O álbum “The Dark Side of the Moon”, trabalho mais famoso da carreira do Pink Floyd, quase acabou tendo um título diferente por conta de uma grande coincidência.
A metáfora da Lua e seus “dois lados” era a ideia do projeto desde seu início. Contudo, por questão de datas, outra banda acabou lançando um disco com o mesmo nome, o que quase obrigou a uma mudança.
Outro “Dark Side of the Moon”
O Pink Floyd ainda trabalhava em seu oitavo disco de estúdio, em 1972, quando recebeu a notícia: o obscuro Medicine Head, banda inglesa de blues rock, soltou seu álbum com o título “Dark Side of the Moon”. O jeito era procurar um novo nome para o ambicioso projeto, capitaneado pelo vocalista e baixista Roger Waters, mas isso não seria fácil.
Em entrevista à revista Sounds, ainda em 1972, o guitarrista e vocalista David Gilmour explicou que o grupo nem estava tão furioso assim pelo “roubo” do título, mas pelo fato de que, inicialmente, não poderiam usá-lo no novo trabalho. Algo que se provaria – felizmente – equivocado poucos meses depois.
“Não estávamos incomodados com o Medicine Head. Estávamos incomodados porque nós já tínhamos pensado no título antes do álbum do Medicine Head sair.”
Foi definido então que “Eclipse”, a última música do álbum, daria também o título do disco. A ideia não era de todo ruim, já que a faixa sintetiza bem todo o conceito de “The Dark Side of the Moon”, incluindo o fato de que o título original estava em um de seus versos. Roger Waters comentou mais tarde a respeito da música.
“O álbum usa o Sol e a Lua como símbolos: a luz e a escuridão, o bem e o mal, a força da vida em oposição à força da morte. Acho que é uma declaração muito simples que diz que todas as coisas boas que a vida pode oferecer estão lá para que peguemos, mas que a influência de alguma força escura em nossa natureza nos impede de alcançá-las. A música se dirige ao ouvinte e diz que se você, o ouvinte, é afetado por essa força, e essa força é uma preocupação para você, bem, eu também me sinto exatamente assim.”
Concorrente do Pink Floyd “flopou”
A história estava a favor do Pink Floyd. O disco do Medicine Head foi um grande fracasso de vendas, alcançando praticamente nenhuma notoriedade.
Com isso, deixou de ser um problema o grupo usar o mesmo título para um álbum que teve um resultado exatamente oposto ao seu “irmão mais velho”.
“The Dark Side of the Moon” não foi apenas um grande sucesso na época de seu lançamento. O álbum é tido como a obra prima do Pink Floyd e suas reflexões, surgidas da mente inquieta e melancólica de Roger Waters, responsável pelas letras, são válidas até hoje.
Ironicamente, o “Dark Side of the Moon” do Medicine Head acabou “eclipsado” pelo “xará” lançado meses depois pelos gigantes do prog.
Pink Floyd – “The Dark Side of the Moon”
Lançado em 1º de março de 1973 pela Harvest Records / EMI.
- Speak to Me
- Breathe (In the Air)
- On the Run
- Time
- The Great Gig in the Sky
- Money
- Us and Them
- Any Colour You Like
- Brain Damage
- Eclipse
Músicos:
- David Gilmour (vocal, guitarra, sintetizadores)
- Nick Mason (bateria, percussão, efeitos de fita)
- Richard Wright (órgão Hammond e Farfisa, piano, piano elétrico (Wurlitzer, Rhodes), EMS VCS 3, sintetizadores, vocal)
- Roger Waters (baixo, vocal, VCS 3, efeitos de fita)
Músicos adicionais:
- Dick Parry (saxofone nas faixas 6 e 7)
- Clare Torry (vocal na faixa 5)
- Doris Troy (backing vocals)
- Lesley Duncan (backing vocals)
- Liza Strike (backing vocals)
- Barry St. John (backing vocals)
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