma réplica presente do monumento em suas unidades.
A petição inicial ainda ressalta a presença de 21 xingamentos diferentes no single, como “babaca”, “caloteiro”, “corno” e “brocha”, e as consequências para a reputação de Hang advindas de tais palavras. Diz o documento:
“Ora Excelência, é mais do que claro que uma música com, pelo menos, 21 xingamentos diretos e imputação de características criminosas, por si só enxovalham a honra e imagem do autor, menoscabando sua respeitabilidade social.”
Na Justiça, Luciano pede indenização de R$ 100 mil por danos morais e a retirada de circulação da música. Por meio do Instagram, o Punkzilla disse não ter recebido nenhuma notificação até o momento:
“Fomos processados pelo Luciano Hang pela música ‘Eu odeio o véio da van’. Não sabíamos que ele dirigia vans. Ficamos sabendo pelos jornais, mas ainda não recebemos a intimação. Cremos que o Sr. Hang cometeu um equívoco.”
Segundo a descrição do grupo, que cita Dead Kennedys, Black Flag e Misfits como influências, “Eu odeio o véio da van” teve inspiração em um homem que causou problemas durante uma turnê dos músicos há alguns anos. O indivíduo em questão não cumpria com os combinados, quebrava regras no trânsito e apoiava, na época, o ex-presidente Jair Bolsonaro (político que a banda mostrou-se contra).
“Chegar em cima da hora, querer ir embora antes do combinado, imprudente no trânsito e, ainda por cima, adorador do coiso… Este single fala de um um véio que dirige uma van. Este véio safado criou altas confusões e problemas numa tour que fizemos por aí há alguns anos.”
Luciano Hang e o processo contra Lucas Silveira
Essa não foi a primeira vez que Luciano Hang processou um artista da música. Em maio do ano passado, ele moveu uma ação contra Lucas Silveira, vocalista da banda Fresno, por danos morais.
Na época, ao comentar uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo com título “Empresários do varejo pressionam governo contra importação da China por pessoa física”, o cantor afirmou:
“O Luciano Hang aka (sigla em inglês para ‘também conhecido como’) VÉIO FDP DA HAVAN é provavelmente o maior paunoku da história desse país.”
A defesa de Hang pediu então R$ 100 mil e a retirada da postagem do ar porque tais palavras usadas causariam “danos morais indenizáveis, notadamente pelo exercício abusivo do direito à liberdade de expressão”. No entanto, o post não foi excluído.
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