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Quando Kiss e Aerosmith deixaram rivalidade de lado e fizeram turnê juntos

Kiss e Aerosmith alimentaram uma espécie de rivalidade por décadas, com direito a provocações públicas, mas deixaram isso de lado em 2003 para uma turnê conjunta. A tour foi repleta de tretas internas, mas envolvendo só o Kiss e tendo o baterista Peter Criss como protagonista.

Kiss e Aerosmith alimentaram, por décadas, uma espécie de rivalidade. Surgidas na mesma época – início dos anos 70 -, as duas bandas se consideram as maiores do hard rock americano e praticamente não interagiam, talvez, por questões relacionadas aos bastidores que nunca iremos descobrir.

O livro ‘They Just Seem a Little Weird: How Kiss, Cheap Trick, Aerosmith, and Starz Remade Rock and Roll’, do jornalista Doug Brod (ex-revista ‘Spin’), pode trazer algumas respostas ligadas a essa rivalidade que, até então, o público não tinha. A obra busca mostrar como as bandas Kiss, Cheap Trick, Aerosmith e Starz “reconstruíram” o rock, cada uma à sua maneira.

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Lançado no exterior pela editora Hackette, o livro tem, em um de seus trechos (divulgado pela Variety), a narrativa de quando Kiss e Aerosmith deixaram a rivalidade de lado e fizeram uma turnê em conjunto. A tour foi chamada ‘Rocksimus Maximus Tour/World Domination Tour’ e trazia as duas bandas como co-headliners.

Ao todo, foram 59 apresentações entre 2 de agosto e 20 de dezembro de 2003, todas nos Estados Unidos. Com algumas exceções, a média de público dos shows girava em torno de 10 a 15 mil fãs.

O Kiss estava em um momento confuso de sua trajetória: eles haviam acabado de concluir a turnê de despedida, ‘Farewell Tour’, mas a banda não acabou de fato. O guitarrista Ace Frehley deixou a formação, sendo substituído por Tommy Thayer, mas o baterista Peter Criss seguiu por um tempo com o grupo, gravando o álbum ao vivo ‘Symphony: Alive IV’ e comparecendo a essa turnê. Ao fim desse giro, Criss teve sua vaga ocupada por Eric Singer.

O Aerosmith também não estava em seu melhor momento. A banda lançou em 2001 o álbum ‘Just Push Play’, que não repetiu as vendas dos antecessores e foi criticado por adotar uma sonoridade mais pop, para dizer o mínimo. Apesar disso, eles chegaram a emplacar o single ‘Jaded’ nas paradas de vários países, atingindo o sétimo lugar dos charts americanos.

Kiss e Aerosmith (ou melhor, Steven Tyler) não se bicavam

O cerne do conflito entre Kiss e Aerosmith estava no vocalista da segunda banda, Steven Tyler. Ele não gostava dos músicos do grupo mascarado – e a recíproca era verdadeira.

O guitarrista Joe Perry, por sua vez, mantinha boa relação com todos – ele até tocou com o vocalista e baixista Gene Simmons nas aventuras solo do linguarudo -, embora tenha provocado o Kiss no passado. “O show deles é incrível, mas eles pensam que são uma banda de rock. Se tirar a maquiagem, fantasias e colocar num pub sem fogos, será uma boa banda como Aerosmith ou Cheap Trick?”, afirmou o guitarrista, em 1978, ao jornalista Ira Robbins.

Desde 1974, aliás, Kiss e Aerosmith não dividiam o mesmo palco. Eis que o empresário Doc McGhee alinhou ambas as bandas para fazer a tal turnê co-headliner. De acordo com o livro, o manager tentou unir os grupos para fazerem essa tour no passado, mas o conjunto de Steven Tyler preferiu excursionar com Kid Rock.

O vocalista e guitarrista do Kiss, Paul Stanley, destacou em entrevistas que sempre quis fazer turnê com o Aerosmith, desde a década de 1970. Joe Perry também tinha esse planejamento, que demorou para se concretizar.

No fim das contas, a turnê foi marcada e todos deram o aval – exceto Steven Tyler, que cumpriu a agenda a contragosto e se recusou a participar de quase todas as coletivas de imprensa e outros eventos de divulgação.

Peter Criss foi exigência

De acordo com o livro, nos bastidores, havia uma exigência por parte do Aerosmith para aceitar excursionar com o Kiss. Eles queriam que a banda mascarada tivesse pelo menos três integrantes originais.

A ideia de excluir Peter Criss (e Ace Frehley) do Kiss já existia desde antes da turnê de despedida – Paul Stanley e Gene Simmons dizem, inclusive, que fizeram a ‘Farewell Tour’ para chutar Criss e Frehley, não para acabar com a banda de verdade. Cientes disso, os músicos do Aerosmith fizeram tal exigência.

Frehley havia, de fato, saído do Kiss àquela altura. Tommy Thayer assumiu a vaga dele em março de 2002. O Spaceman original, na época, pedia para receber valores mais altos por suas performances com a banda – queria ser um sócio praticamente igualitário – e estava voltando a se envolver com drogas.

Antes de tudo isso, Peter Criss já estava fora. Em 2001, ele se recusou a participar de uma etapa da turnê de despedida, no Japão e na Austrália, também por divergências contratuais. Eric Singer ocupou sua vaga naquela ocasião.

Nas entrevistas, Paul Stanley e Gene Simmons bancaram as falsianes e elogiaram Peter Criss. O Starchild exaltou as habilidades de Criss, claramente debilitado, na bateria. O Demon, por sua vez, destacou que o colega teve uma “epifania” e “renasceu” após ter sido um “c*zão por décadas”.

O Catman, por sua vez, afirma ter sido enganado para voltar ao Kiss para aquelas turnês. Houve a garantia de que a grana envolvida naquela tour seria suficiente para garantir a aposentadoria dele. Foi comentado que tentaram fazer uma turnê com o Aerosmith, mas não conseguiram, então deram a ideia de novas apresentações solo. Criss topou voltar e só um tempo depois descobriu que na verdade as datas eram de fato com o Aerosmith. Climão.

Kiss como banda de abertura

Joe Perry tentou intermediar para garantir que Ace Frehley voltasse ao Kiss para aquela turnê. A ideia era que as bandas se revezassem nas vagas de abertura e encerramento.

Como Frehley não aceitou, o Kiss abriu para o Aerosmith todas as noites. Steven Tyler e seus companheiros se recusavam a abrir para uma banda com um integrante substituto na vaga do Spaceman original.

Foi a primeira vez desde 1988 que o Kiss não encerrava um show. Na época, eles abriram para o Iron Maiden no festival Monsters of Rock, em Donington. Apesar dos egos imensos, os mascarados toparam.

Em entrevistas, Perry buscou dar uma explicação mais coerente: segundo ele, o Aerosmith tinha mais hits recentes que o Kiss.

Amizade na frente, tretas por trás

A turnê parecia correr tranquilamente para quem assistia aos shows. Joe Perry chegou a participar das apresentações do Kiss tocando “Strutter” vestindo as botas de Paul Stanley. A presença de Peter Criss indicava que a banda mascarada poderia se entender, enfim, e retomar com sua formação original novamente, em definitivo.

Que nada. Há relatos de que Criss era justamente o membro do Kiss mais difícil de se lidar. Além de estar chateado com as enganações prévias, arquitetadas para que ele aceitasse embarcar na turnê, o baterista não admitia a ausência de Ace Frehley e detonava Tommy Thayer, um guitarrista “perfeitinho demais” para ele. “Você pensa ser um rockstar, mas é um m*rda. Você costumava pedir o meu café da manhã”, teria dito Peter a Tommy, que foi assistente do Kiss por anos.

Peter ficou ainda mais irritado ao longo da tour, quando, segundo ele, a equipe de roadies do Kiss não o ajudava em meio a problemas técnicos. O baterista dizia que recebia mais suporte dos ajudantes do Aerosmith do que de sua própria banda.

Segundo Criss, Paul Stanley tinha ciúmes de Steven Tyler, o que azedaria ainda mais a relação entre ambos. O Starchild estaria tentando aparecer “um pouco demais” durante os shows, forçando a barra com seus típicos movimentos de palco – desde simular uma ereção com o braço da guitarra até beijar o próprio bumbum em movimentos contorcionistas.

Kiss e Aerosmith: sucesso, mas sem repeteco

O livro aponta que a turnê de Kiss e Aerosmith arrecadou US$ 64 milhões e inicialmente teria pouco mais de 30 datas, mas foi expandida para 59 devido à boa recepção. A tour ainda ajudou ambas as bandas a se manterem relevantes mesmo não tendo lançado álbuns nos anos anteriores – o Aerosmith não divulgava nada desde 2001 e o Kiss, desde 1998.

Apesar disso, eles nunca mais repetiram a dose. Steven Tyler, enfim, quebrou o silêncio em entrevistas no ano de 2012 e provocou o Kiss, dizendo que era uma “banda de rock de histórias em quadrinhos”. “Eles tiveram algus hits, mas são como uma história em quadrinhos. É diferente, compare um lick de guitarra do Kiss com outro de Joe Perry. São dois mundos diferentes e eu fico ofendido com a comparação entre as duas bandas, dependendo do dia”, afirmou.

Paul Stanley ficou sabendo da declaração de Tyler e rebateu: “Existe algum tipo de ambivalência ou desprezo contra o Kiss. Devo dizer a ele que não me senti tão mal quando vi o público indo embora do show deles após terminarmos o nosso”.

Apesar disso, o Starchild reconhece que nenhuma banda se mantém relevante por tanto tempo sem ser boa – e aí está o mérito do Aerosmith. “Claramente, há alguém nessa banda que tem seus próprios problemas, que têm mais a ver com eles do que com a gente. Desde o início, embora não nos socializássemos porque nossas agendas nos mantinham separados, sempre tive um grande apreço pelo Aerosmith”, afirmou.

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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Kiss e Aerosmith alimentaram, por décadas, uma espécie de rivalidade. Surgidas na mesma época – início dos anos 70 -, as duas bandas se consideram as maiores do hard rock americano e praticamente não interagiam, talvez, por questões relacionadas aos bastidores que nunca iremos descobrir.

O livro ‘They Just Seem a Little Weird: How Kiss, Cheap Trick, Aerosmith, and Starz Remade Rock and Roll’, do jornalista Doug Brod (ex-revista ‘Spin’), pode trazer algumas respostas ligadas a essa rivalidade que, até então, o público não tinha. A obra busca mostrar como as bandas Kiss, Cheap Trick, Aerosmith e Starz “reconstruíram” o rock, cada uma à sua maneira.

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Lançado no exterior pela editora Hackette, o livro tem, em um de seus trechos (divulgado pela Variety), a narrativa de quando Kiss e Aerosmith deixaram a rivalidade de lado e fizeram uma turnê em conjunto. A tour foi chamada ‘Rocksimus Maximus Tour/World Domination Tour’ e trazia as duas bandas como co-headliners.

Ao todo, foram 59 apresentações entre 2 de agosto e 20 de dezembro de 2003, todas nos Estados Unidos. Com algumas exceções, a média de público dos shows girava em torno de 10 a 15 mil fãs.

O Kiss estava em um momento confuso de sua trajetória: eles haviam acabado de concluir a turnê de despedida, ‘Farewell Tour’, mas a banda não acabou de fato. O guitarrista Ace Frehley deixou a formação, sendo substituído por Tommy Thayer, mas o baterista Peter Criss seguiu por um tempo com o grupo, gravando o álbum ao vivo ‘Symphony: Alive IV’ e comparecendo a essa turnê. Ao fim desse giro, Criss teve sua vaga ocupada por Eric Singer.

O Aerosmith também não estava em seu melhor momento. A banda lançou em 2001 o álbum ‘Just Push Play’, que não repetiu as vendas dos antecessores e foi criticado por adotar uma sonoridade mais pop, para dizer o mínimo. Apesar disso, eles chegaram a emplacar o single ‘Jaded’ nas paradas de vários países, atingindo o sétimo lugar dos charts americanos.

Kiss e Aerosmith (ou melhor, Steven Tyler) não se bicavam

O cerne do conflito entre Kiss e Aerosmith estava no vocalista da segunda banda, Steven Tyler. Ele não gostava dos músicos do grupo mascarado – e a recíproca era verdadeira.

O guitarrista Joe Perry, por sua vez, mantinha boa relação com todos – ele até tocou com o vocalista e baixista Gene Simmons nas aventuras solo do linguarudo -, embora tenha provocado o Kiss no passado. “O show deles é incrível, mas eles pensam que são uma banda de rock. Se tirar a maquiagem, fantasias e colocar num pub sem fogos, será uma boa banda como Aerosmith ou Cheap Trick?”, afirmou o guitarrista, em 1978, ao jornalista Ira Robbins.

Desde 1974, aliás, Kiss e Aerosmith não dividiam o mesmo palco. Eis que o empresário Doc McGhee alinhou ambas as bandas para fazer a tal turnê co-headliner. De acordo com o livro, o manager tentou unir os grupos para fazerem essa tour no passado, mas o conjunto de Steven Tyler preferiu excursionar com Kid Rock.

O vocalista e guitarrista do Kiss, Paul Stanley, destacou em entrevistas que sempre quis fazer turnê com o Aerosmith, desde a década de 1970. Joe Perry também tinha esse planejamento, que demorou para se concretizar.

No fim das contas, a turnê foi marcada e todos deram o aval – exceto Steven Tyler, que cumpriu a agenda a contragosto e se recusou a participar de quase todas as coletivas de imprensa e outros eventos de divulgação.

Peter Criss foi exigência

De acordo com o livro, nos bastidores, havia uma exigência por parte do Aerosmith para aceitar excursionar com o Kiss. Eles queriam que a banda mascarada tivesse pelo menos três integrantes originais.

A ideia de excluir Peter Criss (e Ace Frehley) do Kiss já existia desde antes da turnê de despedida – Paul Stanley e Gene Simmons dizem, inclusive, que fizeram a ‘Farewell Tour’ para chutar Criss e Frehley, não para acabar com a banda de verdade. Cientes disso, os músicos do Aerosmith fizeram tal exigência.

Frehley havia, de fato, saído do Kiss àquela altura. Tommy Thayer assumiu a vaga dele em março de 2002. O Spaceman original, na época, pedia para receber valores mais altos por suas performances com a banda – queria ser um sócio praticamente igualitário – e estava voltando a se envolver com drogas.

Antes de tudo isso, Peter Criss já estava fora. Em 2001, ele se recusou a participar de uma etapa da turnê de despedida, no Japão e na Austrália, também por divergências contratuais. Eric Singer ocupou sua vaga naquela ocasião.

Nas entrevistas, Paul Stanley e Gene Simmons bancaram as falsianes e elogiaram Peter Criss. O Starchild exaltou as habilidades de Criss, claramente debilitado, na bateria. O Demon, por sua vez, destacou que o colega teve uma “epifania” e “renasceu” após ter sido um “c*zão por décadas”.

O Catman, por sua vez, afirma ter sido enganado para voltar ao Kiss para aquelas turnês. Houve a garantia de que a grana envolvida naquela tour seria suficiente para garantir a aposentadoria dele. Foi comentado que tentaram fazer uma turnê com o Aerosmith, mas não conseguiram, então deram a ideia de novas apresentações solo. Criss topou voltar e só um tempo depois descobriu que na verdade as datas eram de fato com o Aerosmith. Climão.

Kiss como banda de abertura

Joe Perry tentou intermediar para garantir que Ace Frehley voltasse ao Kiss para aquela turnê. A ideia era que as bandas se revezassem nas vagas de abertura e encerramento.

Como Frehley não aceitou, o Kiss abriu para o Aerosmith todas as noites. Steven Tyler e seus companheiros se recusavam a abrir para uma banda com um integrante substituto na vaga do Spaceman original.

Foi a primeira vez desde 1988 que o Kiss não encerrava um show. Na época, eles abriram para o Iron Maiden no festival Monsters of Rock, em Donington. Apesar dos egos imensos, os mascarados toparam.

Em entrevistas, Perry buscou dar uma explicação mais coerente: segundo ele, o Aerosmith tinha mais hits recentes que o Kiss.

Amizade na frente, tretas por trás

A turnê parecia correr tranquilamente para quem assistia aos shows. Joe Perry chegou a participar das apresentações do Kiss tocando “Strutter” vestindo as botas de Paul Stanley. A presença de Peter Criss indicava que a banda mascarada poderia se entender, enfim, e retomar com sua formação original novamente, em definitivo.

Que nada. Há relatos de que Criss era justamente o membro do Kiss mais difícil de se lidar. Além de estar chateado com as enganações prévias, arquitetadas para que ele aceitasse embarcar na turnê, o baterista não admitia a ausência de Ace Frehley e detonava Tommy Thayer, um guitarrista “perfeitinho demais” para ele. “Você pensa ser um rockstar, mas é um m*rda. Você costumava pedir o meu café da manhã”, teria dito Peter a Tommy, que foi assistente do Kiss por anos.

Peter ficou ainda mais irritado ao longo da tour, quando, segundo ele, a equipe de roadies do Kiss não o ajudava em meio a problemas técnicos. O baterista dizia que recebia mais suporte dos ajudantes do Aerosmith do que de sua própria banda.

Segundo Criss, Paul Stanley tinha ciúmes de Steven Tyler, o que azedaria ainda mais a relação entre ambos. O Starchild estaria tentando aparecer “um pouco demais” durante os shows, forçando a barra com seus típicos movimentos de palco – desde simular uma ereção com o braço da guitarra até beijar o próprio bumbum em movimentos contorcionistas.

Kiss e Aerosmith: sucesso, mas sem repeteco

O livro aponta que a turnê de Kiss e Aerosmith arrecadou US$ 64 milhões e inicialmente teria pouco mais de 30 datas, mas foi expandida para 59 devido à boa recepção. A tour ainda ajudou ambas as bandas a se manterem relevantes mesmo não tendo lançado álbuns nos anos anteriores – o Aerosmith não divulgava nada desde 2001 e o Kiss, desde 1998.

Apesar disso, eles nunca mais repetiram a dose. Steven Tyler, enfim, quebrou o silêncio em entrevistas no ano de 2012 e provocou o Kiss, dizendo que era uma “banda de rock de histórias em quadrinhos”. “Eles tiveram algus hits, mas são como uma história em quadrinhos. É diferente, compare um lick de guitarra do Kiss com outro de Joe Perry. São dois mundos diferentes e eu fico ofendido com a comparação entre as duas bandas, dependendo do dia”, afirmou.

Paul Stanley ficou sabendo da declaração de Tyler e rebateu: “Existe algum tipo de ambivalência ou desprezo contra o Kiss. Devo dizer a ele que não me senti tão mal quando vi o público indo embora do show deles após terminarmos o nosso”.

Apesar disso, o Starchild reconhece que nenhuma banda se mantém relevante por tanto tempo sem ser boa – e aí está o mérito do Aerosmith. “Claramente, há alguém nessa banda que tem seus próprios problemas, que têm mais a ver com eles do que com a gente. Desde o início, embora não nos socializássemos porque nossas agendas nos mantinham separados, sempre tive um grande apreço pelo Aerosmith”, afirmou.

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