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Por que o Pink Floyd gravou seu lendário show em Pompeii sem plateia

Banda fez questão de tocar 100% ao vivo para ninguém - e havia motivos para isso

Em 1972, o Pink Floyd lançou um dos vídeos ao vivo mais lembrados da história do rock: “Pink Floyd: Live at Pompeii”. O registro se tornou icônico não só por sua localização inusitada ou pela performance histórica, como, também, pela ausência de plateia.

Idealizado pelo cinegrafista francês Adrian Maben, “Pink Floyd: Live at Pompeii” foi gravado no anfiteatro de Pompeia. O local foi construído por volta do ano 70 a.C. e faz parte das ruínas da cidade de Pompeia, destruída por um vulcão ainda na antiguidade.

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Aquela ocasião não foi a primeira em que o Pink Floyd experimentaria gravar um show de forma nada convencional. Em 1970, o grupo fez uma apresentação nos estúdios da emissora KQED TV em um formato pouco usual para os padrões roqueiros da época.

No entanto, o que viria a seguir seria ainda mais diferenciado.

A ausência de plateia em Live at Pompeii

A ideia de Adrian Maben surgiu após passar férias na região de Nápoles, na Itália, onde foi conhecer as ruínas de Pompeia. Enquanto procurava seu passaporte perdido no anfiteatro, analisou o visual e a acústica do local, considerando-o perfeito para um show do Pink Floyd – ele era fã da banda e pensava em combinar o som deles com outras formas de arte.

O silêncio, em especial, chamou atenção do cineasta para a gravação naquele local. Tudo ali parecia combinar com a pegada mais “viajada” do som do grupo.

Outro ponto de interesse para ser explorado na produção era a ausência de plateia, pois aquilo oferecia um contraste em comparação a tudo que se conhecia sobre rock até então. O filme oficial do festival de Woodstock e a produção audiovisual “Gimme Shelter”, dos Rolling Stones, mostravam bandas tocando para multidões barulhentas – nunca em espaços vazios.

Pink Floyd vai a Pompeia

Adrian Maben havia passado todo o ano de 1971 tentando convencer o empresário da banda, Steve O’Rourke, a fazer algo nessa linha. Foi ignorado por algum tempo, até, enfim, conseguir permissão para executar a ideia. Depois, foi necessário pagar uma taxa considerada alta às autoridades só para poder usar o local.

Acertados os detalhes, a única exigência da banda foi a de não usar playbacks. Dessa forma, todo o equipamento de um show ao vivo comum foi levado para o anfiteatro de Pompeia.

Foram 3 dias de viagem da Inglaterra para Pompeia. Só lá, descobriram algo óbvio: não havia fornecimento de energia elétrica no local. O problema foi resolvido com um cabo de força saindo de uma igreja próxima.

Ao todo, banda e equipe investiram 4 dias na gravação – de 4 a 7 de outubro de 1971. Mesmo assim, algumas das performances foram concluídas em um estúdio em Paris.

Embora a adição de filmagens de mosaicos e outros elementos da cidade antiga façam parecer que tudo foi feito no anfiteatro, basta observar a barba do tecladista Richard Wright: ele está com os pelos faciais no show em Pompeia e sem eles nas imagens de Paris.

A importância do show em Pompeia é tanta, que em 2016, o guitarrista David Gilmour voltaria ao local com sua banda solo. Em duas noites, agora com público, ele produziu sua versão de “Live at Pompeii” em 2017, ganhando até um título de cidadão honorário da antiga cidade romana.

* Texto desenvolvido em parceria por André Luiz Fernandes e Igor Miranda. Pauta, redação complementar e edição geral por Igor Miranda; redação geral e apuração adicional por André Luiz Fernandes.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

4 COMENTÁRIOS

  1. o problema da energia foi resolvido parcialmente com o aluguel de um gerador diesel mas não foi suficiente para atender em tempo suficiente a toda gravação por isso algumas cenas foram gravadas em outro país e foi reduzido também o tempo da gravação que fica bem evidente no cd gravado do show onde para suprir o tempo faltante foram intoduzidas cenas de entrevistas e bastidores da gravação do antológico the dark said of the moon.
    Quanto a realização do show do David Guilmor foi feito em Pompéia sim mas num anfiteatro menor e não no mesmo local que foi feito o da banda.

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