Desde sua vitória no Eurovision em maio de 2021, o grupo italiano Måneskin engatou uma intensa rotina de turnês, compartilhando o palco com uma série de artistas consagrados em festivais de todo o mundo. Em meio aos compromissos, abriram um show dos Rolling Stones e provocaram uma reação curiosa do guitarrista Keith Richards.
Em entrevista à rádio americana KROQ (transcrição via Rock Celebrities), o vocalista Damiano David comentou inicialmente o intenso ano de trabalho.
“É até difícil [escolher uma experiência], tivemos tantas experiências incríveis. Como você disse, abrimos para os Stones e fizemos muitas, muitas coisas. Tocamos nos festivais mais importantes do mundo. Então a coisa toda, o ano inteiro que vivemos, é muito especial e incrível.”
A performance abrindo para os Stones ocorreu no Allegiant Stadium, em Las Vegas, em 6 de novembro de 2021. Parte da primeira turnê dos italianos nos Estados Unidos, o compromisso reuniu 40 mil pessoas. Apesar da enorme responsabilidade, os jovens músicos receberam apoio dos veteranos – até mesmo de Richards, conhecido por ser um tanto ranzinza.
“Foi uma das melhores interações de todos os tempos, porque ele disse: ‘Ok, pessoal, não sei quem vocês são, mas alguém me disse que vocês tocam guitarra. Muito bom. Continuem assim’. E desapareceu em seguida.”
Mick Jagger, por sua vez, foi mais amistoso. O vocalista registrou o encontro com uma publicação em seu Instagram, cuja legenda diz:
“Ótima noite em Las Vegas com Måneskin.”
Måneskin e Mick Jagger
Em maio de 2022, meses após o encontro, Damiano David discordou de comentários feitos por Mick Jagger sobre a longevidade do rock and roll. Em entrevista à rádio sueca P4 (via Independent), o cantor dos Stones havia dito que poucos artistas de rock estavam em atividade no momento, citando Machine Gun Kelly e Yungblud como destaques.
“No rock você precisa de energia, e não tem surgido muitos artistas de rock. Agora tem poucos. Tem o Yungblud e Machine Gun Kelly. Essa coisa da vibe post-punk me faz pensar que ainda tem um pouco de vida no rock and roll.”
Defensor da vida eterna do gênero, Damiano respondeu às declarações de Jagger em entrevista ao NME. O italiano destacou que tudo se trata da evolução da música.
“Ninguém está ‘mantendo o rock’n’roll vivo’. É simplesmente impossível matá-lo. Na minha cabeça, o que fazemos é muito diferente do que MGK está fazendo, que está muito longe do que Yungblud está fazendo, que está muito longe do trabalho da Willow Smith, mas muitos artistas trazem de volta esse tipo de som e energia: guitarras distorcidas e bateria de verdade, para tocar com a porra de uma banda com sons analógicos de verdade, gente pulando do palco – toda essa coisa do rock’n’roll. A música está apenas se desenvolvendo. Tudo está colidindo e se misturando de uma maneira boa.”
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