Poucos artistas têm uma discografia tão forte como Ozzy Osbourne. Embora tenha começado já fazendo história no Black Sabbath, sua carreira solo obteve um sucesso comercial ainda maior, com álbuns clássicos praticamente a cada lançamento durante os anos 80 e início dos 90. Ainda assim, o Madman se arrepende da forma como um desses trabalhos foi gravado naquela época.
Em entrevista para a Goldmine, trazida pelo site Rock Celebrities, Osbourne foi convidado a relembrar seus álbuns solo e, inicialmente, se mostrou contente com seus primeiros anos fora do Sabbath. Apesar de conturbado, com várias controvérsias (a exemplo de prisões e mordidas em pombos e morcegos) e a trágica morte do guitarrista Randy Rhoads, o período rendeu algumas das melhores obras da carreira do Madman.
“Não tenho uma música favorita, por si. Existem álbuns que eu gosto mais do que outros. ‘Blizzard of Ozz’, com Randy Rhoads, foi especial, um álbum muito especial. ‘Bark at the Moon’ foi ok, considerando o que eu estava passando emocionalmente.”
O discurso mudou um pouco quando Ozzy chegou então ao disco de 1986, “The Ultimate Sin”. Reconhecidamente o menos querido do vocalista nos anos 80, o trabalho poderia ter sido gravado de forma melhor, de acordo com o próprio cantor.
“Então teve ‘The Ultimate Sin’, que era ‘pegar ou largar’. Algumas boas canções, mas eu senti que poderia tê-lo gravado melhor. O próximo grande álbum para mim foi ‘No More Tears’. Esse ainda é um grande álbum. Eu ainda gosto de ouvir as músicas.”
Curiosamente, Ozzy não citou dois álbuns importantes dos anos 80: “Diary of a Madman” (1981) foi seu segundo disco solo e o último com Rhoads. Já entre o “patinho feio” “The Ultimate Sin” e o aclamado “No More Tears” (1991), o Madman deixou passar “No Rest for the Wicked” (1988), que marcou a estreia de Zakk Wylde na guitarra.
Repudiado por Ozzy Osbourne
A opinião menos receptiva de Ozzy Osbourne sobre “The Ultimate Sin” é de conhecimento público. O guitarrista Gus G, que tocou com ele de 2009 a 2017, disse em recente entrevista ao The Metal Voice (transcrita pelo Ultimate Guitar) que quando revelou ao ex-patrão ser um grande fã do trabalho, ouviu uma resposta que ia na contramão.
“Eu amo a música ‘Shot in the Dark’ e também há muitas pérolas escondidas nesse álbum, como ‘Lightning Strikes’ e ‘Killer of Giants’. Lembro-me de dizer a Ozzy do quanto gostava do álbum, mas ele me disse o quanto odiava. Foi um período ruim em sua vida e ele não gostava da mixagem.”
Sobre “The Ultimate Sin”
Lançado em 1986, “The Ultimate Sin” traz Ozzy Osbourne imerso no glam rock que dominava o mainstream na época. Cabelos espalhafatosos, roupas coloridas e cheias de brilho marcam o visual da época, bem como o som, bem mais “pasteurizado”, mas sem abrir mão da qualidade que marca a obra do Príncipe das Trevas.
Foi o segundo e último álbum de Ozzy com Jake E. Lee, o substituto oficial de Randy Rhoads após tentativas com outros músicos. O guitarrista brilha em bons riffs e solos como na faixa-título, na balada “Killer of Giants” e no hit “Shot in the Dark”, a única que parece ter resistido ao teste do tempo.
O restante da banda passou por total reformnulação. Estreavam o baterista Randy Castillo e o tecladista John Sinclair, enquanto o baixista Phil Soussan tocava em seu único álbum do Madman.
Apesar de Ozzy não ser o maior apreciador, “The Ultimate Sin” foi seu trabalho mais vendido na época, superado apenas por seus sucessores.
A turnê teve o Metallica como uma das atrações de abertura e rendeu algumas das histórias mais bizarras sobre o comportamento extremo de Ozzy na década de 80.
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