Quem nunca passou pela famosa situação de escutar uma determinada música e ficar com ela grudada na cabeça? E em alguns casos, até começa a cantarolá-la – incluindo em momentos inapropriados?
Isso acontece com certa frequência por se tratar de um fenômeno comum, segundo a ciência. Ainda assim, também é importante se atentar caso a música chata e “grudenta” apareça acompanhada de outros sintomas.
E o que podemos fazer para interromper o processo e tirá-la da cabeça? A seguir, vamos te explicar tudo sobre esse fenômeno. As informações são da Medscape e A Rádio Rock.
“Imagens musicais involuntárias”
Existem nomes para esse fenômeno: o semioficial é “imagens musicais involuntárias”. No entanto, ele também é conhecido como “síndrome da música presa/música pegajosa” e “repetição de imagens musicais intrusivas”. Acredite se quiser, mas o problema é estudado pela ciência desde 1885.
Essa síndrome é tão comum de acontecer entre as pessoas que um estudo feito em 2020, com estudantes universitários nos Estados Unidos, mostrou que 97% dos participantes ficaram com uma música grudada na cabeça no mês anterior. Além disso, uma em cada cinco pessoas afirmaram que passaram pela situação mais de uma vez no dia.
A pesquisa também mostrou que uma música ficava grudada, em média, de 10 a 30 minutos na cabeça dos participantes – com um percentual pequeno (8,5%) afirmando que sofreu com o problema por mais de três horas.
Por fim, 86% dos participantes relataram que para tirar uma música grudada na cabeça, tentavam conversar com amigos ou decidiam escutar outras canções.
Pesquisas anteriores sobre o assunto afirmaram que o fenômeno costuma durar mais tempo e fica mais difícil de controlar se for uma música importante para a pessoa, além de ser mais comum entre as mulheres.
Pessoas musicais também estão propensas a sofrer mais com o problema, segundo David Silbersweig, codiretor do Institute for the Neurosciences do Brigham and Women’s Hospital, que fica nos Estados Unidos.
“Pessoas muito musicais podem ficar com músicas grudadas na cabeça com mais frequência pois para elas, é fácil evocar determinada linha melódica.”
Redes do cérebro são as “culpadas”
São várias as partes do cérebro responsáveis por fazer uma música ficar grudada na sua mente.
Estudos já mostraram que o córtex auditivo do lobo temporal e áreas mais profundas deste mesmo local do cérebro são os “culpados” pelo fenômeno. O primeiro é responsável pela forma que percebemos a música, enquanto o segundo cuida da recuperação da memória.
Já uma pesquisa, datada de 2015 e publicada no jornal “Consciousness and Cognition”, comprovou que o problema envolve diversas redes cerebrais. No caso, as responsáveis pela percepção, emoções, memória e pensamentos espontâneos.
Problema comum, mas que pode exigir atenção
Antes que você já se preocupe e saia pesquisando sobre o assunto na internet, não há motivo para alarde, pois as imagens musicais involuntárias são comuns e consideradas inofensivas pela ciência.
Entretanto, é importante lembrar que em casos mais raros, o fenômeno pode indicar algumas doenças psiquiátricas, como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Além disso, segundo a neurologista Elaine Jones, se o problema ocorrer acompanhado de outros sintomas, como confusão, perda de visão, alterações visuais ou perda de fala, é preciso procurar orientação médica.
“O mais preocupante seria a convulsão, mas outras causas podem ser a aura da migrânea (um tipo de enxaqueca). Em uma pessoa jovem, com menos de 20 anos de idade, esse tipo de fenômeno pode indicar uma doença psiquiátrica, como esquizofrenia.”
Um estudo feito no Japão também afirmou que se as imagens musicais involuntárias persistirem por muito tempo em uma pessoa, isso pode ser um indicativo de depressão.
O que fazer para se livrar da música grudenta
Especialistas listam seis técnicas caso aquela música chata grudada na cabeça esteja te irritando ou o problema te incomode com frequência, que são:
- Ter playlists variadas;
- Fazer pausas de silêncio durante o dia;
- Caminhar em um ritmo mais rápido ou lento que o da música “grudenta” (interrompe a memória do ritmo e pode fazer a música “sumir”);
- Escutar a música até o fim (escutar apenas trechos podem favorecer o problema);
- Distrair-se com o trabalho, algum outro passatempo ou tarefa que exija concentração;
- Mascar chiclete (é uma atividade que interfere nas memórias consideradas repetitivas).
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.