O vocalista Toni Garrido e o baixista Bino Farias concederam entrevista reveladora ao G1 sobre a situação atual do Cidade Negra. Únicos membros oficiais da atual formação, os músicos relataram terem sofrido agressões do baterista Lazão, que saiu do grupo há pouco.
Segundo Garrido, o comportamento violento já vinha acontecendo há alguns anos.
“Em 2014, 2015, começaram uma série de violências, o Lazão começou a ficar violento, dentro do próprio grupo, com a gente. Então, um dia ele me deu um soco no olho que rasgou meu olho e saiu sangue.
Um dia ele deu um soco na cara do Bino. Ele foi fazendo milhões de coisas. A banda, equipe técnica acompanhando aquilo tudo… e me perguntando ‘Toni, você não vai fazer nada? Ele não pode fazer isso, ele tá louco, ele tá pirado’.”
Bino recordou um episódio específico, ocorrido após apresentação no Bar Opinião, em Porto Alegre.
“Rolou uma agressividade dele do nada. E quando eu fui tentar separar uma situação que já estava passando… foi uma agressão, o soco que ele deu na direção do Toni pegou na minha boca aqui, no nariz. Quando eu olhei no espelho, tinha um espelho grandão dentro do camarim, e meu nariz saindo sangue.”
Acusação de venda de instrumentos
Durante a entrevista, Toni Garrido também falou sobre uma situação ocorrida já durante a pandemia, quando Lazão teria vendido instrumentos que lhe pertenciam. Eles estavam na casa do baterista pelo fato de a banda ensaiar no local.
“Na pandemia, pedi para o nosso querido engenheiro de palco ir lá buscar meus equipamentos. Primeiro, foi impedido de entrar durante um mês na casa. ‘Não! Porque você gosta do Toni e do Bino, não vai entrar aqui não’.
Quando chegou um mês depois, ele falou: ‘Entra aí’. E não tinha nenhum instrumento. Ele perguntou: ‘Cadê os instrumentos, cara?’ A primeira desculpa foi que ‘sei lá, entra muita gente aqui’. ‘Insiste com ele, a gente precisa saber onde estão os instrumentos’. Uns dias depois: ‘o caseiro aqui da casa do lado, acho que esse cara roubou, levou, mas nem trabalha mais aqui’.
Aí um dia, falando [pelo celular], eu tenho a gravação… e ele fala exatamente o seguinte: ‘os instrumentos do Toni? Aquelas guitarras? Tudo podre, tudo estragado, aquelas merdas todas? Quer saber? Vendi, vendi tudo mesmo’. Eu tenho essa gravação e tem seis meses que isso aconteceu. Ele vendeu as minhas guitarras, meus equipamentos todos durante a pandemia.
Por que não vendeu as coisas dele? É o meu equipamento que eu trabalhei, tem uma guitarra verde que eu adoro, que eu passei a vida inteira atrás de uma guitarra verde… e ele foi lá… viajei o mundo até conseguir aquela guitarra. Ele vendeu.”
Cidade Negra e Originais Cidade
Toni e Bino deixaram claro que continuarão gravando e fazendo shows usando o nome do Cidade Negra, que pertence legalmente ao vocalista – que já está realizando ações protocolares para dividir os direitos com o colega. Cinco músicas novas já estão prontas para o prosseguimento da carreira.
Lazão se juntou a outros dois ex-membros do Cidade Negra, o guitarrista Da Ghama e o vocalista Ras Bernardo no grupo Originais Cidade, criado em 2018. Ras foi vocalista da banda entre 1986 e 1994. Da Ghama tocou guitarra entre 1986 e 2008. Lazão ficou de 1986 até 2022. Os músicos não se manifestaram à reportagem do G1. O advogado do trio, Nehemias Gueiros Jr., disse que haverá uma busca por acordo em relação aos direitos sobre o nome.
“Toni tem vários atributos positivos, canta bem, tem boa performance de palco. Mas ele nunca foi nem será o dono da marca. O ato de registrá-la somente em seu nome foi desleal. Há uma ação na Justiça Federal contra o INPI.”
De acordo com Toni Garrido, a marca foi registrada em seu nome por ele ser o único sem entraves judiciais à época.
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