Qualquer personalidade afroamericana associada à luta pelos direitos civis a esta parcela da população nos Estados Unidos durante os anos 1960 estava sujeita a escrutínio das autoridades. Foi o caso de Aretha Franklin, que, conforme descoberto recentemente, era monitorada pelo FBI, o Departamento de Investigação Federal dos Estados Unidos.
A cantora era filha do pastor C.L. Franklin e cresceu imersa em esforços relacionados a direitos civis. Chegava a cobrir folhas de pagamento para organizações focadas em combater racismo no país. Algumas dessas instituições eram associadas com movimentos comunistas e de liberação negra – alvos frequentes do FBI.
Conforme apontado pela CNN, documentos recém-revelados mostraram que, apesar do extenso monitoramento por parte das autoridades, as associações da cantora não eram motivo para alarme do FBI. Em adição à exoneração, o dossiê refletiu mal no governo por causa das fontes pouco confiáveis justificando a vigilância.
Uma das acusações é relacionada a Aretha se apresentar em um show beneficiente para esforços legais de libertar Angela Davis. Em uma entrevista à revista Jet em 1970, a cantora se mostrou a favor da libertação da ativista, acusada injustamente de homicídio e sequestro.
“Eu verei ela livre se existir qualquer justiça nas cortes, não porque eu acredito em comunismo, mas porque ela é uma mulher negra e ela quer liberdade para pessoas negras.”
Outra acusação era relacionada à associação da artista com a Southern Christian Leadership Conference, a organização chefiada por Martin Luther King Jr. Quando o pastor foi assassinado em 1968, o governo receava que a participação de Aretha em shows em homenagem ao líder assassinado poderia servir como estopim para protestos.
Uma das maiores cantoras da história, Aretha Franklin morreu em 16 de agosto de 2018, vítima de um câncer no pãncreas. Ela tinha 76 anos.
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