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Acharam que o Sepultura acabaria com saída de Iggor Cavalera, diz Derrick Green

“Por mais difícil que fosse, passávamos por um grande momento”, refletiu o vocalista sobre momento do álbum “Dante XXI”, último do baterista na banda

Derrick Green relembrou em entrevista a saída de Iggor Cavalera do Sepultura, em 2006. Alegando diferenças irreconciliáveis e prioridade à família, o baterista deixou a banda que criou com seu irmão Max após o lançamento do álbum “Dante XXI”.

Durante aparição no podcast Stoke the Fire – do vocalista do Killswitch Engage, Jesse Leach, com o DJ Matt Stocks -, transcrita pelo Blabbermouth, Green contou:

“Quando entrei em 1997, a situação era caótica. Max era o líder do grupo. Muitos tinham a ideia de que ele criava tudo e havia sido o único responsável pelo sucesso. Havia essa percepção pelo fato de ele ser a figura mais exposta na mídia, além de ser carismático.

Com Iggor acabou sendo uma transição menos dramática, mas ainda difícil. Éramos amigos, ele foi uma das pessoas que me colocou na banda e me carregou nos primeiros momentos.”

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De acordo com o vocalista, a saída do baterista ocorreu em um momento onde a banda estava “reconquistando espaço após muita batalha”. Ele relembra:

“’Dante XXI’ tinha ótimas músicas e arte, além de uma grande equipe por trás. Então, ele chegou e disse que não faria a turnê. Chamamos Roy Mayorga como substituto temporário e foi fantástico.”

Iggor Cavalera e o distanciamento do metal

Ainda segundo Derrick Green, a vida de Iggor Cavalera estava mudando naquele momento. Como reflexo, o baterista hoje diversificou a gama de influências de seu trabalho, com projetos distantes do metal.

“Iggor estava passando por muitas mudanças na vida pessoal, com seu novo relacionamento. Não queria mais participar. Acredito até que deixou de gostar de tocar o tipo de som que fazemos.”

Sepultura segue em frente

Com a nova realidade imposta e o nome Cavalera ficando por completo no passado, houve quem acreditasse que seria o fim definitivo do Sepultura.

“As pessoas pensaram: ‘oh, agora está definitivamente acabado; joguem a toalha, acabou o jogo’. Mas não nos sentíamos assim. Por mais difícil que fosse, passávamos por um grande momento. Tínhamos feito um disco incrível, não dava para simplesmente jogar tudo para o alto. Sentíamos que o trabalho estava evoluindo. Então seguimos em frente.”

Saída de Max vs. saída de Iggor

Analisando por um lado mais positivo, Derrick entende que a saída de Iggor não impactou o cenário tanto quanto a de Max.

“Havia a percepção de que Max havia feito tudo sozinho, mas nunca foi assim. Sentia que isso os incomodava e eles tinham algo a provar. No caso de Iggor, simplesmente decidimos continuar.

Apesar de muita gente achar que seria o fim, também tínhamos um monte de pessoas acreditando em nós. Veio Jean Dolabella, fizemos dois discos e acertamos com a Nuclear Blast. Ele saiu, entrou Eloy Casagrande e o processo seguiu. Hoje, vejo que muitas pessoas já reconhecem as músicas novas quando tocamos nos shows.”

Desde a entrada de Eloy Casagrande, o Sepultura já lançou três álbuns de estúdio. “Quadra”, o mais recente, saiu em fevereiro de 2020. O trabalho chegou ao quinto lugar na parada alemã, além de ter entrado no top 20 da Suíça e da Áustria.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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