O trágico acidente de avião que matou os cinco integrantes dos Mamonas Assassinas ocorreu há 25 anos, em 2 de março de 1996. A colisão da aeronave com a Serra da Cantareira, em São Paulo, vitimou o vocalista Dinho, o guitarrista Bento Hinoto, o baixista Samuel Reoli, o baterista Sérgio Reoli e o tecladista Júlio Rasec.
Além do quinteto, faleceram o piloto Jorge Luiz Martins, o copiloto Alberto Yoshiumi, o segurança Sérgio Saturnino Porto e o roadie Isaac Souto – este último era primo de Dinho.
A aeronave acidentada era um jatinho Learjet 25D prefixo PT-LSD, que fazia uma viagem de Brasília (DF), onde os Mamonas Assassinas haviam se apresentado, até o aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. O voo de ida foi realizado no mesmo avião, com os mesmos piloto e copiloto.
Clima
Na volta, as condições climáticas não eram favoráveis: parte da Serra da Cantareira, local onde o jato executivo caiu, era coberta por uma neblina espessa.
Em entrevista ao “G1“, em 2016, a mãe de Dinho, Célia Alves, que o esperava no avião com familiares, relembrou:
“Ficamos esperando, de olho naquela bendita porta que se abre, e achei estranho a demora. Pensei: ‘Poxa vida, esse avião vai descer com esse tempo?’ Falei: ‘Ah, vou tirar esse pensamento da cabeça. Isso não é bom’. Pedia a Deus que ele chegasse bem.”
Fadiga
Porém, os fatores mais importantes que explicam o acidente estão relacionados com o piloto e o copiloto. Ambos acumulavam fadiga relacionada à agenda da banda, pois estavam em trânsito desde o dia anterior.
Na tarde de 1° de março de 1996, a tripulação transportou os passageiros de Caxias do Sul (RS) para Piracicaba (SP), chegando às 15h55. Permaneceram na cidade em questão até a manhã do dia seguinte, quando seguiram até Guarulhos, aterrissando às 7h36, em uma viagem rápida.
Todos permaneceram no aeroporto de Guarulhos até 16h41, quando saíram, com duas horas de atraso, para Brasília, chegando às 17h52. O retorno em definitivo para Guarulhos foi iniciado às 21h58, com o acidente, tragicamente, ocorrendo às 23h16.
O expediente cumprido por piloto e copiloto foi de 16h30 – excedendo o máximo autorizado de 11h.
Além disso, o copiloto Alberto Yoshiumi não tinha horas de voo o bastante para aquela aeronave, portanto, não assessorou o piloto Jorge Luiz Martins quando necessário. Ele trabalhou naquele transporte sem ter sido contratado formalmente pela Madri, empresa de táxi aéreo que estava a cargo do transporte dos Mamonas Assassinas naquela ocasião.
O erro em si
No fim das contas, o que exatamente causou o acidente que matou os Mamonas Assassinas? Tecnicamente, um erro na direção de uma curva, depois de diversos protocolos, como os citados acima, não terem sido seguidos.
A aeronave arremeteu em contato com a torre de controle, após o piloto informar que havia condições visuais para tal. Foi realizada, então, uma curva para a esquerda, mas a direção correta para chegar ao aeroporto era à direita.
Tudo isso em velocidade acima e altitude abaixo do indicado, o que foi fatal: menos de um minuto após a curva ter sido realizada, o avião se chocou diretamente com a Serra da Cantareira.
Apesar da orientação para seguir pela perna do vento (à esquerda) ter sido emitida pela torre de controle e a comunicação entre ela e os pilotos não ter sido considerada ideal, a Justiça de São Paulo isentou, em 1997, os controladores de voo Alberto Mendonça, José Valcir da Cruz e Rosemberg de Souza Nascimento, que trabalharam na torre.
De acordo com a promotora Waléria Garcelan Loma Garcia, os controladores, anteriormente acusados de homicídio culposo (sem intenção de matar), cumpriram as normas. Jorge Luiz Martins, o piloto, assumiu o risco após deixar de voar sob orientação eletrônica e passou a realizar um voo visual – um dos erros principais, visto que não havia visibilidade e a tripulação lidava com a fadiga.
Vale destacar que o vídeo a seguir, publicado pelo canal de YouTube “Aviões e Músicas”, explica as causas do acidente com riqueza de detalhes. Conteúdo recomendado.
Mais um elo da corrente o cara fala isso umas 20 vezes kkkkkkkk