Como seria o 9° álbum do Led Zeppelin, que seria feito se John Bonham não tivesse morrido

O Led Zeppelin acabou em 1980, após a morte do baterista John Bonham. Como seria o próximo álbum da banda, que sucederia o experimental 'In Through the Out Door'? Temos algumas pistas, apresentadas neste artigo especial.

O Led Zeppelin chegou ao fim em 1980, logo após o baterista John Bonham ter morrido, sufocado pelo próprio vômito após consumir 40 doses de vodca. Caso ele não tivesse nos deixado, a banda colocaria em prática alguns planos bem curiosos.

Em recente entrevista à revista ‘Classic Rock’, o guitarrista Jimmy Page revelou que chegou a conversar com o próprio John Bonham sobre o futuro do Led Zeppelin naquele momento. Havia planos para um próximo álbum, o novo da carreira, para suceder ‘In Through the Out Door’ (1979) – que, nas palavras de Page, era um “disco de teclados”.

“John Bonham e eu discutimos como o próximo álbum deveria ter sido, pois cada um deles era diferente do anterior. O ‘Presence’ (1976) era um álbum de guitarra, então, John Paul Jones (baixista) conseguiu o seu Dream Machine (um sintetizador Yamaha GX-1), então, parecia certo fazer um álbum de teclados (‘In Through the Out Door’). Estávamos discutindo sobre o que faríamos no próximo e havia ideias definitivas.”

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Mas como, exatamente, esse novo álbum soaria? Qual era a proposta artística do Led Zeppelin para o início dos anos 1980?

A entrevista de Jimmy Page à ‘Classic Rock’ não foi tão conclusiva, mas há diversas pistas na história do Led Zeppelin indicando qual seria o caminho a ser tomado naquele período.

Led Zeppelin de volta ao peso?

Foto: Jim Summaria / Wikimedia

Conforme já mencionado, ‘In Through the Out Door’ é um álbum de teclados, muito por conta da influência que John Paul Jones exercia na criatividade do Led Zeppelin naquela época. O vocalista Robert Plant também estava bastante ativo no processo autoral, enquanto o próprio Jimmy Page, líder do grupo, não apareceu tanto.

O nono álbum do Led Zeppelin, muito provavelmente, retomaria a pegada visceral que a banda tentou emular em ‘Presence’ ou até a sonoridade mais clássica do início dos anos 1970. Ao que tudo indica, Jimmy Page pretendia voltar a exercer influência no processo criativo e trabalhar em prol da bateria de John Bonham, deixando os teclados de lado.

Apesar dos rumores, Page não era exatamente um crítico ao som de ‘In Through the Out Door’. Entretanto, ele via aquele álbum como um ponto fora da curva, sendo mais experimental do que o costumeiro para o Zeppelin.

Por outro lado, seria natural que Jones assumisse as rédeas do processo criativo da banda porque Page estava cada vez mais afundado nas drogas. Além disso, Plant ainda não havia superado a morte do filho, Karac, que morreu aos 6 anos de uma infecção no estômago.

Ou seja: uma coisa era o que Jimmy Page queria fazer. Outra coisa era o que Jimmy Page daria conta de fazer. Por isso, esses planos futuros do Zeppelin são tão enigmáticos.

Indicativo na última turnê

Em 1980, meses antes de Bonzo morrer, o Led Zeppelin fez uma série de 14 shows na Europa, sendo a primeira turnê da banda desde 1977. Após várias tours repletas de excessos, tanto na música quanto em visual e estilo de vida, o grupo decidiu promover uma “volta às raízes” nesses shows europeus.

O próprio mercado musical obrigou o Led Zeppelin a ser menos exagerado, pois o punk e a new wave, mais simplórios, estavam em alta. Então, eles excursionaram com um palco mais modesto, sem telões e com menos recursos de iluminação e afins, que combinava com as arenas indoor, de menor porte, que receberiam os shows. Até o visual dos músicos mudou: os caras subiam no palco de cabelos mais curtos e roupas mais básicas.

Musicalmente, essa mesma proposta foi mantida. Os longos solos de bateria e o exibicionismo de Jimmy Page com um arco de violino, entre outros momentos do tipo, ficaram de lado. Os improvisos de 30 minutos também.

A turnê rolou de forma tão positiva que o Zeppelin se empolgou para fazer shows nos Estados Unidos na sequência. As datas na América, claro, foram canceladas após a morte de Bonzo.

No fim das contas, seria natural refletir esse conceito “back to basics” no nono álbum da carreira da banda. Ainda que eles não falem muito sobre esses planos – já que nem foram colocados em prática -, essa veia provavelmente daria o tom dos próximos movimentos do grupo.

Fato é que John Bonham faleceu e o Led Zeppelin, acertadamente, encerrou suas atividades. Devido a obrigações contratuais, o álbum ‘Coda’ foi lançado com materiais antigos e inéditos.

A maior parte do material (considerando a tracklist de 12 faixas) vem de gravações do início da banda, entre 1969 e 1972 – como ‘Travelling Riverside Blues’, promovida como single. Há três outtakes de ‘In Through the Out Door’, todavia, reforçando, era bastante improvável que aquela sonoridade fosse mantida em um disco seguinte.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

1 COMENTÁRIO

  1. Tentar definir como seria um suposto nono álbum do Led Zeppelin , certamente, é muito difícil. Mas, como ocorrido nos anteriores, um novo álbum, provavelmente, seria composto por muitos elementos inovadores de forma a , novamente, vir a surpreender pela capacidade de criação dos integrantes dessa que considero a melhor banda de rock de todos os tempos.

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