O Landfall está entre as diversas bandas brasileiras vinculadas à gravadora italiana Frontiers Music, que não é uma major, mas tem grande influência e projeção global. Electric Mob, Tarmat (que também lança álbum nesta sexta-feira), Semblant, Alírio Netto, Mayank, Spektra, Icon of Sin e Sculptor são apenas alguns dos grupos, artistas e projetos “made in Brazza” a chamarem atenção do selo comandado por Serafino Perugino nos últimos tempos.
O que esses artistas têm em comum? O apreço pela melodia, do hard rock aos variados subgêneros do metal. É uma marca da Frontiers. Nesse sentido, o grupo paranaense formado por Gui Oliver (voz), Marcelo Gelbcke (guitarra), Thiago Forbeci (baixo) e Felipe Souzza (bateria) nada de braçada com seu melodic hard rock que até flerta, mas não se envolve tanto com o AOR. É cativante e pegajoso na medida certa, sem apelar às baladas ou momentos piegas.
Em seu segundo álbum, “Elevate”, o quarteto preserva vários elementos – especialmente o capricho no desenvolvimento de ganchos melódicos – e até características de timbragem e sonorização presentes no debut, “The Turning Point” (2020). Como diferencial, está uma dose adicional de “punch”. Não peso: “punch”. Intensidade. Mesmo as baladas – ou semibaladas, se preferir – não deixam o ritmo geral desacelerar, exceção feita a “The Wind”, quase ao fim do tracklist.
A abordagem técnica na performance também é notória. Gelbcke, Forbeci e Souzza formam um trio instrumental impecável que remete aos melhores momentos de grupos como Winger e Mr. Big, enquanto Oliver é um daqueles cantores de timbre identitário. Ainda que se mantenha em registro mais agudo na maior parte do tempo, explorando menos sons mais graves do que talvez devesse, o cantor oferece performances dignas de nota – a melhor delas, “Chance to Destiny”, está justo no fechamento do disco.
Houve cuidado até mesmo na forma de distribuição do material pelo tracklist. A primeira etapa do álbum é feita para cativar logo de cara, a partir de sons como a mais pesada “Never Surrender”, o single “Two Strangers” – com seu ótimo trabalho de bateria – e a grudenta “Waterfall”. Da metade para frente, o grupo parece experimentar um pouco mais, a exemplo de “H.O.P.E.”, com sua veia quase H.E.A.T (será que a grafia do título é uma homenagem?), e “Shadows of Love”, adornada por uma produção ligeiramente mais contemporânea.
O único ponto menos convincente de “Elevate” é que, mesmo com a voz típica de Gui Oliver, você ouve quase toda música lembrando de outras bandas. Sabemos que o Landfall não busca reinventar a roda e todo músico no planeta tem suas influências, mas ao fim da audição, uma lacuna permanece: você fica com mais vontade de ouvir os grupos que guiam o som dos caras do que botar o disco para tocar de novo.
É algo a se pensar – ou não – para as próximas empreitadas, especialmente porque, com tanto talento envolvido, há potencial para fazer algo mais impactante e próprio. Mas nem de longe dá para reclamar. “Elevate” é um bom álbum e fortemente recomendado a fãs de hard rock melódico.
Ouça “Elevate” a seguir, via YouTube (playlist), ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.
O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!
Landfall – “Elevate”
- Never Surrender
- Two Strangers
- Waterfall
- Rescue Me
- Heroes Are Forever
- Elevate
- Feels Like Summer
- H.O.P.E.
- Shadows Of Love
- The Wind
- Chance To Destiny
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