Sons of Apollo capricha e impressiona no novo álbum MMXX, ouça

O Sons of Apollo divulgou, nesta sexta-feira (17), seu segundo álbum de estúdio. O trabalho, intitulado “MMXX” (“2020”), chega por meio da InsideOut Music, com edição nacional em CD pela Hellion Records.

Categorizado como “supergrupo”, o Sons of Apollo é formado pelo vocalista Jeff Scott Soto (ex-Journey, Yngwie Malmsteen e outros), o guitarrista Ron “Bumblefoot” Thal (ex-Guns N’ Roses), o baixista Billy Sheehan (Mr. Big, The Winery Dogs, ex-David Lee Roth), o baterista Mike Portnoy (The Winery Dogs, Flying Colors, ex-Dream Theater) e o tecladista Derek Sherinian (Black Country Communion, ex-Dream Theater).

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Com produção de Mike Portnoy e Derek Sherinian, o novo álbum “MMXX” segue a mesma pegada do álbum de estreia, “Psychotic Symphony” (2017), que também foi lançado em CD no Brasil pela Hellion Records, assim como o ao vivo “Live With The Plovdiv Psychotic Symphony” (2019). “Sentimos que ficou mais forte desta vez, pois nos conhecemos melhor agora. ‘Psychotic Symphony’ foi a primeira vez que nós cinco trabalhamos juntos, então não havia um ar de experimentação”, afirmou Portnoy, em material de divulgação.

Ouça a seguir, via Spotify ou YouTube (playlist), e confira a minha opinião logo abaixo:

Resenha: mais orgânico, mais ‘banda’

Dentro do rock e seus subgêneros, é difícil superar o trabalho em conjunto. Por isso, “MMXX” soa mais consistente do que o já satisfatório “Psychotic Symphony”. Mesmo que Mike Portnoy não revelasse que o Sons of Apollo atuou mais em grupo no segundo álbum, daria para perceber esse “detalhe” logo na primeira audição.

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Por ter sido finalizado em 10 dias, “Psychotic Symphony” recorre a alguns elementos mais “prontos” da arte de se compor. Algumas músicas soaram mais previsíveis – não em um sentido ruim, apenas não surpreendiam. “MMXX”, por sua vez, é conduzido para caminhos mais incomuns.

O reflexo é natural, não só por estarmos falando de músicos que são verdadeiros mestres em suas áreas, como, também, pelo fato de estarem trabalhando juntos por mais tempo. O novo álbum também foi concluído com agilidade, porém, segundo relatos, levou mais do que 10 dias. O quinteto também carregava a experiência de já ter feito uma turnê em conjunto.

Curiosamente, em meio a tanto conhecimento compartilhado entre os cinco, o destaque de “MMXX” é a dobradinha entre Derek Sherinian e Mike Portnoy aparecendo mais vezes. Os velhos conhecidos de Dream Theater parecem ter se assumido, de vez, como os cabeças do projeto. A partir disso, passa a ser uma banda, não um supergrupo onde todos interferem – e acabam desvirtuando a proposta final.

As funções, inclusive, parecem estar mais definidas. Sherinian e Bumblefoot são os responsáveis pelas ideias iniciais, como riffs e melodias que vão conduzir as músicas. Portnoy, por sua vez, constrói os arranjos e dá “liga” ao restante. Jeff Scott Soto assina todas as letras, além das harmonias vocais. Billy Sheehan é o único que parece não ter tanta função no projeto, o que é uma pena, já que poderia aparecer mais e ser melhor aproveitado.

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“MMXX” também soa mais versátil. Há, claro, músicas de construção mais convencionais, como a abertura “Goodbye Divinity”, a pesada “Asphyxiation” e a a balada “Desolate July” – esta, com letra inspirada no acidente do Adrenaline Mob, que custou a vida do baixista David Z, colega de Jeff Scott Soto em sua banda solo, e da empresária Janet Rains. Porém, os experimentos aparecem mais fortes.

Em “Wither to Black”, por exemplo, há um swing raro de se ouvir em músicas com Mike Portnoy no geral. Aqui, ele faz o feijão com arroz – e era o que precisava. Já em “King of Delusion” e “Fall to Ascend”, os elementos típicos de Dream Theater aparecem mais vezes, com a parceria Portnoy/Sherinian surgindo mais. E o que dizer de “New World Today”, que tem quase 16 minutos, várias mudanças de andamento e até um solo de baixo de Billy Sheehan? Mesmo longa, soa interessante do início ao fim.

O novo álbum do Sons of Apollo reforça o ditado de que “a união faz a força”. “MMXX” tira, de vez, a zica de “supergrupo” que permeia tantos outros projetos envolvendo músicos famosos com álbuns pouco convincentes. Este, sim, merece ser ouvido com atenção.

Veja, abaixo, a capa e a tracklist de “MMXX”:

01. Goodbye Divinity
02. Wither To Black
03. Asphyxiation
04. Desolate July
05. King Of Delusion
06. Fall To Ascend
07. Resurrection Day
08. New World Today

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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