O Black Swan, supergrupo com o vocalista Robin McAuley (McAuley Schenker Group), o guitarrista Reb Beach (Winger, Whitesnake, ex-Dokken), o baixista Jeff Pilson (Foreigner, The End Machine, ex-Dokken) e o baterista Matt Starr (Ace Frehley, Mr. Big), lançou seu primeiro álbum de estúdio nesta sexta-feira (14). O trabalho, intitulado ‘Shake the World’, chega a público por meio da Frontiers Music Srl, com edição nacional pela Hellion Records.
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O projeto começou a ser montado após uma conversa entre Jeff Pilson e o presidente da Frontiers, Serafino Perugino. A ideia era formar um grupo que destacasse os vocais de Robin McAuley, sem deixar os demais integrantes de lado. Segundo os envolvidos, não há intenção em soar como as bandas dos envolvidos, embora as referências estejam claras: a mistura entre hard rock e heavy metal clássico.
Ouça ‘Shake the World’ a seguir, via Spotify ou YouTube (playlist):
O resultado chama atenção: as músicas são concisas e parecem ter sido trabalhadas como uma banda de verdade, diferente de outros projetos que ganham a chancela da Frontiers. Reunir grandes nomes, no papel, nem sempre “ganha jogo”, mas ‘Shake the World’ mostrou que os músicos estavam dispostos a fazer um trabalho que justificasse a expectativa dos fãs.
Ainda que a proposta artística não traga nada de inédito – é uma banda de hard rock que flerta com o heavy metal em alguns momentos e traz letras nada inspiradas -, as composições são bem construídas e rolou química. O trio instrumental soa muito entrosado e não é só pelo passado de Jeff Pilson e Reb Beach no Dokken. O baixista, que também assume os teclados por aqui, fez um trabalho que beira o irretocável junto de Matt Starr, que, aqui, soa como um “Wild” Mick Brown mais técnico.
Aliás, Beach merece uma menção à parte. O guitarrista passa a impressão de ter se acomodado no consolidado Whitesnake e no pouco ativo Winger, mas sempre que é desafiado a exibir seu talento, como em ‘Flesh & Blood’ – último disco da banda de David Coverdale onde assumiu a função de co-autor ao lado do cantor – ou nesse projeto, não decepciona. Definitivamente, um músico que merecia ser mais conhecido.
O único ponto não tão positivo é a voz de Robin McAuley, que segue enjoativa. O cantor, de tonalidade originalmente aguda, não explora timbres graves. Senti, porém, que esse ponto é contornado ao longo de quase toda a tracklist, seja com backing vocals sutis nos refrães ou com o trabalho instrumental que fugiu do básico.
‘Shake the World’ é um trabalho indicado para quem gosta de hard rock com pitadas metálicas, transitando por Dokken, Lynch Mob, momentos mais pesados do Ratt, Winger pós-segundo disco e por aí vai. Espero que o projeto renda mais um disco. A Frontiers precisa acertar dessa vez.
O álbum está representado na minha playlist de lançamentos, atualizada semanalmente. Siga e dê o play:
Veja, abaixo, a capa e a tracklist de ‘Shake the World’:
1. Shake the World
2. Big Disaster
3. Johnny Came Marching
4. Immortal Souls
5. Make It There
6. She’s On To Us
7. The Rock That Rolled Away
8. Long Road to Nowhere
9. Sacred Place
10. Unless We Change
11. Divided/United