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Halestorm atesta sua sobrevivência à pandemia em “Back from the Dead”

Com letras que são verdadeiras propostas de reflexão, quinto álbum da banda é o mais pesado de sua carreira

A estase a qual o mundo do entretenimento foi submetida durante o período mais severo da pandemia surtiu efeito no modus operandi do Halestorm. O quarteto já havia começado os trabalhos em seu quinto álbum de estúdio quando viu-se obrigado a pausar as atividades por tempo indeterminado.

Cada um no seu canto lidando com os próprios demônios, Joe Hottinger (guitarra), Josh Smith (baixo) e irmãos Lzzy (vocais e guitarra) e Arejay Hale (bateria) maduraram ideias e vislumbraram possibilidades sonoras até então inéditas para a banda. Ao se reunirem para a retomada, decidiram que o vindouro lançamento seria o mais direto ao ponto — e consequentemente o mais pesado — de sua carreira.

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O título “Back from the Dead” (em português, “De volta do mundo dos mortos”) não poderia ser mais adequado: a inatividade forçada equivaleu a estar morto para os quatro, que, como bem se sabe, passam boa parte dos seus anos na estrada. “Vivos” novamente, eles apostam num som mais cru, despido de tratamentos multicamadas e de paramentos que seriam difíceis demais de reproduzir ao vivo.

Nas letras, a proposta central é de reflexão, começando de dentro — a faixa-título é um misto de crônica de sobrevivência e autodescarrego — e capilarizando para o entorno; “The Steeple” é um “muito obrigado” àqueles que fecham com a banda chova ou faça sol, com a derradeira “Raise Your Horns” servindo de complemento endereçado àqueles que perderam a batalha para a Covid-19. A interpretação de Lzzy é a correspondente no rock à de Michael Jackson em “She’s Out of My Life”.

O violão dá as caras em “Terrible Things”, experimento ginasiano acerca dos desdobramentos de tempos pandêmicos. Bono ficaria orgulhoso da letra; Joan Baez, da música. Outro lado da moeda, “Bombshell” é o levante mais moderno do repertório — repare o baixo embebido em efeitos —, mas não a ponto de soar deslocada.

Empoderamento feminino? Temos! “Strange Girl” é um manifesto de caráter ultrapessoal em prol da autenticidade, ressaltando a importância de viver conforme as próprias crenças e preferências independentemente da aceitação. Mais adiante, “My Redemption” — com show à parte de Arejay — soa como a bandeirada da vitória para os de espírito forte.

Já “I Come First” parece mirar nos detratores. “Não sou sua serva nem sua escrava”, canta Lzzy, com o dedo em riste e em tom de desprezo. A trajetória do Halestorm é tão vitoriosa — até um Grammy a banda já faturou! — que o ódio gratuito só pode ser sinal de doença. Grande disco!


Ouça “Back from the Dead” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!


Halestorm – “Back from the Dead”

  1. Back From The Dead
  2. Wicked Ways
  3. Strange Girl
  4. Brightside
  5. The Steeple
  6. Terrible Things
  7. My Redemption
  8. Bombshell
  9. I Come First
  10. Psycho Crazy
  11. Raise Your Horns

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Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

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