A voz por trás de “Goodbye Horses”, canção feita famosa pelo filme “O Silêncio dos Inocentes”, morreu em julho sem que o mundo soubesse. Foi preciso um obituário datado de 19 de julho sobre uma mulher chamada Diane Luckey aparecer online para pessoas ligarem os pontos e confirmarem a morte de Q Lazzarus, uma das figuras mais enigmáticas do pop dos anos 1980 e 1990.
Em declaração à Rolling Stone, uma amiga próxima da cantora chamada Eva Aridjis confirmou a identidade de Luckey e falou:
“Q tinha uma daquelas forças vitais que você não consegue imaginar sendo extinguidas ou deixando de existir, porque era tão vital, radiante e exuberante. Apesar de ter passado por uma vida muito dura, ela não era cínica. Pelo contrário – ela era cheia de entusiasmo, paixão e humor. Ela também era cheia de planos. Na época de sua morte, estávamos planejando um show de comeback com alguns de seus companheiros originais de banda.”
Avidji conheceu Luckey quando pegou uma carona por app em um carro dirigido pela cantora. As duas formaram uma amizade que levou a planos de fazer um documentário sobre o mistério em torno de Q Lazzarus.
O plano de Avidji é lançar o documentário em 2023 junto com um disco de canções originais gravadas por Luckey desde os anos 80.
O mistério de Q Lazzarus
O mistério em questão se deve ao fato de Q Lazzarus nunca ter conseguido um contrato de gravadora, mesmo com suas músicas aparecendo em vários filmes de Jonathan Demme. O diretor conheceu Luckey praticamente da mesma maneira que Avidji: entrando num táxi do qual ela era a motorista.
Uma fita cassete de demos estava tocando porque no dia seguinte haveria uma sessão de estúdio para Q. Demme ficou impressionado com as músicas.
O diretor viria a utilizar o trabalho dda artista em quatro de seus filmes mais bem sucedidos, mas nem isso colaborou com que a carreira dela deslanchasse. Após participar da trilha de “Philadelphia” com uma cover de “Heaven”, do Talking Heads, ela sumiu a ponto de nem seus amigos ou companheiros de banda saberem onde estava.
A artista só deu sinal de vida em 2018, dando uma entrevista para a Dazed Digital, informando ao jornalista Thomas Gorton que estava viva, bem de saúde e que era motorista de ônibus em Staten Island há anos.
Apesar dessa entrevista dizendo estar bem, seu desejo continuava sendo fazer música, como Eva Avidji falou à Rolling Stone:
“Q passou os últimos 20 e poucos anos dirigindo carros e ônibus, mal podia esperar voltar a fazer música.”
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