Toda novidade que surge na cena rock/metal acaba sendo atacada em algum momento. Detratores sempre tentaram vender a ideia de que o Ghost era uma cópia de Blue Öyster Cult, Mercyful Fate e várias outras que transitaram pelos lados ocultos da música.
É verdade que em alguns momentos as comparações chegavam ao esdrúxulo – convenhamos, comparar o que Tobias Forge faz ao trabalho de King Diamond só pode ser pura birra e preconceito.
Porém, há outro lado da história. Afinal, quando um artista ascende ao estrelato, muitos que faziam aquilo no começo acabam desaparecendo. É aquela velha questão de se estar no lugar certo e na hora certa. Um exemplo é o multi-instrumentista Snowy Shaw – curiosamente, alguém que também tocou com King Diamond e Mercyful Fate, na função de baterista.
Na virada do século, o músico sueco comandou o Notre Dame, projeto que incorporava alguns elementos sonoros e visuais que se destacariam de vez com o Ghost. Em entrevista ao The Metal Voice (transcrita pelo Ultimate Guitar), ele falou sobre as inevitáveis observações das quais tem sido alvo nos últimos anos por conta da situação.
“Você certamente não é o primeiro a me perguntar sobre o assunto. Até mesmo Gus G, que tocou comigo no Dream Evil, entrou em contato tempos atrás e citou as semelhanças entre o Ghost e o Notre Dame. Mas também não fui quem começou isso. Temos que remeter a Arthur Brown, nos anos 1960. Depois veio Alice Cooper, o Kiss e assim por diante.
Sem Alice Cooper, não haveria Mötley Crüe. O W.A.S.P. é inspirado no Kiss. King Diamond é resultado do álbum ‘Welcome to My Nightmare’, de Alice – especialmente no lado teatral. Então, eu não diria que o Ghost me roubou, mas eles certamente conseguiram se tornar grandes. O que eu não consegui.”
Notre Dame e Snowy Shaw
O Notre Dame lançou 7 álbuns durante sua existência. O último foi “Creepshow Freakshow Peepshow”, de 2005.
Além das bandas citadas, Snowy Shaw (nome artístico de Tommie Mike Christer Helgesson) também foi vocalista do Therion e tocou com nomes como Dimmu Borgir e Memento Mori. Seu disco solo mais recente foi “White is the New Black”, de 2018.
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