Apesar de ter gravado grandes discos e angariando uma base significativa de fãs, o Mr. Big só fez sucesso em nível estratosférico com a balada “To Be With You”. Segundo single do álbum “Lean Into It” (1991), a música foi a única da carreira da banda a chegar ao número 1 nos Estados Unidos, feito repetido em outros 11 países.
Porém, ao contrário do que se pode imaginar, o quarteto estava muito ciente de que aquele momento era único. O guitarrista Paul Gilbert relembrou ao Ultimate Classic Rock qual foi a reação do empresário Herbie Herbert ao feito.
“Ele voou para se encontrar conosco, pois estávamos em turnê. Sentou com todos nós e disse: ‘Gente, isso é incrível. É maravilhoso. Vamos celebrar. A propósito, isso nunca, jamais, vai acontecer novamente. A indústria está mudando. Vocês não dançam nem são mulheres e isso é o futuro. Nenhum de vocês é a Janet Jackson. Estão ferrados. É isso que a MTV vai tocar a partir de agora. Eles não querem um monte de caras magros tocando guitarra. Vão tocar no Japão, eles ainda vão gostar de vocês lá por alguns anos, provavelmente. Aproveitem ao máximo’. Basicamente, Herbie nos disse: ‘Vocês estão no topo do mundo, acabou’. E era verdade (risos).”
Herbie Herbert morreu em outubro, aos 73 anos. Além do Mr. Big, empresariou grupos como Steve Miller Band, Europe, Roxette e Enuff Z’Nuff. Mas sua maior façanha foi ter criado o Journey em torno da figura do guitarrista Neal Schon, transformando a banda em um fenômeno de vendas nos anos 1980.
Paul Gilbert e Mr. Big
Paul Gilbert lançou dois álbuns este ano: “Werewolves of Portland” e o de inspiração natalina “‘TWAS”. Após a morte do baterista Pat Torpey em 2018, o Mr. Big cumpriu as atividades previamente agendadas e entrou em um hiato que pode ser definitivo.
Em entrevista a IgorMiranda.com.br, o próprio Gilbert destacou que a banda pode não voltar.
“O que eu venho pensando sobre o Mr. Big é que eu amo Eric Martin cantando e venho tentando copiá-lo na guitarra, com slides. Na última turnê, toquei ‘To Be With You’, fazendo essa parte da voz. Eu o agradeço por essa melodia. Também toquei minhas próprias músicas, como ‘Green-Tinted Sixties Mind’. Não me sinto tão mais como um guitarrista, mas sim como um vocalista.”