A cinebiografia do Queen, “Bohemian Rhapsody”, finalmente estreou na China, ainda que em apenas uma rede de cinema. Porém, todas as cenas que faziam menção à homossexualidade, em especial, do vocalista Freddie Mercury, interpretado por Rami Malek, foram retiradas. As passagens com referência ao diagnóstico de Aids, doença que tirou a vida de Mercury em 1991, também foram excluídas da edição final.
No total, cerca de quatro minutos de “Bohemian Rhapsody” foram cortados. Entre as cenas removidas, estão um momento em que a virilha de Freddie Mercury aparece em destaque, um diálogo em que o cantor afirma a Mary Austin (Lucy Boynton) que é bissexual, a ocasião em que o artista conhece Jim Hutton (Aaron McCusker) e todo o trabalho em torno do clipe de “I Want To Break Free”, onde os músicos aparecem com roupas femininas.
Curiosamente, a cena em que Freddie Mercury visita a família de mãos dadas com Jim Hutton é mantida. Porém, outros momentos foram removidos de forma implacável: basta a palavra “gay” ser citada para a sua remoção da edição chinesa.
A exclusão das cenas se deu porque a China tem leis rígidas contra o que chamam de “comportamentos sexuais anormais”. É proibido retratar, na mídia, qualquer tipo de interação que não seja heterossexual.
No mês passado, o órgão censor da China censurou parte do discurso de Rami Malek no Oscar 2019, onde venceu o prêmio de Melhor Ator. Ele citou que foi feito um “filme sobre um homem gay”, mas a legenda chinesa exibiu “filme sobre um grupo especial”.