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A conturbada história de Robert Downey Jr antes do Homem de Ferro

Vício em drogas levou o ator ao fundo do poço – até que ele conseguiu abandonar o problema e voltar a brilhar

Robert Downey Jr está entre os atores mais queridos e populares da atualidade. O sucesso conquistado pelo astro nos últimos anos é tamanho que mal nos lembramos que o intérprete do Homem de Ferro nos cinemas teve um passado pra lá de conturbado, com direito a períodos de prisão.

Tais problemas foram fruto de um passado sombrio, em que o vício em drogas passou a controlar diversos aspectos de sua vida. Felizmente, ele conseguiu superar tudo isso.

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Caso queira conhecer mais detalhes sobre este passado complicado de Robert Downey Jr antes de interpretar o Homem de Ferro, continue a leitura abaixo. As informações são da Wikipedia, Dream Life Recovery, Brobible, Movieweb e Fandom Wire.

Drogas na infância e primeiros trabalhos

Os problemas de Robert Downey Jr com drogas começaram ainda em sua infância. O ator é filho do cineasta Robert Downey Sr, que também sofria com o vício.

Com apenas 8 anos de idade, o pai do astro permitiu que ele experimentasse maconha pela primeira vez – algo que o cineasta revelou ter arrependimento. O próprio Robert Downey Jr revelou que era desta maneira que ele conseguia se conectar com Robert Downey Sr.

“Quando eu e meu pai usávamos drogas juntos, era como se ele tentasse expressar seu amor por mim da única maneira que ele sabia.”

Ao mesmo tempo, o astro começou a fazer participações nos filmes que tinha o envolvimento de seu pai. Downey Jr fez sua estreia nos cinemas com apenas cinco anos de idade, ao aparecer no longa “Pound”, lançado em 1970, dirigido e roteirizado por Downey Sr.

No início dos anos 1980, Downey Jr decidiu abandonar os estudos para se tornar ator. Passou a se apresentar em algumas peças de teatro e chegou a ser integrante do famoso humorístico americano “Saturday Night Live”, durante a temporada de 1985-86.

No entanto, Downey Jr e outros colegas de elenco – entre eles, Joan Cusack e Randy Quaid – foram demitidos ao término da temporada por conta dos baixos índices de audiência. Sua popularidade foi tão ruim que a revista Rolling Stone chegou a dizer que ele foi “o pior membro de um elenco da história do show”.

O estrelato antes da queda

Apesar das críticas por seu trabalho no “Saturday Night Live”, não demorou muito para Robert Downey Jr mostrar seu valor para Hollywood e ser alçado ao estrelato.

Ainda em 1985, Downey Jr apareceu nos filmes “Tuff Turf – O Rebelde” e “Mulher Nota 1000”, que ajudaram a impulsionar o então novato. Até o final dos anos 1980, o ator apareceu em vários outros filmes de temática adolescente.

Isso o fez ser considerado um membro do chamado “Brat Pack”, nome dado para um grupo de atores que costumavam aparecer neste tipo de filme – e incluiu nomes como Emilio Estevez, Rob Lowe e Demi Moore.

Na mesma época, Downey Jr também passou a participar de longas com as mais diversas temáticas, como drama, comédia e romance. Este período de sua carreira chegou ao ápice em 1992, quando ele interpretou Charlie Chaplin na cinebiografia do lendário ator. Sua performance foi bastante elogiada, rendendo uma indicação ao Oscar de Melhor Ator.

Nos anos seguintes, Downey Jr apareceu em mais alguns filmes, como “Morrendo e Aprendendo”, “Só Você”, “Assassinos por Natureza” e “Ricardo III”. Mas a partir da segunda metade dos anos 1990, seu vício em drogas o levou ao fundo do poço.

Problemas com drogas e diversas prisões

É bem provável que Robert Downey Jr queira esquecer o período que viveu entre 1996 e 2001. Afinal, foi durante esta época que seu vício em drogas se acentuou e chegou a ser preso algumas vezes.

Em abril de 1996, o ator foi detido em Los Angeles por posse de cocaína, heroína e um revólver sem munição – além de estar sob influência das duas substâncias no momento da prisão.

Três meses depois, foi preso novamente por um incidente bizarro: sob o efeito de uma substância controlada, invadiu a casa de um vizinho e dormiu em uma das camas da residência.

Cientes dos problemas com drogas do ator, a Justiça americana passou a exigir de Downey Jr testes compulsórios para comprovar que estava sóbrio. Ao se ausentar de um deles em 1997, foi obrigado a ficar seis meses detido.

Em 1999, o astro chegou definitivamente ao fundo do poço. Após faltar novamente a um teste exigido pela Justiça, foi sentenciado a três anos de prisão e cumpriu a pena em um centro específico para pessoas que sofriam com o vício em drogas.

Após ficar um ano detido no local, a Justiça decidiu libertar Robert Downey Jr O ator pagou fiança estimada em 5 mil dólares e deixou a prisão. Uma semana mais tarde, passou a fazer parte do elenco do seriado “Ally McBeal”.

Inesperadamente, a presença do ator ajudou a impulsionar a popularidade do show, que estava em queda. Downey Jr chegou a ser indicado ao Emmy por conta de suas atuações.

No entanto, o astro já garantiu que por mais que tenha recuperado parte do prestígio, nunca gostou muito de sua atuação na série e diz que sofreu bastante com seus vícios nesta época.

“Foi meu ponto mais baixo na questão do vício. Nesta época, estava pouco me f*dendo se ia atuar novamente.”

Durante o feriado de Ação de Graças de 2000, o ator foi novamente preso por estar sob a influência de uma substância controlada e posse de cocaína. Meses depois, em abril de 2001, Robert Downey Jr foi encontrado pela polícia de Los Angeles andando descalço e desorientado.

O ator foi detido novamente por suspeita de estar sob a influência de drogas. Apesar de testes terem comprovado a presença de cocaína no corpo do ator, foi liberado.

Consequências e reabilitação

Ainda assim, o incidente final teve seu preço: a produção de “Ally McBeal” demitiu Robert Downey Jr e episódios futuros com sua participação foram regravados sem sua presença. Na vida pessoal, sua então esposa, a atriz e cantora Deborah Falconer, que também é mãe do filho mais velho do ator, pediu o divórcio.

Com a carreira em risco novamente, cheio de dívidas e perto de declarar falência, o astro decidiu mudar de vez seu estilo de vida. Este episódio fez Robert Downey Jr levar a sério o tratamento para tratar, de uma vez por todas, seu vício em drogas.

Para o programa da apresentadora Oprah Wifrey, o astro revelou que após este episódio, sabia que qualquer recaída o levaria novamente para a prisão e que havia se cansado.

“Eu disse: ‘Quer saber? Acho que não consigo mais fazer isso’. E aí, procurei por ajuda. Não é tão difícil assim abandonar esses problemas complicados. O difícil é tomar essa decisão.”

Desde julho de 2003, Robert Downey Jr garante que nunca mais utilizou qualquer tipo de droga. O ator já afirmou que sua atual esposa, a produtora Susan Downey, o ajudou no processo, e que atividades como meditação, yoga e o apoio da família também contribuíram.

A redenção de Robert Downey Jr

O primeiro grande trabalho de Robert Downey Jr após se livrar do vício que o atormentou por anos veio com o filme “Crimes de um Detetive”, lançado em 2003.

O astro só conseguiu o trabalho com ajuda de Mel Gibson, um dos produtores do filme, que havia se tornado – e até hoje é – seu amigo. Seu histórico turbulento fez com que muitos estúdios de Hollywood fechassem as portas para ele – mesmo após garantir que se livrou do vício.

Com o passar do tempo, Downey Jr mostrou que estava de volta aos trilhos. O ator participou de filmes como “Na Companhia do Medo”, “Beijos e Tiros”, “Boa Noite e Boa Sorte”, “O Homem Duplo” e “Zodíaco”.

No entanto, como você percebeu, nenhum destes filmes mencionados acima foram grandes sucessos e são lembrados por poucas pessoas. Faltava um “blockbuster” para o ator mostrar que podia estrelar um grande sucesso.

Até que, em 2008, veio a redenção definitiva de Robert Downey Jr.

Robert Downey Jr, o Homem de Ferro

Foi neste ano que chegou nos cinemas o primeiro filme do “Homem de Ferro”, em que Robert Downey Jr deu vida ao popular herói da Marvel. No entanto, se dependesse de muita gente, o ator não teria interpretado seu personagem mais famoso.

Também por conta do seu passado complicado, muitos executivos da Marvel torceram o nariz para sua escolha. No entanto, o diretor do filme, Jon Favreau – que também interpretou o personagem Happy Hogan –, foi o responsável pela decisão e explicou seus motivos.

“Os melhores e piores momentos da vida de Robert foram expostos ao público. Ele teve de encontrar um balanço para ultrapassar os obstáculos que iam além de sua carreira. Esse é o Tony Stark.”

Favreau também já deu a entender que não aceitaria a escolha de outro nome para o papel do herói.

“Era meu trabalho como diretor mostrar que aquela era a melhor escolha do ponto de vista criativo. Todos sabiam que ele era talentoso e, ao estudar o papel do Homem de Ferro e desenvolver o roteiro, percebi que o personagem pareceu se encaixar com o Robert, seja da melhor ou da pior maneira.”

Muitos podem se esquecer, mas também em 2008, Robert Downey Jr participou de outro filme que o ajudou a retomar sua carreira pra valer: a comédia de ação “Trovão Tropical”, em que ele interpretou o personagem Kirk Lazarus, que foi um dos destaques.

Além de o próprio longa ter sido um sucesso, a atuação de Robert Downey Jr foi tão elogiada que rendeu a ele uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.

Estes dois sucessos fizeram o astro voltar de vez aos holofotes e retomar sua carreira. Além de ter interpretado o Homem de Ferro em vários filmes do Universo Cinematográfico Marvel, apareceu em outros longas, como a franquia “Sherlock Holmes”, “Um Parto de Viagem”, “O Juiz” e “Dolittle”.

Além disso, o sucesso que obteve com o Homem de Ferro também transformou Robert Downey Jr no ator mais bem pago de Hollywood entre 2013 e 2015. Uma redenção e tanto.

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Augusto Ikeda
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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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