Líder do Arcade Fire, Win Butler é acusado de assédio sexual por 4 pessoas

Foi descrito um padrão de comportamento que explora diferenças de idade e dinâmicas de poder inerentes à relação ídolo x fã

Win Butler, líder do Arcade Fire, uma das bandas independentes mais bem-sucedidas do século 21, teria usado sua fama e poder para cometer assédio sexual.

De acordo com uma reportagem do Pitchfork publicada sábado (27), quatro pessoas – três mulheres e alguém que declara ter gênero fluido – acusaram o músico de má-conduta sexual em formas que abrangem desde mensagens inapropriadas até contato físico não-consensual.

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Todas as pessoas tinham em comum o fato de serem fãs da banda e estarem numa faixa etária entre 18 e 23 quando conheceram o artista – que já estava na segunda metade dos seus 30 anos de idade. Nas descrições feitas sobre o comportamento de Butler, é delineado um padrão por parte do vocalista de exploração dessa dinâmica de poder. Os relatos podem ser lidos, em inglês, no site do veículo de comunicação.

Quando contatado pelo Pitchfork, o vocalista se manifestou através da especialista em gestão de crise em relações públicas Rita Heller, afirmando que todos os encontros foram consensuais e não iniciados por ele. Butler também ofereceu, estranhamente, contatos de outras mulheres com as quais teve encontros sexuais consensuais, para estabelecer seu caráter.

Win Butler é casado desde 2003 com Régine Chassagne, sua colega de banda no Arcade Fire. Os dois tem um filho, chamado Edwin, como o pai.

O comunicado de Win Butler

Conforme tradução do G1, abaixo estão os principais trechos do comunicado de Win Butler.

“Não há uma maneira fácil de dizer isso, e a coisa mais difícil que já fiz foi ter que compartilhar isso com meu filho. A maioria desses relacionamentos foi de curta duração, e minha esposa está ciente – nosso casamento foi, no passado, mais não convencional do que alguns. Eu tive contato com as pessoas em shows e através das mídias sociais, e compartilhei mensagens das quais não me orgulho. Mais importante ainda, cada uma dessas interações foi mútua e sempre entre adultos que consentiram. É profundamente revisionista, e francamente errado, alguém sugerir o contrário.

Eu nunca toquei em uma mulher contra sua vontade, e qualquer implicação que eu tenha é simplesmente falsa. Nego veementemente qualquer sugestão de que me forcei a uma mulher ou exigi favores sexuais. Há muito tempo luto contra problemas de saúde mental e os fantasmas do abuso infantil… Digo a todos os meus amigos, familiares, a qualquer pessoa que machuquei e às pessoas que amam minha música e estão chocadas e decepcionadas com este relatório: sinto muito.”

*Foto: Thesupermat / CC BY-SA 4.0

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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