O baixista Ian Hill sinalizou, em entrevista ao Audio Ink transcrita pelo BraveWords, o seu interesse em fazer uma colaboração entre sua banda, o Judas Priest, e o Iron Maiden, seja em estúdio ou turnê. Os dois grupos estão entre os maiores nomes do heavy metal britânico, mas não têm um trabalho conjunto em suas carreiras, apesar do Maiden ter feito a abertura de algumas apresentações do Priest em 1980.
Hill falou sobre a possibilidade ao ser perguntado sobre qual banda ele gostaria que o Priest colaborasse algum dia, seja em estúdio ou com uma turnê conjunta. “Boa pergunta. Sempre há a questão do Judas Priest e Iron Maiden”, respondeu, inicialmente.
Em seguida, o músico destacou: “Seria muito interessante se pudéssemos fazer algo juntos antes que alguém morra. Seria ótimo! (risos) Há muitas outras bandas com as quais tocamos. Temos Uriah Heep como convidados especiais da turnê. Eu era fã do Uriah Heep no passado. Eles são das antigas tanto quanto nós, talvez até um pouco antes. […] Tocamos com algumas bandas, mas precisamos nos juntar com o Iron Maiden”, afirmou.
“Águas passadas”
Ao que tudo indica, a famosa rixa entre o Judas Priest e o Iron Maiden ficou no passado. A história foi esclarecida, recentemente, pelo guitarrista K.K. Downing em entrevista a Eddie Trunk e em seu livro, “Heavy Duty: Days and Nights in Judas Priest”.
– Leia: A origem da rixa entre Judas Priest e Iron Maiden
“Terminamos de gravar ‘British Steel’ e estávamos para sair em turnê (com o Iron Maiden abrindo). Então, eu li em uma revista sobre música que (os músicos do Iron Maiden) disseram algo como: ‘vamos arrebentar com o Priest’. Eu pensei: ‘que m*rda é essa?’. […] Por que deveríamos tê-los em turnê conosco se eles vão criar esse tipo de situação antes mesmo de nos conhecermos? Eu disse: ‘vamos nos livrar deles e chamar alguém que realmente goste da oportunidade'”, contou o guitarrista, na ocasião.
Downing disse que os membros do Judas Priest concordaram em procurar por outra banda de abertura, mas, na prática, não foi o que aconteceu. “Estávamos nos ensaios e uns caras chegaram e sentaram em frente a mim. Perguntei quem eram e o meu roadie de guitarra disse: ‘oh, essa é a banda de abertura’. Questionei quem os convidou. […] Não dá para dizer que eles nos arrebentaram – éramos bem estabelecidos na época e aqueles caras ainda estavam subindo na hierarquia. A turnê rolou, mas não havia uma boa atmosfera e não foi algo que gostei que tivesse acontecido”, disse.
E aconteceu de novo. “Disseram que o Iron Maiden abriria para nós na primeira turnê deles pelos Estados Unidos (em 1981). E eu falei: ‘não, de novo não, dá para não ter esses caras com a gente?’. Mas eles vieram mesmo assim e criaram transtornos, por diferentes motivos. Isso levou a um confronto e ficou um pouco feio. Não sei exatamente como aconteceu, mas eu me encontrei com Paul Di’Anno (vocalista do Iron Maiden na época) muito tempo depois, por volta de 1995, e ele disse: ‘ei, K.K., sentimos muito por aquela fala na imprensa’. Isso é tudo o que você precisa. De qualquer forma, são águas passadas. Eles eram jovens, estavam subindo nas fileiras, eram um pouco delinquentes, mas, pelo menos, eles tinham ‘bolas’, sabiam o que queriam”, afirmou.
Em sua autobiografia, Paul Di’Anno admitiu que ele mesmo foi a razão para a rixa – algo que K.K. Downing negou em uma entrevista anterior. “Paul pediu desculpas para mim, um grande gesto, mas não foi a principal razão para a rivalidade”, disse K.K., à revista Rock Hard, em 2003. Na época, Downing disse que os membros do Iron Maiden foram “arrogantes” e que o episódio da passagem de som o irritou porque eles estavam lá para observar “tudo o que a gente fazia, cada movimento de palco e das luzes – não me entenda mal, mas eles poderiam ter perguntado antes”.