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Por que não foi o grunge que matou o hard rock dos anos 80, segundo Dee Snider

Um dos debates intermináveis dentro do rock como um todo é: o grunge foi o responsável por matar o hard rock da década de 1980, também conhecido como hair metal ou glam metal?

Muitos fãs acreditam que o grunge teve grande responsabilidade pelo fim do sucesso das bandas de hard rock dos anos 1980. Até o heavy metal, em sua forma mais “tradicional”, também entra nesse balaio, dependendo de quem está fazendo a análise.

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– Leia também: Dee Snider achava que o Metallica não iria a lugar nenhum

Na virada da década, nomes como Mötley Crüe, Warrant, Skid Row, Poison, Dokken, W.A.S.P., Great White e Tesla, entre vários outros, não conseguiram repetir o êxito comercial de outros tempos. No mesmo período, bandas como Nirvana, Alice in Chains, Soundgarden, Stone Temple Pilots, L7, Pearl Jam e Smashing Pumpkins, além de grupos mais alternativos, passaram a dominar as paradas e ditar tendências.

Em recente entrevista ao Ultimate Guitar, o vocalista Dee Snider, do Twisted Sister, revelou não acreditar nessa teoria. Para ele, o hard rock dos anos 1980 já tinha prazo de validade, pois várias bandas estavam apostando em músicas repletas de fórmulas.

Inicialmente, Snider refletiu sobre a chegada do movimento grunge. “Eu adorei o grunge. Quando eles apareceram, nem sequer se chamava assim. E é isso o que acontece com esses rótulos, mesmo heavy metal, punk, hair metal… não são os artistas que escolhem, mas, sim, os jornalistas. E, geralmente, vêm em uma conotação negativa”, disse.

– Leia também: Dee Snider revela por que o Twisted Sister acabou

O vocalista pontuou que músicos do Soundgarden e Pearl Jam não gostavam de ser chamados de grunge. “Eles poderiam até cair na porrada por causa disso. Eles eram apenas bandas de rock! E se forem algo a mais, Soundgarden e Alice in Chains eram bandas de metal. Eles faziam turnê com Ozzy Osbourne! Isso só foi definido por jornalistas, que rotularam dessa forma”, afirmou.

Essa diferenciação entre bandas de grunge e de outros segmentos não era assimilada por Dee Snider naqueles tempos. “Eu tinha programa de rádio sobre metal na época e tocava Alice in Chains, Soundgarden e Nirvana nele. Eu pensava: ‘isso é ótimo, coisas novas e pesadas'”, apontou.

– Leia também: Widowmaker, o projeto de Dee Snider que poderia ter dado certo

E por que, no fim das contas, é bobagem dizer que o grunge matou o hard rock dos anos 1980? “É horrível dizer que o grunge fez qualquer coisa com o hair metal. O próprio hair metal fez isso com ele mesmo. Ficou comercial demais, passaram a usar violões tornou-se nada além de baladas e canções acústicas. Não era mais metal. Aquilo tinha que acabar, tinha que mudar”, concluiu.

Dee Snider: ‘o metal estava estereotipado’

Não é a primeira vez que Dee Snider fala sobre o assunto. Em entrevista ao Loudwire, em 2018, ele declarou que o metal como um todo estava muito “exagerado, estereotipado, uma paródia de si mesmo” durante a década de 1980. “Virou uma piada. E o movimento grunge foi uma reação a essa piada”, disse.

– Leia também: Rolling Stone lista os 50 melhores álbuns de hair metal de todos os tempos

Para o cantor, parte do problema estava no fato de o hard rock daquele período soar pop demais. “Saímos da sujeira e ficamos polidos, mainstream, aceitáveis. O Twisted Sister acabou em 1987, então, demorou até que o grunge aparecesse, mas lembro de um fã mandando uma carta que dizia amar Duran Duran, Boy George e Twisted Sister. Achei que aquilo não era um bom sinal. Não dá para manter seu público fiel quando essas pessoas do pop te abraçam”, afirmou.

Dessa forma, o grunge apareceu e se dissociou de tudo aquilo que o hair metal fazia, do visual à obsessão pela fama. “As gravadoras e rádios diziam que não queriam mais aquele tipo de música. Tudo no que eu trabalhei, a forma como eu cantava, a forma como eu me apresentava, o estilo, o jeito que estudei e compus música… tudo deixou de se encaixar. Mesmo o Guns N’ Roses passou a rejeitar os cabelões que usavam no começo”, disse Snider.

– Leia também: Slash diz que não tem afinidade com Poison e cena glam metal anos 80

Ainda na visão do frontman do Twisted Sister, muitos fãs old-school de metal e hair metal têm um ressentimento inadequado com relação às bandas dos anos 1990. Ele cita que é amigo de Mike McMCready (Pearl Jam), um fã de grupos como UFO e Kiss. Além disso, Snider menciona que as músicas dos anos 1980 não foram esquecidas.

“O Nine Inch Nails e o Marilyn Manson fizeram dois shows lotados no Madison Square Garden (em 1994). Daí, Robin Finck e Twiggy Ramirez me chamaram para tocar músicas do Twisted em uma festa. Fizemos o set em uma casa de shows e as pessoas curtiram. Marilyn Manson carregou a tocha disso em muitos sentidos, pela fantasia e maquiagem. Comecei a fazer shows solo e fomos tocar até na Europa. Não foi por isso que o Twisted Sister voltou, mas falei para eles que o mundo nos esperava e acabamos tocando para 50 mil pessoas no Sweden Rock”, concluiu.

– Leia também: 5 nomes do metal que se entregaram ao glam metal nos anos 80

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Muitos fãs acreditam que o grunge teve grande responsabilidade pelo fim do sucesso das bandas de hard rock dos anos 1980. Até o heavy metal, em sua forma mais “tradicional”, também entra nesse balaio, dependendo de quem está fazendo a análise.

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Na virada da década, nomes como Mötley Crüe, Warrant, Skid Row, Poison, Dokken, W.A.S.P., Great White e Tesla, entre vários outros, não conseguiram repetir o êxito comercial de outros tempos. No mesmo período, bandas como Nirvana, Alice in Chains, Soundgarden, Stone Temple Pilots, L7, Pearl Jam e Smashing Pumpkins, além de grupos mais alternativos, passaram a dominar as paradas e ditar tendências.

Em recente entrevista ao Ultimate Guitar, o vocalista Dee Snider, do Twisted Sister, revelou não acreditar nessa teoria. Para ele, o hard rock dos anos 1980 já tinha prazo de validade, pois várias bandas estavam apostando em músicas repletas de fórmulas.

Inicialmente, Snider refletiu sobre a chegada do movimento grunge. “Eu adorei o grunge. Quando eles apareceram, nem sequer se chamava assim. E é isso o que acontece com esses rótulos, mesmo heavy metal, punk, hair metal… não são os artistas que escolhem, mas, sim, os jornalistas. E, geralmente, vêm em uma conotação negativa”, disse.

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O vocalista pontuou que músicos do Soundgarden e Pearl Jam não gostavam de ser chamados de grunge. “Eles poderiam até cair na porrada por causa disso. Eles eram apenas bandas de rock! E se forem algo a mais, Soundgarden e Alice in Chains eram bandas de metal. Eles faziam turnê com Ozzy Osbourne! Isso só foi definido por jornalistas, que rotularam dessa forma”, afirmou.

Essa diferenciação entre bandas de grunge e de outros segmentos não era assimilada por Dee Snider naqueles tempos. “Eu tinha programa de rádio sobre metal na época e tocava Alice in Chains, Soundgarden e Nirvana nele. Eu pensava: ‘isso é ótimo, coisas novas e pesadas'”, apontou.

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E por que, no fim das contas, é bobagem dizer que o grunge matou o hard rock dos anos 1980? “É horrível dizer que o grunge fez qualquer coisa com o hair metal. O próprio hair metal fez isso com ele mesmo. Ficou comercial demais, passaram a usar violões tornou-se nada além de baladas e canções acústicas. Não era mais metal. Aquilo tinha que acabar, tinha que mudar”, concluiu.

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Não é a primeira vez que Dee Snider fala sobre o assunto. Em entrevista ao Loudwire, em 2018, ele declarou que o metal como um todo estava muito “exagerado, estereotipado, uma paródia de si mesmo” durante a década de 1980. “Virou uma piada. E o movimento grunge foi uma reação a essa piada”, disse.

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Para o cantor, parte do problema estava no fato de o hard rock daquele período soar pop demais. “Saímos da sujeira e ficamos polidos, mainstream, aceitáveis. O Twisted Sister acabou em 1987, então, demorou até que o grunge aparecesse, mas lembro de um fã mandando uma carta que dizia amar Duran Duran, Boy George e Twisted Sister. Achei que aquilo não era um bom sinal. Não dá para manter seu público fiel quando essas pessoas do pop te abraçam”, afirmou.

Dessa forma, o grunge apareceu e se dissociou de tudo aquilo que o hair metal fazia, do visual à obsessão pela fama. “As gravadoras e rádios diziam que não queriam mais aquele tipo de música. Tudo no que eu trabalhei, a forma como eu cantava, a forma como eu me apresentava, o estilo, o jeito que estudei e compus música… tudo deixou de se encaixar. Mesmo o Guns N’ Roses passou a rejeitar os cabelões que usavam no começo”, disse Snider.

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“O Nine Inch Nails e o Marilyn Manson fizeram dois shows lotados no Madison Square Garden (em 1994). Daí, Robin Finck e Twiggy Ramirez me chamaram para tocar músicas do Twisted em uma festa. Fizemos o set em uma casa de shows e as pessoas curtiram. Marilyn Manson carregou a tocha disso em muitos sentidos, pela fantasia e maquiagem. Comecei a fazer shows solo e fomos tocar até na Europa. Não foi por isso que o Twisted Sister voltou, mas falei para eles que o mundo nos esperava e acabamos tocando para 50 mil pessoas no Sweden Rock”, concluiu.

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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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