O Braia, projeto liderado pelo multi-instrumentista Bruno Maia (Tuatha de Danann), lançou seu segundo álbum “Braia…e o mundo de cá”. Focado em sonoridades que remetem ao estado de Minas Gerais, de onde vem Maia, o trabalho é descrito como “um prazeroso jorro de música regional fresca com origens ancestrais e muita história”.
Com 10 faixas e mais duas bonus tracks, o álbum promete estabelecer um diálogo instrumental entre a música brasileira, cultura popular, tradição irlandesa e o rock progressivo. Os temas referenciam aspectos e fatos da memória e história brasileira, principalmente do imaginário cultural mineiro, como a Guerra dos Emboabas, a corrida do ouro, Diadorim, entre outros.
A música se aprofunda em ritmos e expressões como samba, ijexá, baião, música mineira, moda de viola. Há, ainda, a influência irlandesa típica dos trabalhos do Tuatha de Danann, presente em gaitas de fole, rabecas irlandesas e fraseados típicos das tradicionais jigs e reels.
Tanto no disco físico quanto no site oficial, é possível ler os textos que Bruno escreveu explicando o porquê das escolhas dos títulos das obras. Ouça “Braia…e o mundo de cá” a seguir, via Spotify:
“Porteiras abertas”
Em material de divulgação, Bruno Maia – que produziu o CD e tocou violão, viola caipira, banjo, bouzouki, bandolin, flautas irlandesas, escaleta, guitarra e teclados – conta que se apaixonou pela cultura celta ainda na infância, por conta de um desenho animado do Rei Arthur que passava na TV no fim dos anos 1980. Montou a banda Tuatha de Danann em Varginha, em 1996, pioneira nacional no estilo folk metal (heavy metal com música folclórica irlandesa), lançando álbuns e realizando turnês no Brasil e na Europa. Também em Varginha, organizou por 19 anos o festival Roça’n’Roll.
“No Braia, eu me sinto mais livre. Parece que as porteiras estão todas abertas e eu posso ir e voltar pela vereda que eu quiser que ainda estarei em casa. Já no Tuatha de Danann, embora tenhamos total liberdade de criação e autonomia, estou inserido dentro de um universo categorizador que, querendo ou não, tem seus limites e uma origem mais bem delineada. Com o Braia, posso fazer música celta, baião, moda de viola e mesmo rock sem pertencer a qualquer um destes estilos.”
O primeiro disco do grupo, “Braia…e o mundo de lá”, foi lançado em 2007 no Brasil e na França, e conquistou o Prêmio Mineiro de Música Independente. A turnê veio em seguida, o que rendeu um DVD ao vivo.
Neste trabalho inicial, cantado em português, as letras apresentavam motes da cultura celta: fadas, duendes, autores irlandeses como James Joyce e W.B.Yeats e magia em geral. Uma pequena ponte separa esses dois universos, segundo Bruno.
“Neste disco novo, embora a influência celta e da tradição musical irlandesa esteja talvez até mais presente que no primeiro trabalho, o enfoque, agora, foi maior na brasilidade, em ritmos e nuances da música brasileira e, por isso mesmo, o título veio contrapor ao título do anterior. Se antes evidenciávamos o ‘mundo de lá’, agora é a vez do ‘mundo de cá’.”
Braia…e o mundo de cá
- Sabarabuçu Set
- Rio das Mortes
- Diadorina
- Trem do Rio
- Quebranto Cataguá
- Capão da Traição
- Pai Ambrósio
- Puizé celta, uai!
- Tira-couro
- Um Besouro na Esquina
- Tempos Idos 2021
- Tumbero
- Feito através da Lei Aldir Blanc – Minas Gerais e de um grupo de apoiadores
- Bruno Maia (violão, viola caipira, banjo, bouzouki, bandolin, flautas irlandesas, escaleta, guitarra e teclados)
- Alex Navar (gaita de fole irlandesa)
- Anderson Silvério (contrabaixo)
- Fabrício Altino (bateria)
- Rafael Castro (teclados)
- Participações de Felipe Andreoli (contrabaixista da banda Angra) e Daiana Mazza (violino)
- Produção: Bruno Maia
- Loja virtual: braia.net.br