O Robert Jon & The Wreck, uma das grandes descobertas musicais que tive recentemente, acaba de lançar “Shine a Light on Me Brother”, seu 9º álbum de estúdio. Disponibilizado de forma independente, o trabalho pode ser conferido nas plataformas digitais.
Além do vocalista e guitarrista Robert Jon Burrison, o grupo é formado atualmente por Andrew Espantman (bateria), Steve Maggiora (teclado), Henry James (guitarra solo) e Warren Murrel (baixo), com todos eles auxiliando nos backing vocals junto de Mahalia Barnes e Juanita Tippins.
Junto com o lançamento de “Shine a Light on Me Brother”, a banda deu início a uma turnê pela Europa, que também representa o retorno aos palcos desde o início da pandemia.
Ouça o álbum a seguir, via Spotify.
O sucessor de “Last Light on the Highway” (2020) vem com a mesma fórmula que consagrou o grupo desde sua estreia em 2011: southern rock que transita entre o blues e o country e nunca abdica das boas melodias. O som da banda é feito para grudar na mente, sem perder esse mérito mesmo lançando praticamente um álbum por ano.
Como diferencial em comparação aos outros trabalhos da discografia, “Shine a Light on Me Brother” soa, provavelmente, um pouco mais melancólico e cadenciado. Entre as 10 músicas do álbum, há duas certamente mais festivas (a faixa-título e “Radio”) e um blues rock típico (“Movin'”), enquanto que as outras sete são menos aceleradas e, em alguns casos, até mais afáveis, radiofônicas.
“Everyday”, por exemplo, recorre a uma bem-vinda influência da soul music e soa como Black Crowes no início de carreira. As quatro faixas seguintes na tracklist – “Ain’t No Young Love Song”, “Chicago”, “Hurricane” e “Desert Sun” – apostam, cada uma a seu modo, nas referências ao country. A primeira mencionada, em especial, foi feita para se tornar um hit.
Fato é que, dos momentos mais empolgados às passagens mais melódicas, “Shine a Light on Me Brother” não decepciona. A banda é muito consistente e sabe a hora de individualizar destaques, ainda que boa parte dos holofotes fique, naturalmente, com o vocal carismático de Robert Jon Burrison. A dinâmica com as backing vocals e a construção de solos de guitarra também são pontos de destaque.
Mas o grande acerto está no cerne das composições. Como já apontei, cada faixa parece ter sido feita para entrar na mente e não sair tão cedo. Em um segmento onde basta soar vintage para conquistar alguma atenção, esse disco se destaca muito por trazer canções bem elaboradas, com início, meio e fim.
“Shine a Light on Me Brother” é um grande álbum e serve como porta de entrada para a discografia de uma banda que, certamente, merece reconhecimento amplificado.
Robert Jon & The Wreck – “Shine a Light on Me Brother”
- Shine a Light on Me Brother
- Everyday
- Ain’t No Young Love Song
- Chicago
- Hurricane
- Desert Sun
- Movin’
- Anna Maria
- Brother
- Radio
* Texto desenvolvido em parceria por André Luiz Fernandes e Igor Miranda. Pauta, redação, opinião e edição geral por Igor Miranda; redação geral por André Luiz Fernandes.