O Journey anunciou dois novos músicos para sua formação. O baixista Randy Jackson e o baterista Narada Michael Walden ocupam as vagas deixadas, respectivamente, por Ross Valory e Steve Smith – ambos foram demitidos da banda e processados sob acusação de golpe.
A novidade foi revelada pelas redes sociais do guitarrista Neal Schon. Jackson e Walden se juntaram a Schon, ao vocalista Arnel Pineda e aos tecladistas Jonathan Cain e Jason Derlatka para uma versão de “Don’t Stop Believin'”, gravada à distância para uma ação do Fundo das Nações Unidas para a Infância, a Unicef, exibida no canal de TV americano MSNBC.
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Veja:
Randy Jackson é um velho conhecido do Journey. O músico entrou para a banda em 1985 e gravou o álbum “Raised on Radio”, lançado no ano seguinte. Em 1987, o grupo entrou em um hiato, retornando apenas em 1995, já com sua formação clássica que trazia Valory de volta ao posto. Jackson também gravou com artistas como Roger Waters, Stevie Nicks, Bruce Springsteen, George Michael, Bob Dylan e Bon Jovi, entre outros.
Narada Michael Walden, por sua vez, é um músico e produtor que está na ativa desde a década de 1970. Além de ter lançado álbuns solo, ele trabalhou como músico de estúdio para Chick Corea, Jeff Beck, Allan Holdsworth, Carlos Santana e Robert Fripp, entre outros. Assumindo a produção, gravou nomes como Mariah Carey, Elton John, Diana Ross, Aretha Franklin e Whitney Houston – com esta última, venceu um Grammy em 1994, na categoria de Álbum do Ano, pela trilha sonora de “O Guarda-Costas”.
Journey vs. Ross Valory e Steve Smith
O Journey anunciou a demissão de Ross Valory e Steve Smith – que, entre idas e vindas, fazem parte da banda desde a década de 1970 – no último mês de março. Neal Schon e Jonathan Cain acusam os músicos de tentarem aplicar um golpe corporativo para obter controle de uma das empresas do Journey, Nightmare Productions. No processo, Schon e Cain pedem uma indenização superior a US$ 10 milhões.
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Na ação, Neal Schon e Jonathan Cain apontam que são, desde 1998, os únicos responsáveis por controlar o Journey enquanto marca, incluindo o nome da banda. Dessa forma, são os únicos músicos autorizados a usar o nome do grupo, mesmo sem outros integrantes originais ou clássicos.
Porém, eles dizem que Ross Valory e Steve Smith tentaram aplicar um golpe para controlar a Nightmare Productions porque acreditavam, erroneamente, que a empresa controlava o nome e a marca Journey. “Eles achavam que poderiam manter como refém o nome Journey e garantir renda após pararem de fazer shows”, afirma o texto do processo.
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Em dezembro de 2019, segundo a acusação, os dois músicos conspiraram para que Neal Schon e Jonathan Cain fossem destituídos do controle da Nightmare Productions. “Com isso, Smith e Valory destruíram a química, coesão e relacionamento necessários para a banda tocar junta”, diz.
Steve Smith entrou para o Journey em 1978, ficando até 1985. Ele voltou em 1995, saiu novamente em 1998 e retomou seu posto em 2015. Ross Valory, por sua vez, faz parte do grupo desde o seu início, em 1973, também deixando a formação em 1985. Ele retornou em 1995 e seguiu desde então.
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