Após a onda de cinebiografias que assolou a indústria cinematográfica nos últimos anos, M. Shawn “Clown” Crahan, cofundador do Slipknot, comentou a possibilidade da produção de algo neste formato sobre a banda.
Em entrevista à NME, o percussionista que também atua como cinegrafista – tendo produzido e dirigido parte dos videoclipes da banda – revelou o interesse em desenvolver uma produção independente, mas no formato de série. O controle criativo e formato usado pelos estúdios hollywoodianos não deve ser adotado. A cinebiografia do Queen foi citada como exemplo a não ser seguido.
“Não faz muito tempo que eu ficava muito frustrado com esse tipo de ideia, porque o negócio, digamos assim, estava nos pressionando para algo assim. O problema é que eu assisti ‘Bohemian Rhapsody’ e é estritamente unilateral. E as pessoas que escreveram e outras coisas, eles vão te dizer: ‘oh, deveria ser unilateral’. É apenas sobre a estrela, é a história de Freddie Mercury, mas eu também sou um fã de Brian May e eu quero saber mais sobre ele. Só não dá para fazer isso em duas horas, e os engravatados do mundo corporativo, que mantêm a [indústria cinematográfica], não querem fazer mais do que duas horas. Isso é um risco muito grande para o negócio deles e, infelizmente, eles controlam como a arte é tratada e chega à maioria da raça humana.”
Clown garantiu que o projeto só vai se concretizar caso tenha total controle criativo.
“Eu nunca deixaria ninguém nos representar, então estou guardando isso para o filme. Tive muitas ideias trazidas até mim, e muitas pessoas estão frustradas comigo sobre isso. Eles me disseram: ‘Talvez seja melhor que não se envolva’. E fiquei tipo: ‘Sim, vamos ver’. Porque se eu não estiver envolvido, isso significa que não estou envolvido. Ou seja: ‘boa sorte com o que estiver tentando fazer, porque não vou aprovar uma palavra disso’. Eles pressionaram, mas não estou interessado.”
A ideia de Shawn “Clown” Crahan
O artista revelou que pensa a biografia como uma série, para que todos que fizeram parte da história do Slipknot tenham o mesmo espaço nas telas.
“Estou pensando entre oito e quinze episódios. Dessa forma, você pode ir no passado e ver [o falecido baixista] Paul Gray tocando uma guitarra destra quando ele é canhoto. Posso voltar para quando era criança e contar todas as histórias sobre as loucuras que Joey [Jordison, ex-baterista do Slipknot que morreu em 2021] costumava fazer. Posso recriar todos os cenários que fariam você pensar: ‘oh, é por isso que esse cara é quem ele é!’ Não vou fazer Bohemian Rhapsody, cara. Há muitos caras [no Slipknot] que precisam ser representados igualmente – nenhum é melhor que o outro e você não pode explicar a banda sem explicar todos eles.”
Slipknot independente para além do cinema
Além do foco na ampliação de seu festival – o Knotfest, que ganha sua primeira edição no Brasil em dezembro de 2022 -, o Slipknot transiciona para uma fase independente. Após o lançamento de “The End, So Far” (2022) o grupo encerrou sua ligação com a gravadora Roadrunner, com a qual estão desde 1999.
O vocalista Corey Taylor comentou a decisão em entrevista a Zane Lowe no Apple Music 1 (com transcrição do Metal Injection).
“Vamos encarar os fatos, a Roadrunner não é o que costumava ser. Não é nem uma sombra do que já foi um dia. Portanto, não há urgência real para ficarmos com eles para fazer qualquer coisa. Todas as pessoas com quem começamos lá foram demitidas de uma maneira muito sem cerimônia nos últimos dois anos.”
Livre do contrato a partir de março de 2023, a banda começa a trabalhar de forma independente com seu selo próprio.
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