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Gene Simmons rejeitou o Van Halen em 1976 para proteger o Kiss – e nem ele sabia disso

Objetivo era evitar que o baixista se aventurasse em outros projetos e deixasse o Kiss de lado

O vocalista e baixista do Kiss, Gene Simmons, quase assinou um acordo para tornar-se o empresário do Van Halen nos primórdios da banda. Isso, porém, acabou não acontecendo – e o real motivo foi revelado, não por Simmons, mas por seu colega de grupo, Paul Stanley.

O guitarrista e também cantor do Kiss contou sua versão da história em uma nova biografia de Eddie Van Halen. Com autoria de Paul Brannigan, a obra está para ser lançada nos Estados Unidos, com o título “Unchained”, e no Reino Unido, como “Eruption”.

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Gene Simmons e Van Halen

A história de como Gene Simmons conheceu o Van Halen já é relativamente famosa. Em 1976, o já notório integrante do Kiss se encantou logo de cara ao assistir a um show do grupo em uma casa noturna de Los Angeles, nos Estados Unidos.

No camarim daquela apresentação, Simmons ofereceu um contrato de gravação de uma demo para o grupo. Ele financiou tudo para que o Van Halen fosse até Nova York registrar o material.

Ao mostrar as músicas para Paul Stanley e para Bill Aucoin, empresário do Kiss, os dois não ficaram nem um pouco empolgados com o que ouviram. Já, já, você descobre o motivo.

Desapontado com a reação, Gene Simmons liberou o Van Halen do acordo e prometeu uma nova oportunidade dentro de alguns meses, quando o Kiss terminaria uma turnê. Logo em seguida, o Van Halen assinou seu primeiro contrato, com a gravadora Warner Music.

O motivo da falta de animação

Só agora, Paul Stanley revelou ao biógrafo de Eddie Van Halen, Paul Brannigan, o que fez com que ele e Bill Aucoin não se interessassem pelas demos: o próprio futuro do Kiss. Curiosamente, nem Gene Simmons sabia disso, pois a falta de empolgação foi, ao que tudo indica, “armada” por Stanley e Aucoin.

“Nós não queríamos pegar o Van Halen porque estávamos tentando colocar Gene em xeque. Gene às vezes está mais preocupado – e isso é apenas parte de sua personalidade – consigo próprio, e não seria benéfico para nós que ele saísse e se envolvesse com outra coisa.

O Van Halen era irrecusável? Absolutamente. Eles eram fabulosos? Sim. Eles tinham o que precisava? Absolutamente. Mas nós tínhamos que tomar conta do Kiss, e a forma de proteger o Kiss naquela época era puxar as rédeas de Gene. Simples assim.”

A versão de Simmons

No mesmo livro, em entrevista para Brannigan, Gene Simmons deu sua versão da história. O músico contou como ficou sem entender a reação de Stanley e Aucoin ao ouvirem as demos do Van Halen.

O baixista foi surpreendido pelo som do quarteto logo nos primeiros acordes de Eddie no show de Los Angeles. Não entrava em sua mente como outras pessoas não tinham a mesma sensação que ele.

“Todos encolheram seus ombros e ficaram tipo ‘e daí?’. E eu falei: ‘Vocês querem me matar! O que vocês querem dizer com ‘e daí’? Ouçam isso!’”

No fim das contas, após Paul Stanley e Bill Aucoin “fingirem” que não curtiram as demos, o Van Halen assinou com a Warner, após serem descobertos pelo produtor e vice-presidente da gravadora, Ted Templeman. O grupo lançou seu primeiro disco, homônimo, no início de 1978.

Algumas das músicas que estavam nas demos de Gene Simmons saíram nesse disco, como “Runnin’ With the Devil” e “On Fire”. Já outras, como “House of Pain”, estiveram presentes em trabalhos futuros.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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