Marilyn Monroe está de volta à pauta com a cinebiografia “Blonde”, que tem dividido crítica e público em função do retrato brutal da vida da atriz. O diretor do filme, Andrew Dominik, colocou mais lenha na fogueira ao fazer comentários considerados machistas em entrevista à revista Sight and Sound, do British Film Institute.
A jornalista Christina Newland, que conduziu o papo com o cineasta, publicou nas redes sociais um trecho cortado da matéria final onde Dominik se refere às personagens principais de “Os Homens Preferem as Loiras” como “prostitutas bem-vestidas”. A comédia romântico-musical de 1953 é protagonizada por Monroe e Jane Russell.
Ele ainda questionou:
“Ela (Marilyn) foi alguém que se tornou uma grande coisa cultural em um monte de filmes que ninguém realmente assiste, certo? Alguém assiste aos filmes da Marilyn Monroe?”
Em outro trecho da conversa, esse sim publicado (e traduzido pelo Purebreak), Dominik aborda o que o interessou na história da atriz:
“Se você olhar para Marilyn Monroe, ela tem tudo o que a sociedade nos diz que é desejável. Ela é famosa. Ela é linda. Ela é rica. Se você olhar para a versão do Instagram de sua vida, ela tem tudo. E ela se matou. Agora, para mim, isso é o mais importante. Não é o resto. Não são os momentos de força. Ok, ela arrancou o controle dos homens no estúdio, porque, você sabe, as mulheres são tão poderosas quanto os homens. Mas isso é realmente olhar para isso através de uma lente que não é tão interessante para mim. Estou mais interessado em como ela se sente, estou interessado em como era sua vida emocional.”
O diretor continuou falando sobre a interpretação moderna dela como ícone:
“Bem, ela era um símbolo sexual estranho porque ela não precisava morrer no fim [de seus filmes] como uma Barbara Stanwyck ou uma Rita Hayworth. Mas ela precisava ser um bebêzinho… Acho que Marilyn era uma garota chegada em homens. Não acho que ela era uma mulher que tinha muitas amigas mulheres. Mas também acho que ela era uma mulher sem muitos amigos. Existe um senso de que queremos reinventar ela de acordo com as preocupações políticas atuais. Mas ela era uma pessoa extraordinariamente autodestrutiva.”
Marilyn Monroe e o filme “Blonde”
O filme “Blonde” é adaptado do romance de mesmo nome escrito por Joyce Carol Oates. No livro, a autora ficcionalizou aspectos da vida da estrela de cinema, incluindo seus casamentos com o jogador de beisebol Joe DiMaggio e o dramaturgo Arthur Miller, além do uposto caso com o presidente John F. Kennedy.
Ana de Armas foi escolhida para interpretar à famosa atriz, falecida em 1962, aos 36 anos. Confira abaixo o traileroficial.
*Foto da matéria: Bert Parry / domínio público
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