Após ter chegado ao topo do mundo, o Led Zeppelin dividiu opiniões pela primeira vez em outubro de 1970. Na ocasião, lançou o terceiro álbum de sua discografia: “Led Zeppelin III”.
Com clássicos como “Immigrant Song” e “Tangerine”, o disco apresentou a evolução da sonoridade da banda para um folk acústico. Contudo, o trabalho não agradou a parcela de fãs que apreciava o blues rock pesado dos trabalhos anteriores.
Em 2020, Jimmy Page relembrou “III”, que completava seu 50º aniversário de lançamento. Em entrevista à Total Guitar, o guitarrista abordou o assunto, inicialmente, compartilhando uma opinião bem sincera sobre as críticas contra o álbum.
“As pessoas diziam: ‘oh, o Led Zeppelin se tornou acústico’. Bem, o que aconteceu com seus ouvidos no primeiro e no segundo álbum? Ha ha.”
Em seguida, ele destacou que a mudança de sonoridade ocorreu como a progressão de ideias que se desenvolveram ao longo da discografia.
“São apenas variações de um tema, na verdade. Havia tantas ideias colocadas no primeiro álbum, mas elas foram capazes de crescer e se desenvolver. Com o terceiro álbum, tivemos uma pausa na turnê e isso nos deu a chance de trabalhar mais no material acústico.”
O músico também abordou como a banda fugia do “mais do mesmo” e buscava inovar a cada lançamento.
“Coisas como ‘That’s the Way’ são incrivelmente brilhantes, sabe? Há tanta coisa boa nela, e cada música que gravamos sempre era diferente, sempre teve seu próprio caráter. Se alguma coisa começasse a soar como outra coisa que nós tínhamos feito antes, simplesmente parávamos de fazer. Não gravamos coisas que soassem como algo que foi gravado antes, como uma versão secundária de outra coisa, como ‘Whole Lotta Love Versão Dois’.”
Jimmy Page sempre tem um plano
Jimmy Page ainda revelou que sempre quis inovar a sonoridade do Led Zeppelin a cada álbum. O guitarrista, que também acumulava a função de produtor, pensava com antecedência as texturas a serem abordadas no material.
“Eu sabia que queria inovar, sabia o que queria fazer. No terceiro álbum há ‘Tangerine’, mas eu compus ‘Tangerine’ ainda no The Yardbirds. Então esperei um bom tempo. Não a colei no primeiro álbum nem no segundo, esperei até que se encaixasse com a textura certa de todo o resto, se encaixa muito bem no terceiro álbum. Então, sim, eu tinha um plano [risos]. E não apenas para aquela música, é claro!”
Sobre “Led Zeppelin III”
Após realizar uma série de shows pela Europa e América do Norte, no fim de 1969 os membros do Led Zeppelin buscaram um cenário mais sóbrio para desenvolver seu próximo trabalho, o terceiro da carreira – não à toa nomeado “III”. Desta forma, Robert Plant sugeriu aos colegas uma cabana em Snowdonia, região montanhosa de Gales.
Isolados do mundo e até mesmo sem energia elétrica, os músicos se apoiaram em uma textura bucólica pautada em arranjos acústicos e mais polidos. Plant comentou o período em entrevista à Classic Rock.
“Era hora de fazer um balanço e não se perder nisso tudo. E qual a melhor maneira de cair na real do que em um lugar sem eletricidade, velas para iluminar, água de um riacho e um banheiro externo?”
Como resultado, “Led Zeppelin III” mostrava a banda expandindo sua musicalidade. Também foi o álbum em que o baixista John Paul Jones intensificou seus experimentos com uma variedade maior de instrumentos, usando teclados, sintetizadores e bandolim, entre outros.
Exceção a “Tangerine”, Robert Plant escreveu todas as letras. Inspirado por músicos folk, Jimmy Page experimentou diferentes afinações de violão.
Ainda que não tenha repetido as vendas de seus antecessores, o disco chegou ao número 1 nos Estados Unidos e Grã-Bretanha, vendendo mais de 13 milhões de cópias em todo o mundo.
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Difícil de acreditar que alguém reclame desse disco Led Zeppelin III. É uma obra prima, tudo de bom do rock. ♂️
E como está difícil hoje em dia.