O anúncio de que Mick Mars se retiraria das atividades do Mötley Crüe por conta de seus problemas de saúde foi recebido de forma muito compreensiva pelos fãs. Desde a juventude o guitarrista enfrenta os efeitos da espondilite anquilosante, inflamação que afeta as articulações da coluna, quadris, ombros e outras regiões do corpo.
A opinião geral é de que o músico aguentou até mais do que o imaginado. Porém, John Corabi pensa diferente. Em recente entrevista ao podcast “Life in the Stocks”, transcrita pelo Blabbermouth, o frontman da banda entre 1993 e 1996 discorreu sobre suas desconfianças em relação à ação.
Inicialmente, o vocalista foi relativamente contido, além de exaltar o substituto de Mars.
“Vou apenas dizer o seguinte: eu conheço John 5 também. Ele é brilhante – nem consigo expressar o quanto – e um ótimo cara. Mas o veredicto para mim será divulgado quando houver uma declaração de Mick. O comunicado que ouvimos foi elaborado pelo Mötley Crüe e seu pessoal. Não tenho certeza se acredito no que eles estão dizendo. Então, por hora, vou deixar assim.”
Porém, alguns minutos depois, Corabi não conseguiu segurar a língua, como imaginado.
“Eu não acredito totalmente nas razões alegadas para a saída de Mick. E eu nem sei se ele deixou ou foi convidado a se retirar. Nas sessões do disco ‘Generation Swine’, a banda só reclamava sobre a forma como ele tocava. E se você realmente olhar para todos os álbuns que fizeram desde então… A maioria das guitarras em ‘Swine’ foram feitas por mim. Foi uma das razões pela qual os processei. Eles estavam reclamando do Mick o tempo todo. Não sei se ele tocou em ‘New Tattoo’ – não tenho certeza – mas eu sei que em ‘Red, White & Crüe’ e ‘Saints Of Los Angeles’ foi D.J. Ashba. Na trilha de ‘The Dirt’ foi John 5.”
O silêncio de Mick Mars
John Corabi prosseguiu ressaltando que algo o tem incomodado: o silêncio do velho colega.
“Desde que o anúncio saiu, entrei em contato com Mick algumas vezes. Ele não respondeu nada. A esposa é da Suíça. quando estive lá na semana passada, enviei algumas fotos dos Alpes e escrevi para ela dizendo: ‘Ei, estou na sua pátria’. Ela escreveu de volta. Então eu perguntei: ‘Como está o Mick?’ E ela disse: ‘Ele está bem’. Perguntei o que estava acontecendo e não obtive mais respostas. Esse é um tipo de comportamento incomum para os dois. Eles normalmente diriam algo como ‘Sim, cara. Está tudo bem. Tanto faz’.
Eu não sei se ele está envergonhado ou talvez com raiva. Pode ser que esteja sendo instruído a não dizer nada a ninguém. Talvez haja um processo. Eu não sei. Mas sei como aqueles caras operam e não ficaria surpreso se dissessem: ‘Mick, olhe. Você está com dor. Temos John 5. Vamos trazê-lo’. Talvez jogar um osso para ele – tipo, toda vez que fazem uma turnê, dão algum dinheiro, mas ‘vamos seguir em frente com esse cara’. Não me surpreenderia.”
John Corabi e Mötley Crüe
John Corabi gravou o álbum “Motley Crue” (sim, sem tremas) em 1994 como vocalista e segundo guitarrista. Envolveu-se na criação de “Generation Swine” (1997), que já contava com o retorno de Vince Neil. Em anos recentes, chegou a participar do processo de criação do primeiro disco solo de Mick Mars – que não teve atualizações nos últimos anos.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.
