Apesar de teorias sobre a morte do rock e o desinteresse por música ao vivo, a situação no mundo real não parece ser a mesma. Ao menos é o que indica Andy Mooney, CEO da Fender, uma das maiores fabricantes de instrumentos e equipamentos do mercado.
Em entrevista ao Entrepeneur, o empresário ressaltou a força do heavy metal e das mulheres na realidade atual da indústria. Presente na companhia desde 2015, ele falou sobre o reposicionamento da marca.
“Quando entrei na Fender fiz a pergunta mais básica: quem está comprando nossas guitarras? Todo mundo tinha uma opinião, mas ninguém tinha dados. Então, reunimos e daí surgiram cinco insights que orientam tudo o que fizemos. Número um: 45% das guitarras que vendemos todos os anos vão para iniciantes. Este foi um grande momento de descoberta. Dois: há uma taxa de abandono de 90% para iniciantes, o que não foi surpreendente, mas foi bom obter um número difícil. Três: 50% dos novos músicos são mulheres, o que foi um choque completo para a empresa. Quatro: As mulheres estavam comprando predominantemente violões acústicos. Cinco: As mulheres estavam comprando guitarras on-line porque nas físicas não havia ninguém para se relacionar e elas não estavam sendo bem tratadas.”
Os resultados criaram novas fórmulas de ação.
“Todos esses insights influenciaram nosso marketing, nossa série signature e basicamente criou a plataforma de ensino Fender Play. Pensando nessa taxa de abandono de 90%, imaginamos que se pudéssemos ajudar a reduzi-la em apenas um ponto percentual, seria um movimento significativo.”
Investimento em heavy metal
Nesta realidade, apesar de não ser um queridinho do mainstream, o heavy metal se sobressai. Mooney explica:
“Tenho alguns bons amigos na LiveNation (empresa de ingressos) com quem falo o tempo todo. Estudei seus press releases e vi que o gênero de maior crescimento na música ao vivo é o heavy metal. Há uma legião verdadeiramente global de fãs por aí. O metal também é o lar da maior porcentagem de aficionados por guitarra e guitarristas virtuosos. Eles nunca confessam isso, mas acabam comprando a marca exata que seus heróis tocam, às vezes na cor exata. Então eu disse: ‘vamos nos comprometer mais profundamente com o segmento’.”
Houve também um componente nostálgico na decisão. A empresa viu um aumento significativo na demanda por signatures, juntamente com pedidos de artistas que agora estavam bem estabelecidos.
“Um caso clássico em questão é o Slipknot. Mick Thompson toca uma Jackson exclusiva. Do outro lado do palco Jim Root tocando uma Charvel, que é de propriedade da Fender. Pensei: ‘Bem, se esses caras estão se reconectando com a marca que tocaram quando eram crianças, e há pessoas dispostas a pagar cinco, seis ou sete mil dólares por guitarras na loja personalizada, haverá demanda para guitarras sólidas, feitas nos Estados Unidos, construídas para músicos que trabalham na faixa de preço de US$ 2.000 a US$ 3.000’. E com base no que estamos vendo, acho que essa crença será absolutamente verdadeira.”
Sobre a Fender
Fundada em 1946 na Califórnia, Estados Unidos, a Fender Musical Instruments Corporation ditou tendências nas décadas seguintes. Entre seus maiores divulgadores estão figuras como Jimi Hendrix, Eric Clapton, David Gilmour, Ritchie Blackmore, Jeff Beck, Yngwie Malmsteen, Stevie Ray Vaughan e John Frusciante, apenas citando alguns.
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