Ian Anderson resgata o nome Jethro Tull para fazer mais um disco solo em “The Zealot Gene”

Frontman usa alcunha da banda em respeito a músicos que o acompanham, mas proposta é praticamente individual; álbum agrada, embora esteja longe dos melhores momentos do grupo

O novo álbum do Jethro Tull, “The Zealot Gene”, é um trabalho solo de Ian Anderson. É importante deixar isso claro desde o começo. O frontman simplesmente decidiu usar o nome em respeito aos músicos que o acompanham na carreira individual há mais tempo que quase todos os antigos integrantes do grupo – e também porque, basicamente, ele é a banda, apesar das grandes contribuições de outros membros, o guitarrista Martin Barre sendo o nome mais óbvio.

“The Zealot Gene”, que chega pela InsideOut Music e terá edição nacional em CD via Hellion Records, é o 22º trabalho de estúdio lançado sob a alcunha. O primeiro de material inédito desde “J-Tull Dot Com”, de 1999. Também é o primeiro sem a presença de Barre desde o debut, “This Was”, lá do longínquo ano de 1968.

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Por mais icônico que o guitarrista seja, a proposta é de um disco de Ian Anderson, como dito no primeiro parágrafo. Sendo assim, a falta pode ser sentida do ponto de vista sentimental, mas musicalmente a ideia segue intacta, até porque as composições foram feitas visando outro foco.

Após essa introdução, é preciso ressaltar que o Jethro Tull aqui presente é uma banda de folk rock com algumas incursões um pouco mais pesadas – dentro dos padrões de um artista do gênero ao qual se comprometem. As aventuras mais próximas do hard rock – que renderam até mesmo uma polêmica vitória na categoria heavy metal do Grammy, superando o Metallica – são histórias mal contadas do passado. O próprio Anderson não consegue entender a associação, embora reconheça a influência que exerceu sobre quem contou em música a história posterior do estilo.

Dito isso, “The Zealot Gene” proporciona uma audição agradável. A abertura, com “Mrs. Tibbets”, a imponente faixa-título e a divertida “Shoshana Sleeping” são momentos de destaque, que entrarão facilmente na playlist dos admiradores do grupo.

Está longe dos melhores momentos da banda, assim como acontece com todos os seus contemporâneos. Mas garante a satisfação momentânea de quem estiver disposto a embarcar na viagem. Só não espere riffs e uma pegada mais forte.

Ouça “The Zealot Gene” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Jethro Tull – “The Zealot Gene”

  1. Mrs. Tibbets
  2. Jacob’s Tales
  3. Mine Is The Mountain
  4. The Zealot Gene
  5. Shoshana Sleeping
  6. Sad City Sisters
  7. Barren Beth, Wild Desert John
  8. The Betrayal Of Joshua Kynde
  9. Where Did Saturday Go?
  10. Three Loves, Three
  11. In Brief Visitation
  12. The Fisherman Of Ephesus

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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