Quentin Tarantino lançou no último dia 25 de outubro “Cinema Speculation”, seu primeiro livro de ensaios sobre a sétima arte. E num capítulo dedicado a “Taxi Driver”, um de seus filmes preferidos, o diretor argumenta que uma das poucas falhas do longa se deve à etnia de alguns dos personagens.
O cineasta escreve no livro que a Columbia Pictures diluiu a potência do roteiro original de Paul Schrader ao fazer Martin Scorsese mudar alguns personagens originalmente negros para brancos. O destaque principal nesse sentido é o cafetão Sport, interpretado por Harvey Keitel.
Segundo Quentin Tarantino, o personagem principal do longa, Travis Bickle, é fundamentalmente racista. Na visão dele, mostrar mais interações dele com pessoas não-brancas teria feito o longa mais forte. Ele escreveu (via IndieWire):
“O filme deixa óbvio que ele vê homens negros como figuras de criminalidade malévola. Ele é repelido por qualquer contato com eles. Eles são para serem temidos ou, no mínimo, evitados. E como nós vemos o filme sob o ponto de vista de Bickle, nós acabamos vendo isso também.”
Para o diretor de “Django Livre”, a decisão de não escalar atores negros em “Taxi Driver” reflete muito mais o incômodo por parte os produtores em mostrar um branco praticando violência racial do que uma preocupação com a reação de plateias afro-americanas. Ele conclui:
“De qualquer jeito que você examine, Scorsese, e os produtores Michael e Julia Phillips, e Columbia Pictures mudando o personagem do cafetão Sport de negro para branco foi um compromisso social.”
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