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Qual música Syd Barrett considerava a melhor do Pink Floyd

Primeiro líder da banda se afastou do mundo artístico no início da década de 1970 para nunca mais voltar

Força criativa por trás do Pink Floyd em seus anos iniciais, Syd Barrett exerceu um papel crucial para a identidade da banda fundada em 1965. Apoiado no abuso de LSD, Barrett compôs grande parte de “The Piper at the Gates of Dawn” (1967), álbum de estreia do grupo e único com a participação integral do artista, que se ausentou em 1968 por conta de problemas de saúde agravados pela droga.

Após gravar dois álbuns solo – “The Madcap Laughs” e “Barrett”, lançados em 1970 – com a contribuição de ex-colegas de banda, Syd Barrett se afastou completamente da música. Os relatos são de que ele praticamente não revisitou seu trabalho com o Pink Floyd até sua morte, em 2006.

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De acordo com o site Far Out Magazine, uma das poucas ocasiões em que Syd teve contato com a obra de seu antigo grupo foi na época em que a BBC lançou um documentário a respeito deles. Sua irmã, Rosemary Green, diz que o músico não deu muita importância a um compilado de faixas da banda definidas por ele como “um pouco barulhentas”. Na ocasião, a memória afetiva foi ativada por “See Emily Play”, single de 1967 definido por ele como sua canção favorita.

A musa da composição de Syd Barrett

Composta pelo próprio Syd Barrett, especula-se que “See Emily Play” tenha inspirada em Emily Baron, conhecida como “A Colegial Psicodélica” no clube de OVNIs frequentado pelo primeiro líder do Pink Floyd. A teoria – publicada no livro “A Saucerful of Secrets: The Pink Floyd Odyssey” de Nicholas Schaffner – foi comentada pela suposta musa em entrevista à Mojo (via Songfacts).

“Na noite de sexta-feira no Saints Hall, a banda regular era o Pink Floyd Sound. Eu gostava mais de R&B, então a coisa hippie sonhadora deles não era exatamente minha praia, mas era interessante. E o show de luzes era maravilhoso, e eu gostava de ficar chapada e dançar. Depois de tocar, sentávamos em sofás cinzas e distribuíamos baseados. Eu era muito bonita, e correu o boato de que eu era a filha de um lorde, e aparentemente os caras da banda me chamavam de ‘colegial psicodélica’.

Eu pensei, nossa, que legal, uma música com o meu nome, mas não pensei que fosse sobre mim. E não acho que foi agora porque Syd e eu não tínhamos um caso de amor e ele realmente não me conhecia. Pode ter sido alguma outra garota que desempenhou um papel em seu sonho. Poderia ter sido Jenny, mas Emily rimou melhor.”

De encontro com a declaração de Young, outra teoria diz que Emily foi uma mulher, real ou fruto de uma alucinação, que Barrett conheceu durante uma onda de LSD. 

Aprofundando-se na relação do músico com as drogas psicodélicas no período da composição, Young disse em entrevista à Independent em 2013, que Barrett parecia estar ciente do perigo da dependência. 

“Ele era absolutamente agradável. Ele era um poeta e artista natural, uma criatura da floresta, como Puck em “Sonho de Uma Noite de Verão”. Ele estava passando por um inferno na época porque estava tomando muito ácido e sabia que estava em perigo.”

O cenário ilustrado vai de encontro com trechos da música, que pode ser interpretada como uma reflexão de Barrett perante a deterioração de sua saúde mental. 

“[…] Assim que escurece, Emily chora

Olhando fixo por entre as árvores no sofrimento, quase sem fazer barulho até amanhã

Não há outro dia

Vamos tentar de outra forma

Você vai perder sua mente e jogará

Os jogos gratuitos de maio

Veja Emily brincar […]”

Pink Floyd e “See Emily Play”

“See Emily Play” foi o segundo single da carreira do Pink Floyd e conquistou o top 10 das paradas britânicas, além de render à banda uma participação no tradicional programa “Top of the Pops”. A faixa foi disponibilizada sem estar ligada a nenhum álbum, mas foi adicionada às versões norte-americanas de “The Piper at the Gates of Dawn” (1967). 

Em conversa com a Rock Cellar Magazine em 2020, o baterista Nick Mason relembrou o processo de gravação e mixagem do single.

“Gravamos no Sound Techniques em Chelsea e a música parecia ótima. O engenheiro de estúdio, John Wood, foi muito bom, então rapidamente amamos o som dela, mas o interessante. O problema era que… uma vez que fomos para casa, [o produtor Joe Boyd] foi e fez aquele tipo de piano de velocidade dupla no meio disso. E então, curiosamente, de certa forma, estávamos um pouco fora tendo controle total sobre isso. Quero dizer, não tenho queixas sobre isso.”

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Tairine Martins
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Tairine Martins é estudante de jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Administra o canal do YouTube Rock N' Roll TV desde abril de 2021. Instagram: @tairine.m

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