Como o Black Sabbath gastou mais em cocaína do que com estúdio para “Vol. 4”

Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward estavam no auge de seus vícios em drogas em 1971

O Black Sabbath realmente ousou ao gravar seu quarto álbum de estúdio, “Vol. 4”, lançado em 1972 e agora com uma reedição luxuosa em box set. Por motivos relacionados à música? Também.

Além de ser um trabalho bastante criativo e experimental, que expandiu os limites do heavy metal que o próprio Black Sabbath ajudou a criar, “Vol. 4” foi marcado por seu processo de gravação, com os excessos de seus integrantes. O vocalista Ozzy Osbourne, o guitarrista Tony Iommi, o baixista Geezer Butler e o baterista Bill Ward estavam no auge de seus vícios em drogas.

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A fama veio ao Sabbath de forma repentina. Seus três primeiros álbuns foram bastante elogiados, com destaque ao segundo, “Paranoid” (1970), que chegou a emplacar a faixa-título como hit. Aqueles quatro músicos humildes de Birmingham, Reino Unido, que vieram de famílias de trabalhadores, agora estavam no topo do mundo.

Em recente entrevista à ‘Rolling Stone‘, os quatro músicos refletiram sobre esse período. Geezer Butler relembrou da clássica “conta do traficante”:

“Acredite ou não, o álbum custou aproximadamente US$ 65 mil. A conta da cocaína custou US$ 75 mil.”

O valor apontado por Butler, corrigido para a cotação de hoje, chega em torno dos US$ 500 mil. É muito pó. E da melhor qualidade, garante Tony Iommi.

“Na época, era (cocaína) da boa. Costumávamos levá-la em um avião particular. É por isso que todos os músicos apareciam em nossas casas o tempo todo, fingindo que vinham nos visitar. Éramos todos traficantes, se você parar para pensar.”

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Black Sabbath, ‘Vol. 4’ e ‘Snowblind’

Foto: Michael Putland / Retna UK / Avalon Red / Rhino

Ozzy Osbourne relembrou, inclusive, que a música “Snowblind”, um dos maiores clássicos de “Vol. 4”, é uma verdadeira declaração de amor à cocaína.

“Fizemos ‘Snowblind’ porque aquela era a descoberta mais incrível de nossas vidas. Achávamos que o sucesso era aquilo, mas acabou se tornando nosso maior inimigo. Entramos de cabeça e foi horrível. Agora penso: ‘o que diabos eu estava pensando au achar que aquela havia sido uma noite das boas?’. A noite nunca acabava. Você ainda estava naquela noite já na manhã seguinte.”

A droga era compartilhada por meio de caixas de sabão em pó, como Persil e Oxo. Chegava 100% pura. Qual era a fonte? A máfia, de acordo com Geezer Butler.

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Com fornecedores desse quilate, droga de qualidade incontestável e abertura para os músicos fazerem o que quisessem, não é de se espantar uma conta tão alta. Não só em dinheiro: os integrantes do Sabbath ficaram reféns das drogas por anos.

Ozzy reforçou o ponto de vista de que a ascensão social daqueles quatro pobretões foi determinante para cometer aquele erro.

“Você tem que lembrar: viemos dos subúrbios de Birmingham, agora temos uma casa em Bel-Air com um disco de sucesso, as pessoas conhecem nossas músicas, éramos os reis do planeta. Então, experimentamos tudo o que podíamos.”

Vícios à parte, a primeira metade da década de 1970 realmente trouxe o Black Sabbath em seu auge. Após terem gravado seus dois primeiros álbuns de forma relativamente rápida, com pouco orçamento e muitas limitações, a situação começou a mudar em “Master of Reality” (1971) e chegou ao patamar de “Vol. 4”, que teve “prazos de entrega bem abertos e drogas infinitas”, conforme aponta a ‘Rolling Stone’.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

1 COMENTÁRIO

  1. Realmente sem controle e muitas regras de doses diárias de álcool e os ilicitos, fica muio caótico consumir substâncias e não perceber que está na realidade está é sendo consumido. Sem um administrador e muita força de vontade e entendimento de quimicas e seus efeitos por tempo de uso e duas concentrações em cada biotipo e varios outros fatores… Digo que ainda assim e tendo educação no uso desde o inicio, é uma roleta russa exagerar sem desintoxicaçoes semestrais ou bimestrais. O corpo busca num esforço gigante eliminar tudo isso e voltar a seu estado normal sem tréguas. É muito insano mas com educação e respeito próprio pode-se consumir drogas sim e ter controle com prazer. Remédios de farmácia venenosos são bem piores em dises minimas e mataram os desavisados ou os deixaram com sequelas eternas. Não entre no mundo das substâncias sem muito estudo de tudo, é minha dica de décadas e desintoxiquem-se sempre com plantas corretas sendo ou não usuários. Devemos lembrar que os venenos na soja que nem deveria ser usada como alimento por ser péssima para nosso organismo, fora outros alimentos não horganicos, estes matam e adoecem bilhões de pessoas diariamente. Sem as químicas usadas no extrato de cocaína e refinamento, ela seria muito menos viciante e até evitaria acidentes de trânsito e muitos outros por ser uma bloqueadora dos efeitos do álcool e drogas alucinógenas. O tema é extenso e sem discriminação e com pessoas sérias e conhecedoras de quimica e medicina de mente aberta, os usos benefícios ficarão para as futuras e breves gerações. As anfetaminas são sem o maior perigo a decadas e usadas em remédios de enagrecimento gerando lucros trilhonarios e escravizando pessoas em todo o planeta sem quaisquer escrúpulos e tudo em nome do lucro. Abraços.

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