O vocalista e guitarrista James Hetfield concedeu sua primeira entrevista desde que concluiu sua internação em uma clínica de reabilitação, iniciada em setembro de 2019, para tratar uma recaída no alcoolismo. O músico participou da abertura de uma exposição de carros personalizados por ele próprio e aproveitou a ocasião para conversar com o público.
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Um dos fãs perguntou sobre quando um próximo álbum do Metallica pode ser lançado – o último, “Hardwired… To Self-Destruct“, é de 2016. James Hetfield preferiu não colocar planos e destacou que não há nenhum planejamento para o futuro do Metallica.
“Boa pergunta. Não sabemos. Nesse momento, estou aqui no museu (risos) e não sei o que vai acontecer em seguida. É a beleza disso. Vamos nos sentar e ver o que funciona para nós. O que está para vir, não sabemos. Prosperamos com esse medo do desconhecido, estar um pouquinho assustados apenas o bastante para nos sentirmos vivos”, afirmou.
Hetfield também se recordou sobre seu início na música. “Eu queria estar em uma banda. Sabia disso. E eu faria isso acontecer. Comecei a tocar com alguns amigos em uma banda chamada Obsession, com covers em festas escolares. Depois que me mudei, comecei a tocar com pessoas um pouco melhores que eu. Foi quando melhorei”, disse.
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O frontman do Metallica destacou que todos os músicos de Los Angeles, nos anos 1980, tentavam ser como guitarristas como Eddie Van Halen – então, faltavam vocalistas. “Vendi minha guitarra e meu amplificador, comprei uma P.A. e um microfone e passei a cantar. Quando conheci Lars (Ulrich, baterista), eu falei que não estava mais tocando guitarra, só cantando. Não achávamos alguém que tocasse como queríamos, então, voltei a tocar. Não achávamos vocalista, então, eu disse: ok, vou cantar até encontrarmos alguém. Tudo nasceu da necessidade”, afirmou.
Por fim, o músico destacou que sua performance cantando e tocando guitarra agradou, então, acabou se tornando o frontman. “Muitas pessoas falaram que estava legal e que não era necessário alguém cantando e correndo pelo palco. Ficou assim. As pessoas me deram confiança”, disse.
James Hetfield na rehab
O Metallica confirmou que James Hetfield seria internado novamente em uma clínica de reabilitação em setembro de 2019. Com isso, a banda adiou os shows que faria pela Austrália e Nova Zelândia entre outubro e novembro daquele ano.
“Lamentamos informar que devemos adiar nossa turnê pela Austrália e Nova Zelândia. Como muitos sabem, nosso irmão James está lutando contra o vício há muitos anos. Infelizmente, ele teve que voltar a entrar em um programa de tratamento para trabalhar em sua recuperação novamente”, afirma a banda em nota assinada pelo baterista Lars Ulrich, pelo guitarrista Kirk Hammett e pelo baixista Robert Trujillo.
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A luta de James Hetfield contra o vício é conhecida dos fãs. Um de seus tratamentos contra o problema chegou a ser retratado no documentário “Some Kind of Monster”, lançado no início dos anos 2000.
Shows do Metallica no Brasil mantidos
O Metallica tem quatro shows marcados no Brasil para abril deste ano. Até o momento, as datas seguem marcadas – e devem acontecer, já que Hetfield concluiu o programa de reabilitação.
As apresentações do Metallica no Brasil serão na Arena do Grêmio em Porto Alegre (21/4), no Couto Pereira em Curitiba (23/4), no Morumbi em São Paulo (25/4) e no Mineirão em Belo Horizonte (27/4). A abertura será do do Greta Van Fleet e do Ego Kill Talent.
No total, esta será a 10ª passagem do Metallica pelo Brasil. A banda já veio ao país em 1989, 1993, 1999, 2010, 2011, 2013, 2014 e 2015, além de 2017, para o festival Lollapalooza. Já o Greta Van Fleet chega ao país pela segunda vez: a primeira foi em 2019, quando tocou em São Paulo e, também, no Lolla.
* Foto da matéria: Carlos Rodríguez / Andes / Wikimedia