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De corda quebrada aos vários covers: como foi o primeiro show do Metallica

Apresentação inaugural da banda foi realizada em 14 de março de 1982, no Radio City de Anaheim, Estados Unidos; formação ainda trazia Dave Mustaine na (única) guitarra e Ron McGovney no baixo

Toda banda precisa começar de algum lugar. O início do Metallica rolou no dia 14 de março de 1982, com um show no Radio City em Anaheim, Califórnia, Estados Unidos. Eram só eles, sem atração de abertura ou encerramento.

A formação era bem diferente da que ficou mundialmente conhecida nos anos seguintes. O vocalista (que na época não era guitarrista) James Hetfield e o baterista Lars Ulrich, fundadores do projeto, estavam lá, mas acompanhados de Dave Mustaine (futuramente líder do Megadeth) na guitarra e Ron McGovney no baixo.

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Um punhado de covers

Na época, o quarteto sequer tinha um repertório autoral completo. Apenas duas músicas próprias foram tocadas: “Hit the Lights”, composição de Hetfield e Ulrich, e “Jump in the Fire”, creditada à dupla junto de Mustaine.

O restante da performance trouxe covers de bandas como Savage (“Let it Loose”), Blitzkrieg (“Blitzkrieg”) e Sweet Savage (“Killing Time”), além do Diamond Head, homenageado com quatro músicas: “Helpess”, “Sucking My Love”, “Am I Evil?” e “The Prince”.

Aliás, a banda britânica liderada pelo guitarrista Brian Tatler sempre foi a maior influência do Metallica, que bebeu diretamente da fonte da New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM). Dá para notar nas gravações da época que Hetfield tentava a todo custo imitar o estilo vocal de Sean Harris, cantor original do Diamond Head.

Confira o repertório:

  1. Hit the Lights
  2. Blitzkrieg (Blitzkrieg cover)
  3. Helpless (Diamond Head cover)
  4. Jump in the Fire
  5. Let it Loose (Savage cover)
  6. Sucking My Love (Diamond Head cover)
  7. Am I Evil? (Diamond Head cover)
  8. The Prince (Diamond Head cover)
  9. Killing Time (Sweet Savage cover)
Diretamente do diário de Lars Ulrich

“Muitas pessoas, umas 200”

Sobre a apresentação, James Hetfield relembrou em entrevista à Kerrang:

“O primeiro show foi no Radio City e eu estava apenas cantando. Havia muitas pessoas lá, talvez umas 200, porque tínhamos todos os meus amigos da escola e todos os amigos de Lars, Ron e Dave. Eu estava muito nervoso e um pouco desconfortável sem uma guitarra. Durante a primeira música (‘Hit the Lights’), Dave quebrou uma corda. Pareceu levar uma eternidade para ele trocar e eu estava lá muito envergonhado. Ficamos muito desapontados depois. Mas não havia tantas pessoas nos shows seguintes como havia naquele primeiro.”

Em publicação no Instagram, no ano de 2019, Lars Ulrich destacou:

“Foi meu primeiro show e eu estava muito nervoso. Além disso, vocês podem notar que não há muitas autorais do ‘Tallica sendo tocadas aqui no primeiro show: quase todas eram covers da NWOBHM, a maioria dos quais regravamos mais tarde ao longo do caminho e aparecendo em vários lançamentos do ‘Garage’.”

https://www.instagram.com/p/BvBFTmkAlOA/

O futuro do Metallica

Após a apresentação no Radio City, o grupo seguiu se apresentando pela região da Califórnia, inclusive voltando ao local de seu show de estreia em junho, até as coisas começarem a acontecer. Nesse meio-tempo, o quarteto gravou uma série de demos – uma delas, a “Ron McGovney’s ’82 Garage demo” (disponível abaixo em duas partes), teria sido gravada justamente no dia 14 de março de 1982, horas antes do show de estreia.

A primeira gravação promocional a obter repercussão foi a “No Life ‘Til Leather”, produzida em julho daquele ano, com sete músicas autorais. James Hetfield já estava assumindo a guitarra rítmica a partir daí.

No apagar das luzes de 1982, Ron McGovney foi dispensado para dar lugar a Cliff Burton, então membro do Trauma. Já em abril de 1983, foi a vez de Dave Mustaine ser expulso em meio a uma série de brigas com os colegas. Kirk Hammett, então guitarrista do Exodus, ocupou sua vaga.

Após conseguir contrato com a gravadora Megaforce (um mês antes da saída de Mustaine), o Metallica gravou seu álbum de estreia, “Kill ‘Em All”. O resto é história.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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