Quando se fala no Toto, a primeira música que vem à cabeça é o hit “Africa”, de 1982. Presente no álbum “Toto IV”, a canção fez enorme sucesso na época de seu lançamento e seguiu popular com o passar dos anos, ganhando até um cover recente do Weezer que também obteve grande repercussão.
Curiosamente, Steve Lukather não gosta de todo esse sucesso de “Africa”. Em entrevista ao canal Rock History Music, com transcrição via Ultimate Guitar, o guitarrista e líder do Toto revelou que até hoje luta para que a banda não seja tão associada ao seu maior hit.
Na visão de Lukather, inclusive, outras músicas do Toto poderiam ter feito sucesso se o êxito de “Africa” não tivesse sido tão avassalador desde o seu lançamento. Por isso, o guitarrista ainda tenta fazer com que as pessoas percebam que a banda oferece muito mais do que o hit de 1982.
Pessoalmente, Steve refletiu que a fama de “Africa” e sua reprodução a exaustão não são compensadoras para ele. Nem mesmo financeiramente, já que a música foi composta por outros membros da banda – mais especificamente, o tecladista David Paich e o falecido baterista Jeff Porcaro.
“Mais de 40 anos depois, eu ainda estou tentando lutar contra isso. É tipo: por que você não vem ver a banda uma vez antes de pensar que somos apenas ‘Africa’? Porque essa é a música que menos representa o que fazemos. E é um pequeno presente brega que ganhamos. Eu não ganho nenhum dinheiro com ela – apenas David e Jeff Porcaro, porque eles escreveram a música.”
Citando outros trabalhos que ele acredita que poderiam ter virado hits, Steve Lukather lembrou de músicas do álbum “Isolation” (1984), lançado logo após o disco que contém “Africa”. Segundo ele, as rádios de rock da época também foram culpadas por não darem atenção para o som do Toto.
“Haviam coisas de ‘Isolation’, como ‘Endless’ ou ‘Angel Don’t Cry’, que eu tive certeza que seriam hits. Mas estávamos tendo um monte de merda das rádios de rock, eles não olhavam para nós depois do hit de ‘Africa’ e todas as baladas. Eles não nos consideravam uma banda de rock, então descartaram nossa música.”
* Foto da matéria: Michael Ochs / divulgação