A destruição de instrumentos nos palcos mundo afora, especialmente guitarras, simbolizou por muito tempo a rebeldia do rock. Músicos dos mais icônicos protagonizaram o ritual em algum momento da carreira – alguns seguindo o protocolo até hoje, como Paul Stanley, que sempre finaliza os shows do Kiss espatifando uma guitarra previamente preparada para a ocasião.
A discussão sobre a autenticidade do ato nos tempos atuais ganhou sobrevida após Phoebe Bridgers estraçalhar um monitor com sua Danelectro durante performance no histórico programa televisivo Saturday Night Live. O modelo estraçalhado por ela era falso, diga-se de passagem.
Em entrevista à ABC Audio, transcrita pela Guitar Magazine, o vice-presidente da Fender – autoridade mundial quando o assunto é guitarra –, Justin Norvell, explicou como enxerga o tema de sua parte e na visão da empresa. A opinião tem um caráter bem compreensivo.
“A guitarra é o que chamo de um pincel sônico. Um artista a usa para criar. Então, enquanto o público olha para o instrumento sendo quebrado e diz: ‘isso poderia ir para outra pessoa’, ou o que quer que seja, o músico está expressando o que sente.
Vi Kurt Cobain fazer isso no primeiro show da turnê ‘In Utero‘, do Nirvana. É uma tradição de longa data no rock.”
Quebrar guitarras: o meio-termo
Ainda durante a entrevista, Justin Norvell deixou claro que, apesar de concordar com o ato, a Fender tem orgulho de suas criações. O executivo destacou a importância de encontrar um meio-termo na discussão.
O recente caso de Phoebe Bridgers serve como exemplo. A cantora recebeu muitas críticas nas redes sociais, incluindo de David Crosby, que a chamou de patética – ao que a cantora respondeu com um “whiny bitch”. Outros, porém, a defenderam e lembraram que quebrar guitarras no palco é algo feito desde os tempos áureos de The Who e Jimi Hendrix.